O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), Luís de Castro, reuniu num evento as mulheres são “o centro do vinho” na região.
Em vésperas do Dia da Mãe, a CVR Tejo promoveu a iniciativa ‘As mulheres nos Vinhos Tejo’ que juntou enólogas e produtoras dos Vinhos do Tejo, dando a conhecer os seus projetos e vinhos.
Presentes estiveram enólogas e produtoras de grandes quintas e de quintas mais pequenas, e o feed back foi muito positivo, por se terem juntando pela primeira vez, conhecido e trocado experiências.
Ao mesmo tempo, os vinhos que representavam eram provados por um plantel alargado de jornalistas especializados, que têm por missão divulgar os vinhos de Portugal e a CVR Tejo.
O local escolhido foi o restaurante, propriedade e três jovens ribatejanos, ‘Mãe – Cozinha com Amor’, em Lisboa.
Estiveram à prova vinhos variados, com o intuito de mostrar a diversidade que existe na região, mas privilegiando a sua identidade. O programa teve prova comentada (um vinho por enóloga/produtora) e um almoço com sabores do Tejo.
Longe vai o tempo em que erma poucas as mulheres no mundo dos vinhos e as primeiras enólogas de Portugal por vezes eram notícia.
O papel da mulher na vinha era no trabalho do campo e nas vindimas e preconceitos antigos e ideias formadas, vividas por quem nasceu e cresceu num mundo rural de vinhos, era o de que na altura da fermentação, ou envasilhamento, a mulher pura e simplesmente não tinha entrada na adega por haver dúvidas se teria, sob o ponto de vista hormonal, condições para tal.
As enólogas e produtoras de Vinhos do tejo reunidas foram:
Alexandra Mendes – Alveirão-Sociedade Agrícola do ValGodinho
Anca Martins – Adega Casal Martins
Antonina Barbosa – Falua
Chimene Geitoeira – SIVAC (Sociedade Ideal de Vinhos de Aveiras de Cima)
Élia Marques Vitorino – Quinta da Badula
Joana Silva Lopes – Casal Branco
Luísa Paciência – Casa Paciência
Margarida Falcão Rodrigues – Casal da Coelheira
Martta Reis Simões – Quinta da Alorna (representada por Márcia Farinha)
Rita Conim Pinto – Minoc e Adega de Alcanhões
Rita Vidal – Casal das Freiras
Sílvia Canas Costa – Quinta da Lapa
Teresa Nicolau – Solar dos Loendros
Verónica Pereira – Casal do Conde
Vinhos do Tejo: história, tradição e enoturismo
Nesta região vitivinícola engobada pela CVR Tejo, situada no Centro de Portugal, a arte de produzir vinho remonta a 2000 a.C.
Terra de mosteiros, cidades, vilas e quintas pertencentes a famílias nobiliárquicas que, em tempos, foram estâncias de férias e temporadas de caça, a região do Tejo, ainda hoje, se rege pela tradição da criação do cavalo Puro Sangue Lusitano, indissociável às touradas.
Do património arquitectónico guardam-se tesouros Manuelinos, como o Convento de Cristo, em Tomar, ou o estilo Gótico, predominante em Santarém, que, pelos seus exemplos de arte em plena rua, é uma cidade-museu a céu aberto.
As fronteiras da região são delimitadas por Tomar, Ferreira do Zêzere, Sardoal e Mação, a Norte; Abrantes, Chamusca, Alpiarça e Almeirim, a Este; Torres Novas, Alcanena, Rio Maior, Cartaxo e Azambuja, a Oeste, Coruche e Benavente, a Sul.
Em 1989 são fundadas seis Indicações de Proveniência Regulamentada para vinhos da região do Ribatejo e, em 1997, é criada a Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo, à qual se sucede a constituição por lei da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, em 2008, seguindo-se a Rota dos Vinhos do Tejo.
A CVR Tejo em números
Área de vinha: 12.500 hectares.
Área registada como ‘DO do Tejo’: 2.500 hectares.
Área registada como ‘IG Tejo’: 5.000 hectares.
Produção anual: 60.000.000 de litros (produção média de 3.000/ha).
Peso das exportações nas vendas em 2017: 33%
Mercados estratégicos: Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos da América, Polónia, Reino Unido
São os 6 mercados principais de exportação, definidos pelo estudo estratégico, elaborado em 2015, conjuntamente com a Wine Intelligence.
Crescimento das exportações para os seis mercados estratégicos 2016/2017: 20,3%
António Freitas