Visitar Alcobaça vem associado à sua excelente doçaria conventual. E falar de doçaria é falar da história da cidade de Alcobaça e a sua vida contemporânea indissociavelmente ligados à presença da Ordem de Cister durante quase setecentos anos que, por doação de D. Afonso Henriques, edifica na confluência dos rios Alcoa e Baça, um dos maiores mosteiros cistercienses do mundo.
Apesar disso, a origem de Alcobaça como vila remonta à época dos romanos, como se depreende do nome da antiga povoação “Helcobatie”.
Mais tarde adquiriu a denominação Árabe de Al-cobaxa, que resulta da composição do artigo “al” e “cobaxa” (carneiros), característica das paisagens de outeiros em redor da vila.
A partir do século XII, o Mosteiro organizou um notável sistema agrícola, altamente produtivo, no território dos coutos de Alcobaça. Os monges, para além da sua actividade religiosa e cultural, desenvolveram uma acção colonizadora notável.
A 13 de Outubro de 1833 os monges abandonam o Mosteiro e, em 1834, parte do Mosteiro é vendido em hasta pública.
Alcobaça foi elevada a cidade desde 1995. Hoje, o centro urbano atravessado pelos rios Alcoa e Baça, é um conjunto harmonioso de ruas e casario junto do grande complexo monumental, constituído pelo Mosteiro e antigas Dependências.
As melhores pastelarias de Alcobaça, premiadas inúmeras vezes, oferecem durante todo o ano o resultado de pesquisa e recolha de receitas esquecidas e adaptadas à atualidade.
Estas são verdadeiras maravilhas, criadas através de 1001 experiências, de longa prática e dedicação, de paciência e devoção; assim como os licores que ao longo dos séculos foram rodeados de secretismo são tentações disponíveis para todos os que visitam Alcobaça.
A riqueza da doçaria portuguesa tem grande parte da sua origem nos conventos e mosteiros portugueses. As claras de ovos utilizadas para a confeção de hóstias ou para engomar os hábitos deixavam as gemas, que, para não serem desperdiçadas, levaram as freiras e frades a aperfeiçoarem as receitas ancestrais e familiares, criando ou recriando doces ricos em açúcar, gemas e frutos (secos ou da época).
Considerando as potencialidades dos mosteiros e de todo o legado cultural que deixaram, o Município de Alcobaça organiza em 1999 a I Mostra de Doces & Licores Conventuais.
Alcobaça tornou-se, assim, pioneira na preservação e divulgação do riquíssimo património cultural que é a doçaria, apostando na tradição gastronómica deixada pela presença dos monges e monjas cistercienses dos conventos de Alcobaça e Coz.
Mosteiro de Alcobaça
A fundação da Abadia de Santa Maria de Alcobaça e respectiva Carta de Couto datam de 8 de Abril de 1153. Os domínios da Ordem de Cister ficam assim consagrados.
A respectiva construção foi iniciada em 1178. Esta data está envolta em grande significado “estratégico”: quatro anos depois, São Bernardo foi canonizado. Será, decerto, uma das primeiras abadias da Ordem a ser construída já com esta intenção.
A importância do Mosteiro de Alcobaça evoluiu num crescendo cultural, religioso e ideológico. A sua monumentalidade é tanto mais evidente quanto mais límpida e austera é a sua arquitectura. Trata-se, de resto, do primeiro ensaio de arquitectura gótica em Portugal: um modelo que ficou sem imediata continuidade e que não foi reproduzido a não ser muito mais tarde, funcionando como um pólo quase isolado, uma jóia branca na paisagem.
Túmulo de D. Pedro
Aqui na Igreja podemos encontrar o túmulod e D. Pedro e D. Inês de Castro. A decoração do túmulo de D. Pedro I é predominantemente preenchida por edículas góticas contendo passagens da vida de São Bartolomeu.
Na cabeceira encontramos o elemento mais emblemático: a rosácea, formada por dezoito edículas dispostas em duas faixas circulares concêntricas onde se representou a Roda da Vida (exterior) e a Roda da Fortuna (interior). No sentido ascendente, da esquerda para a direita, repartem-se os momentos felizes; a tragédia encontra-se no sentido descendente onde se destaca D. Pedro amortalhado no seu túmulo. A figura jacente de D. Pedro apresenta-se e segura a espada com a mão esquerda. Aos pés da figura de D. Pedro deita-se um cão, no sentido transversal. Um friso heráldico com os escudos de Portugal, remata a parte superior deste túmulo que assenta em seis leões.
Túmulo de D. Inês
O túmulo de D. Inês de Castro assenta em seis suportes cujas figurações remetem para seres híbridos de rostos humanos e corpos de animais.
A figura jacente de D. Inês de Castro apresenta-se coroada e amparam-lhe a cabeça e o manto quatro anjos.