Alcobaça é um território vasto, diversificado e multifacetado. Ao longo de mais de 400 Km quadrados, encontram-se diferentes realidades e contextos, uns mais próximos do mar, outros mais ligados à serra e ao campo. Esta configuração complexa resulta numa grande diversidade cultural que coloca o concelho nos patamares mais cimeiros em termos de desenvolvimento social e laboral, a nível nacional.
A Comissão Europeia estabeleceu 2018 como o Ano Europeu do Património Cultural no qual se pretende destacar o papel do património no desenvolvimento social e económico e nas relações externas da União Europeia. Uma iniciativa comunitária que reforça o já longo trabalho de promoção turística do património cultural, arquitetónico, ambiental e gastronómico que o Município de Alcobaça tem vindo a efetuar nos últimos anos.
Assumindo a sua condição de lugar histórico e essencial na fundação de Portugal, Alcobaça tem apostado na criação de rotas turísticas, de eventos culturais realizados nos seus monumentos, percursos interpretativos pelo património ambiental, políticas de promoção externa e de integração dos museus municipais nas dinâmicas socioculturais locais, entre muitas outras ações de valorização do património do concelho.
É no reforço da sensibilização do munícipe relativamente ao seu património que, entre outras relevantes valências, a autarquia tem centrado os esforços de preservação e divulgação do legado alcobacense. A rota “Alcobaça – Dê Lugar ao Amor”, é disso um bom exemplo pois permite visitar os principais locais da cidade de Alcobaça sob 5 diferentes prismas: o Amor pela Água; o Amor à Educação; o Amor ao Espetáculo; o Amor à Terra; e o Amor à Arte, Património e Mundo.
A rota “Por Aljubarrota, com Brites de Almeida”, representa uma excelente oportunidade para conhecer melhor o lugar onde se afirmou a nacionalidade e onde nasceu a lenda de Brites de Almeida, a famosa Padeira de Aljubarrota. Para o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Inácio, “Aljubarrota é uma das marcas mais importantes da nacionalidade portuguesa e consequentemente do concelho de Alcobaça. Esta rota vem sistematizar o usufruto desta tão singular vila, de grande importância para História de Portugal.”
Em 2017, foi inaugurado o Percurso Camoniano – Pedro & Inês em Cerâmica de Alcobaça, uma exposição permanente que resultou de um desafio lançado pela Câmara a 10 fábricas de cerâmica para criar peças únicas inspiradas nas palavras que Camões e Miguel Torga dedicaram ao amor eterno entre D. Pedro I e D. Inês de Castro. Esta mostra de arte urbana sublinha em simultâneo a indústria da cerâmica e a lenda de Pedro & Inês, numa fusão de patrimónios materiais e imateriais do concelho de Alcobaça.
Museus – tradição e inovação
No contexto do grande investimento municipal no desenvolvimento cultural e social do concelho, enquadra-se o trabalho de promoção (interna e externa) das mais elementares tradições locais a cargo dos museus municipais e de outras estruturas museológicas apoiadas pelo Município.
O Museu do Vinho de Alcobaça, o maior e mais completo museu português da sua temática, constitui um valioso espólio patrimonial que se posiciona como verdadeira montra enoturística da identidade e cultura vitivinícola de todo o território nacional e regional. A sua política de dinamização passa por fazer deste espaço um verdadeiro local de interação social, indo além da vertente de exposição e conservação da sua coleção. Tem sido utilizado para as mais diversas manifestações culturais: colóquios, exposições temporárias, concertos musicais, mostras gastronómicas, cinema e ateliers temáticos.
Outra dimensão essencial é o serviço educativo através do qual os museus municipais se abrem à comunidade escolar, procurando consciencializar as novas gerações para a necessária valorização e continuidade de todo este trabalho.
Neste quadro, é de incluir o Museu Raul da Bernarda que, por exemplo, através de um ciclo de masterclasses de cerâmica, se tem posicionado como um importante polo de encontro entre especialistas e o público diversificado e interessado no tema; ou a Central da Confluência dos Rios, integrada na rede de energia da Fundação EDP, e símbolo do pioneirismo de Alcobaça na difusão da luz elétrica. Na extensão do território concelhio, posiciona-se o Museu Monográfico do Bárrio, diretamente ligado à Estação Arqueológica de Parreitas, no qual se encontra vestígios da ocupação romana no período pré-cistercienses.
“Ao longo dos últimos anos temos vindo a elaborar um trabalho de organização da nossa oferta turística, criando novas rotas e promovendo os museus municipais, criando uma programação coerente e de fácil usufruto quer para os turistas quer pela comunidade local. Este programa de visitas e percursos enquadra-se perfeitamente no âmbito das comemorações do Ano Europeu do Património Cultural uma vez que o concelho de Alcobaça tem património em sobejante quantidade e qualidade que merece ser descoberto e redescoberto. Saber valorizar e estimar o que é nosso é a filosofia subjacente a toda a nossa estratégia para o turismo”, conclui Paulo Inácio.