Portugal, Itália, Síria e Iraque estarão sábado unidos numa iniciativa internacional da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre para assinalar os cristãos perseguidos no mundo. Em Portugal, o santuário de Cristo Rei e a Basílica dos Congregados vão iluminar-se de vermelho.
‘Combater a indiferença’ é o lema da iniciativa da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) numa jornada de oração e sensibilização que inclui a iluminação de edifícios marcantes, entre os quais Santuário do Cristo Rei, em Almada, e a Basílica dos Congregados, em Braga. A iluminação deverá iniciar-se às 18 horas.
Os dois monumentos portugueses juntam-se à catedral maronita de Santo Elias, em Alepo (Síria), à igreja de São Paulo, em Mossul (Iraque) e ao Coliseu de Roma (Itália) – um dos primeiros símbolos da perseguição aos Cristãos.
Siria e Iraque são dois dos países onde, nos tempos atuais, a violência religiosa mais se tem acentuado.
Os cinco edifícios vão ser ‘pintados’ de vermelho, cor do sangue, para se lembrar ao mundo a questão da liberdade religiosa e, muito concretamente, a perseguição aos cristãos”, informa uma nota da Fundação AIS enviada ao ‘Mundo Português’.
Além do Santuário de Cristo Rei e da Basílica dos Congregados, inúmeras paróquias e movimentos em Portugal vão participar na iniciativa que quer alertar para a situação dos cristãos perseguidos no mundo.
Segundo o arcebispo de Braga, esta ação deseja “chamar a atenção da opinião pública nacional para a violação dos princípios básicos da liberdade religiosa e das suas vítimas”.
“Às pessoas de boa vontade peço um compromisso e acção cívicas que promovam a paz e a dignidade. Aos cristãos da arquidiocese peço a força da oração perseverante e intensa pelos nossos irmãos cristãos perseguidos. Este rio de sangue que nos chega do oriente não nos pode deixar indiferentes”, alertou D. José Ortega.
Segundo a Fundação AIS, o epicentro de jornada vai ocorrer em Roma será erguido num palco frente ao Coliseu, no final da tarde de sábado. “Diversas personalidades relevantes, não só da Igreja Católica mas também da sociedade europeia, deverão marcar presença”, informa a nota da Fundação.
Entre os participantes estarão o Cardeal Mauro Piacenza, presidente internacional da AIS, do secretário-geral da Conferência Episcopal Italiana, D. Nunzio Galantino, e o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani.
A Fundação AIS convidou ainda para estarem presentes em Roma e darem o seu testemunho do que significa a perseguição religiosa nos seus países, Ashiq Masih e Eisham Ashiq, respetivamente, marido e uma das filhas de Asia Bibi, a cristã paquistanesa que foi condenada à morte em 2009 por ter bebido um copo de água de um poço.
“Acusada falsamente de blasfémia, Asia Bibi ainda hoje está na prisão e só um último recurso pendente na Justiça a poderá livrar da forca. Não menos dramática é a história de Rebecca Bitrus, a mulher nigeriana que foi capturada e mantida refém durante dois anos pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram”, recorda a nota da Fundação AIS.
Da mesma forma, também em Mossul – que foi considerada como “a capital” do auto-proclamado Estado Islâmico no Iraque – e em Alepo – classificada como a cidade mártir na guerra civil da Síria – haverá lugar para testemunhos, momentos de oração e comunhão espiritual, informa ainda.