A CARINA – Produtos Alimentares foi adquirida há nove anos por António Borges e a sua esposa e a partir daí saíu de uma situação difícil para se tornar numa moderna unidade fabril que produz com qualidade produtos alimentares que são cada vez mais exportados.
Graças à confiança dos seus clientes e importadores, nos dois últimos anos cresceu dos 32 postos de trabalho para 43; com mais produtos, mais referências que vão desde os rissóis de carne aos rissóis de camarão, pescada, alheira, queijo e fiambre, frango, atum, leitão até aos Pasteis de Chaves, ex-libris do concelho onde está sediada.
O portfólio é alargado e desde os pastéis de nata, folhados de Chila, Pão de Queijo Tradicional e com Oregãos, Croquetes de Carne, Chamuças de Frango e Carne e de Legumes. Nos pastéis de bacalhau e Pataniscas de Bacalhau os dedicados funcionários oferecem um produto diferenciador.
Empadas de galinha e coxinhas de frango são outros de produtos produzidos “ pela melhor equipa do mundo” como nos conta António Borges, que em Chaves nos recebe, numa véspera de Dia de Reis e, que somos supreendidos pela entrada no escritório, expontânea dos seus funcionários, cantando os Reis, sinal que estamos perante uma empresa que é uma “verdadeira família”.
No que concerne o mercado externo, destaca-se uma presença a Inglaterra, França, Alemanha, Luxemburgo e Suíça e a afirmação em países africanos de expressão portuguesa, em Macau, Hong Kong e no Brasil.
MP: Após um período de afirmação e crescimento, a CARINA assistiu, nos últimos 9 anos, a uma viragem de 180º graus no seu rumo. Não é verdade?
António Borges: Foram nove anos de luta mas continuamos no bom caminho, a criar mais postos de trabalho, fruto do aumento de vendas e a criação de novos produtos e, o ambiente que se vive nesta empresa, acredito que a nível nacional, não haja tantas empresas como a nossa! Tenho a melhor equipa do mundo e sem o meu staff eu não era capaz de ir em frente.
E depois temos os nossos clientes, quer no mercado nacional, quer nos mercados para onde exportamos. Hoje a equipa está em 43 pessoas e ao longo destes anos o, processo de adaptação resultante de um forte investimento, em instalações e equipamentos, continua a crescer!
Presentemente, operamos num espaço moderno e bem equipado, cuja aposta assenta num reconhecimento alicerçado na capacidade de produzir, respeitando prazos e permanecendo atenta aos padrões de consumo dos nossos clientes.
Temos preços bastante competitivos, apostamos desde que adquiri esta empresa, numa qualidade pautada pela melhoria contínua da organização e dos métodos de trabalho, fazendo cumprir de maneira fiel os meus contratos e dado não fabricarmos para stokagem, mas sim, de acordo com as encomendas que recebemos, na hora satisfazemos as encomendas, e aí os colaboradores desta empresa, não se rendem a esforços e conseguimos levar junto dos consumidores produtos de qualidade acrecida. O cliente faz a encomenda e trabalhamos com muita eficiência no fabrico e entrega, em 48horas tem a encomenda na sua loja.
MP: Aproxima-se mais um SISAB Portugal e a CARINA volta a marcar presença?
AB: Sempre. E deixe que volte a repetir aquilo que já disse e foi publicado numa das vossas últimas visitas. Como flaviense, por querer continuar nesta terra e por conhecer a marca de produtos CARINA, comprei juntamente com a minha esposa, esta empresa que era de dois irmãos que laboravam quase em exclusivo para as grandes superfícies que lhes esmagavam os preços e, a mesma estava em situação financeira precária. Em três anos foi investir e a perder dinheiro, porém e fruto de ter ido pela primeira vez ao SISAB PORTUGAL tudo veio a modificar-se nesta empresa.
Posso contar que aí, um dos que é hoje meu cliente do mercado inglês, o mesmo referiu-me que o meu produto não tinha a qualidade que ele queria. Isso tocou-me cheguei à fábrica revolucionei todo o fabrico. Fui procurar receitas antigas, métodos tradicionais de fabrico, consultei chefes de cozinha e deixei de produzir focado para as grandes superfícies que era o processo de fabrico que encontrei e passei a apostar na alta qualidade dos produtos e com sucesso. Os meus funcionários que são uma família, entraram nesse espírito.
Na altura a exportação era uma miragem e, dado a revolução da CARINA e os clientes que foi conseguindo no SISAB PORTUGAL, crescemos. O nosso lema é qualidade e transparência e confiança entre fornecedor e cliente. Posso dizer-lhe que não estamos na Grande Distribuição massiva no mercado nacional, mas na Cadeia El Corte Inglês e Auchan.
Temos o privilégio de exportar para vários países, sendo que existe a possibilidade de muito em breve estabelecermos novos negócios em outros países, a verdade é que poderiamos de facto estar em mais mercados mas preferimos ter bases sólidas de forma a manter uma identidade corporativa de confiança. Vamos estar em Fevereiro de 2018 no SISAB PORTUGAL 2018, já com reuniões agendadas com importadores internacionais e estamos receptivos a novos parceiros de negócio. Queremos crescer ainda mais e temos capacidade para isso
MP: Até onde quer que a CARINA cresça?
AB. O objetivo é criar mais emprego nesta cidade e nesta região que bem precisam, como forma de fixar as pessoas e aliando o bem fazer e a dedicação dos meus funcionários ou colaboradores, pois sem eles não teria conseguido erguer esta empresa e com a confiança dos Nossos Clientes, que são os Parceiros de Negócios e procurando sempre destacar-nos pela melhor qualidade e diferenciação, pautando os nossos compromissos por um elevado grau de responsabilidade e pela sustentabilidade das relações com os nossos parceiros, como temos feito, penso conseguir.
Margarida António: 30 de empresa
Margarida António é a funcionária que está na empresa desde a sua fundação, ou seja, há 30 anos, tendo ingressado na mesma com 15 anos e fala-nos da mesma.
“Sou natural de Chaves ingressei nesta empresa com 15 anos, com os antigos patrões e agora com o Sr. António Borges. Assisti ao nascimento da empresa, hoje sou chefe de produção e estou feliz por esta empresa ter tomado outro rumo, graças à dedicação da nova gerência do Sr. António Borges e a sua esposa Carla”.
Refere que o que se produz mais são bolos de bacalhau, pastéis de bacalhau, rissóis de carne e camarão. “Para além disso o pastel de Chaves tem muita saída”, acrescenta.
A inovação está sempre presente, mas ao fazer novos produtos e mantendo aqueles que já são produzidos, as receitas tradicionais são mantidas. “Como reparou e pode ver na fábrica a linha de moldagem dos pastéis, cozeduras segue as receitas e os processos tradicionais, aliado ao sistema semi-industrial de fabrico e depois ultra congelação. Isso foi a nossa ‘tábua de salvação’”, sublinha.
A qualidade tem o seu preço, mas o cliente sabe distinguir. Temos cozinheiros que são convidados, quando do lançamento de novos produtos para em provas cegas nos darem a sua opinião, até conseguir o produto ideal, no gosto, textura, suculência e que seja do agrado de quem compre e fique fidelizado, pois produzimos para quem aprecie pordutos de grande qualidade e sabor”
Refere quando António Borges comprou a empresa, ela e os demais funcionários estávam há quatro meses sem receber o vencimento. “Mas conhecendo o potencial da empresa, demos as mãos e ajudámos a ser o que hoje é a CARINA”, conclui.