O Instituto Pedro Nunes, incubadora de Coimbra, vai coordenar um projeto europeu de aceleração para 150 ‘startups’ com ideias de negócio direcionadas para o mercado espacial ou que incorporem tecnologia espacial para aplicações na Terra.
O Instituto Pedro Nunes (IPN) vai coordenar um projeto europeu de aceleração para 150 startups com projetos de negócios direcionados para mercado espacial, informou numa nota de imprensa. Intitulado ‘Astropreneurs’, o programa gere um orçamento de dois milhões de euros e arrancou a 9 de janeiro, com a primeira reunião dos vários parceiros envolvidos.
O ‘Astropreneurs’ pretende “alavancar novas ideias de negócio direcionadas ao mercado espacial ou que incorporem tecnologia espacial em aplicações terrestres”, informa o IPN. Financiado pela Comissão Europeia, através do Programa H2020, este projeto vai criar novos negócios, gerar emprego e estimular o crescimento económico em cooperação com a indústria, investidores e instituições nacionais e europeias.
O ‘Astropreneurs’ é coordenado por Portugal, através do IPN, e reúne diversos parceiros da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido e República Checa.
Cerca de 500 empreendedores vão ter acesso a uma formação intensiva, que inclui 50 horas de mentoria e consultoria conduzida por 100 peritos para apoiar os empreendedores na aceleração dos seus projetos e na captação de financiamento público e privado, visando uma mais rápida entrada e consolidação no mercado.
Para ajudar a transformar ideias promissoras em negócios viáveis, o ‘Astropreneurs’ abre a porta a uma vasta rede de investidores, indústria e agências de apoio que integram a chamada ‘economia do Espaço’ para que as empresas tirem o máximo partido dos mercados-alvo e das oportunidades globais.
Os empreendedores têm ainda acesso a um conjunto de workshops técnicos e a reuniões com os principais ‘stakeholders’ da indústria espacial. As candidaturas abrem em setembro.
Espaço: economia e inovação
“Durante muito tempo, o setor espacial foi mais vocacionado para objetivos estratégicos relacionados com a ciência e exploração do espaço”, refere uma nota divulgada pelo Instituto Pedro Nunes.
Uma realidade que está a alterar-se, já que o setor “tem atraído cada vez mais a atenção de outros atores, como estados, empresas e investidores privados”, acrescenta o IPN.
O IPN dá como exemplo o Galileo, o sistema europeu de localização por satélite. “Ao fornecer uma precisão inigualável, está a criar a sua própria área de negócios, com centenas de startups a começarem a explorar esta oportunidade”, explica na nota.
O programa europeu Copérnico, que fornece dados de observação da Terra em tempo real, é outra fonte de dados espaciais que está a ser incorporada em novos produtos e serviços do futuro em áreas como o ambiente, a proteção civil e a segurança civil.
Criado por iniciativa da Universidade de Coimbra em 1991, o IPN é uma instituição privada “sem fins lucrativos, que visa promover a inovação e a transferência de tecnologia, estabelecendo a ligação entre o meio científico e tecnológico e o tecido produtivo”, como informa no seu sítio na internet.
A relação do IPN com a Agência Espacial Europeia (ESA) conduziu à criação, em 2014, de uma incubadora de empresas portuguesas da Agência Espacial Europeia em Portugal (ESA BIC Portugal), sediada em Coimbra e coordenada pelo IPN.
O ESA BIC Portugal é um dos 18 atuais centros de incubação da ESA, onde são apoiadas ‘startups’ “que estão a transferir tecnologia do Espaço para mercados terrestres, criando novos serviços e produtos em diversos setores da economia, em áreas como a saúde, energia, transportes, segurança e vida urbana”, informa o IPN.