Uma má acomodação de sedimentos nos depósitos da draga que operava junto à barra da Armona, em Olhão, pode ter contribuído para provocar a viragem da embarcação, disse hoje o presidente da Câmara, António Miguel Pina.
O autarca frisou, no entanto, que é cedo para tirar conclusões definitivas, porque ainda estão a ser investigadas as causas da viragem da draga de 80 metros, ocorrida hoje a cerca de uma milha da barra do Lavajo, junto à Armona, uma das ilhas-barreira da Ria Formosa.
“Pode ter a ver com má acomodação das areias dentro do barco ou algum excesso de carga que fez com que o barco virasse. Mas são suspeições”, afirmou António Pina, em declarações à agência Lusa, referindo-se ao incidente registado às 08:10.
O presidente da Câmara de Olhão, uma das 16 do distrito de Faro, precisou que a embarcação em causa participava nos trabalhos de dragagem no Lavajo e “o local de retirada [de areias] era a barra e o de deposição era a praia do Barril”, em Tavira.
Questionado sobre a possibilidade de derrame de combustível dos depósitos da embarcação virada, António Pina respondeu ter recebido a informação de que “os depósitos não tinham grande quantidade” de combustíveis e as autoridades marítimas “estavam a tentar perceber como poderiam eventualmente acautelar ou minimizar essa situação”.
A draga que se virou hoje na barra do Lavajo, na ilha da Armona, em Olhão, tem pequenas fugas de combustível, embora a Autoridade Marítima considere que não existe risco ambiental, disse à Lusa fonte da Marinha.
De acordo com o Capitão do Porto de Olhão, Nunes Ferreira, “existem pequenas fugas de combustível, embora as condições do tempo minimizem o risco, provocando a sua evaporação”.
“A intensão é retirar ainda hoje o combustível da embarcação, estando o caso a ser avaliado pelas autoridades marítimas e pela empresa proprietária da draga, que tem 48 horas para resolver a situação”, sublinhou Nunes Ferreira.
A draga virou-se hoje de manhã, pelas 08:10, a cerca de uma milha a Sudoeste da saída da barra do Lavajo, na ilha da Armona, provocando a queda ao mar de quatro trabalhadores que foram resgatados com sintomas de hipotermia.
Segundo o Capitão do Porto de Olhão, os quatro tripulantes foram transportados para o hospital de Faro, “um dos quais, também, com uma possível lesão da coluna cervical”.
Segundo a Autoridade Marítima Nacional, os tripulantes da draga, com cerca de 80 metros de comprimento, foram recolhidos poucos minutos após a queda pelo táxi marítimo que os transportou à embarcação para a mudança de turno e os encaminhou para a Estação Salva-vidas de Olhão.