O Castelo de Lanhoso, também referido como Castelo da Póvoa de Lanhoso, está implantado na freguesia de Póvoa de Lanhoso, concelho de mesmo nome. É um dos mais imponentes castelos portugueses.
O Castelo de Lanhoso Foi erguido no topo do Monte do Pilar, o maior monólito granítico do país, isolado na divisa dos vales dos rios Ave e Cávado.
A tradição refere que neste castelo se refugiou, por duas vezes, a condessa Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.
Dentro das suas muralhas foi erguido um santuário, no século XVII, utilizando a própria pedra das antigas muralhas.
E a meia encosta podem ser apreciados os vestígios de um antigo castro romanizado. Que foi descoberto graças às obras de abertura de uma estrada de acesso ao Santuário.
Imponente reduto
É considerado um dos mais imponentes redutos portugueses no que diz respeito à sua implementação: na Idade Média tinha um acesso difícil e ímpar entre os castelos fixados em território nacional.
Se a criação do próprio concelho, por D. Dinis, em Carta de Foral datada de 25 de Setembro de 1292, está intimamente associada à necessidade local de preservar e manter o Castelo de Lanhoso, tal não deixa de relevar a sua importância, aliás atestada por episódios e registos documentais significativos.
De facto, a principal dimensão, estratégica e monumental do Castelo de Lanhoso advém-lhe desde logo da sua localização. Implantado no topo do maior afloramento monólito granítico conhecido, tornam esse local praticamente inexpugnável a qualquer ataque pelo uso puro e simples da força, independentemente das armas ou do número considerado.
O local onde encontramos o Castelo de Lanhoso, além de inacessível, permite exercer e aproveitar de forma perfeita um controlo visual sobre uma vasta região, os vales dos rios Ave e Cávado, serpenteada de vias de comunicação, particularmente as que ligavam importantes centros políticos, económicos, sociais e mesmo religiosos como são as antigas Bracara Augusta (Braga) e Vimaranes (Guimarães).
Pela sua localização geoestratégica, o monte de Lanhoso foi sendo ocupado desde milhares de anos antes de Cristo, o que é atestado pela existência de vestígios de inúmeras construções, como é o caso do Castro de Lanhoso.
Os primeiros vestígios apontam para cronologias do período Calcolítico (III milénio a.C.), passando pelos diversos períodos e particularmente pela ocupação romana, mantendo-se os mesmos locais com ocupações até ao período medieval, quando se assistiu à edificação do Castelo de Lanhoso.
Monumento nacional
O Castelo de Lanhoso foi classificado como Monumento Nacional em 1910. A intervenção do poder público iniciou-se a partir de 1938, quando a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais deu início a obras de consolidação e restauro, entre as quais trabalhos de prospecção arqueológica, limpeza, reconstituição dos dois cubelos ladeando o portão de entrada, do arco desse portão e da torre de menagem, além de uma estrada de acesso ao castelo e de beneficiações diversas no Santuário de Nossa Senhora do Pilar.
Mais recentemente, em 1996, quando o castgelo foi reaberto ao público, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, com o apoio do Associação Adere-Lanhoso, realizaram a trabalhos de limpeza e consolidação de estruturas, bem como a remodelação dos pisos interiores da torre.
Atualmente, além do castelo medieval, que oferece uma pequena exposição com testemunhos do castro vizinho, o visitante pode conhecer ainda o Santuário de Nossa Senhora do Pilar e o Castro de Lanhoso.
O santuário de Nossa Senhora do Pilar
Com o início da Idade Moderna, consolidadas as fronteiras do reino, o castelo perdeu progressivamente a sua importância estratégica, vindo a conhecer o abandono e a ruína.
Esse processo seria acentuado a partir do final do século XVII, quando André da Silva Machado, um comerciante abastado do Porto decidiu erguer uma réplica do Santuário do Bom Jesus de Braga. Para esse fim, obteve autorização para demolir o antigo castelo e reaproveitar a pedra para edificar um santuário sob a invocação de Nossa Senhora do Pilar (1680). Iniciou assim o desmonte de parte da barbacã e das muralhas para construir uma igreja, a escadaria e as capelas de peregrinação.

Foi graças à abertura de uma estrada de acesso que foram descobertos vestígios do Castro de Lanhoso
Castro do Lanhoso
Foi graças à abertura da estrada de acesso ao Santuário da Senhora do Pilar e ao Castelo, que foram descobertos vestígios arqueológicos no sopé do Monte do Castelo, na Póvoa de Lanhoso, a uma altitude de 400 metros, sobranceiros às bacias dos rios Cávado e Ave.
O antiquíssimo Castro de Lanhoso é um dos quatro monumentos situados no Monte do Pilar, mais concretamente no sopé do monte.
Os vestígios mais antigos da ocupação humana nesta zona remontam ao III milénio a.C., e um outro período de ocupação correspondente ao bronze final, dos séculos VIII e VII a.C.
Desenvolveu-se nos séculos seguintes um povoado fortificado que parece ter atingido o seu máximo nos finais da Idade do Ferro e nos primeiros séculos da romanização.
As construções estas estão bem conservadas. Pode ver-se a preocupação das entidades na sua conservação.
Na vertente sul do monte podemos ver a reconstrução de três casas, e nas outras vertentes as ruínas de outras construções.
Os monumentos do Monte do Pilar podem ser visitados de outubro a maio, das 10h às 12h30 e das 14h30 às 17h30, com encerramento semanal às segundas e terças-feiras.
De junho a setembro estão abertos das 10h às 12h30 e das 14h às 18h, com encerramento semanal às segundas-feiras.