Em termos absolutos, os países onde há mais aquisições da nacionalidade por emigrantes portugueses são a Suíça e a França.
A aquisição da nacionalidade do país de destino não faz com que o português perca, para as estatísticas portuguesas, o estatuto de ‘emigrante’.
Apenas deixa de ser estrangeiro no país onde reside. “Esta mudança de estatuto tende a ser mais frequente quando a duração da estadia no destino se prolonga”, explica-se no relatório de 2016.
Acontece com mais incidência nos países de destino com uma história de emigração mais antiga e que mantiveram nas últimas décadas um fluxo de entradas significativo de novos emigrantes portugueses.
Depende ainda da maior ou menor dificuldade em aceder à nacionalidade do país de destino em função da lei de nacionalidade ali em vigor.
Em termos absolutos, os países onde há mais aquisições da nacionalidade por emigrantes portugueses são a Suíça (4 mil, em 2016) e a França (2,5 mil, em 2016), seguidos dos EUA (2 mil, em 2016) e do Luxemburgo (mil em 2016).
Os portugueses representaram mais de 15% dos estrangeiros que obtiveram a nacionalidade luxemburguesa, percentagem muito elevada mas mais baixa do que a de 2015.
O número de portugueses emigrados com estatuto de estrangeiro nos países de destino depende sobretudo da antiguidade do fluxo migratório e do regime de nacionalidade predominante nesses países.
De acordo com o documento, no Canadá havia apenas 26 mil portugueses emigrados com o estatuto de estrangeiro (nacionalidade portuguesa), embora aí residam 143 mil pessoas nascidas em Portugal (dados de 2016).
Ou que, nos EUA, esses valores fossem, respetivamente, de 55 mil e de 148 mil (em 2016).
Mais difícil na Alemanha
Em sentido contrário estão os países de destino com regimes de nacionalidade mais próximos do direito de sangue (naturalizações mais difíceis e tardias e herança da nacionalidade dos pais pelos filhos já nascidos no destino, pelo menos na fase inicial do ciclo de vida).
Destaquem-se os casos da Alemanha (136 mil com nacionalidade portuguesa e 112 mil nascidos em Portugal, em 2016), Luxemburgo (82 mil e 61 mil, em 2011), Reino Unido (213 mil e 131 mil, em 2016) e Suíça (269 mil e 216 mil, em 2016).
Em todos estes casos é provável a contabilização como estrangeiro de muitos filhos de emigrantes já nascidos no destino, habitual mas incorretamente apelidados de ‘segunda geração’.
É ainda possível, no caso do Reino Unido, que estejam contabilizados entre os imigrantes com nacionalidade portuguesa que não nasceram em Portugal um número significativo de portugueses de origem imigrante, nomeadamente de África.