Quando se fala em bacalhau de qualidade é inevitável mencionar o Grupo Rui Costa e Sousa & Irmão, S.A. como um dos maiores transformadores e comercializadores de Bacalhau Salgado Seco e demolhado ultracongelado do Mundo. “Somos o únicos grupo português, estabelecido na Noruega no Brasil, e EUA com empresas próprias” refere Rui Costa, o CEO do Grupo Rui Costa e Sousa. Ao longo destes 88 anos de existência, dado o Grupo se ter formado a partir da empresa Brites Vaz & Irmãos, o Grupo conquistou uma posição de referência no mercado do bacalhau com o portefólio de clientes espalhados por mais de 30 países e em que a exportação representa 60% do pescado transformado.
Assumindo sempre uma filosofia de seriedade e credibilidade, orgulha-se da relação de confiança e satisfação estabelecida com todos os seus parceiros de negócio, sempre na linha da frente e com um padrão de qualidade associado à marca. Na Gafanha da Nazaré – Aveiro, somos recebidos pelo fundador do Grupo – Rui Costa e Sousa, grupo, que congrega, a Andenes Fiskemottak, A.S. a primeira empresa portuguesa na indústria da pesca que inclui toda a cadeia de valor desde a captura até ao cliente final. A Andenes Fiskemottak, A.S, que a nossa reportagem já visitou, é uma estação de receção de peixe, detida pelo Grupo com 100% de capitais portugueses, em Andenes, na Noruega. A Rui Costa e Sousa & Irmão, S.A. a empresa-mãe do Grupo, tem sede social em Tondela, terra Natal do seu fundador o “Sr. Bacalhau” como é conhecido Rui Costa e Sousa.
Detentores de diversas marcas para comercializar os seus produtos, em que no segmento do salgado seco, utiliza as marcas Alta Qualidade, BomPORTO, Alavário e Brites. No segmento do demolhado ultracongelado, as marcas Sr. Bacalhau, BomPORTO e Brites. A empresa comercializa ainda o seu produto embalado em diversas marcas próprias de alguns clientes estratégicos. A génese destes Grupo remete-nos para empresa Brites Vaz & Irmãos, S.A. inaugurada em 1929 e, atualmente, é a seca mais antiga de Portugal. O Grupo orgulha-se de tê-la adquirido em Fevereiro de 1998. Feita a apresentação de quem já é sobejamente conhecido, Rui Costa e Sousa recebe-nos juntamente com o diretor industrial da empresa Guedes Vaz e refere “Não queremos ser grandes, queremos ser pequenos e fortes. Controlar toda a cadeia de valor e sermos reconhecidos internacionalmente pela qualidade do bacalhau”. Presença forte e em todas as edições do SISAB PORTUGAL Rui Costa e Sousa fala da empresa
Vamos falar do que é hoje o Grupo RCSI (Rui Costa Sousa &Irmão)…
Antes de iniciarmos falar sobre a nossa empresa, quero, atendendo à quadra festiva que se aproxima, dar a todos os nossos clientes espalhados pelo mundo e em muito em especial aos portugueses, que já nos deixaram há muitos anos, bem como os empresários que importam o nosso bacalhau as “Boas Festas e um Santo Natal”. São todos pessoas, de gerações mais antigas, habituadas às nossas tradições e, a degustar um Bom Bacalhau e para comer um bom bacalhau, que está no seu imaginário de gosto e prazeres, igual aos que os seus avós e pais confeccionavam, e orgulho-me de estar à frente de um Grupo de empresas que criei e, que tem esse bacalhau!
O grupo foi fundado há 41 anos, é hoje líder na transformação e comercialização de bacalhau em Portugal, produzindo cerca de 25 mil toneladas por ano e exportando para 36 países, de Timor e Macau à África do Sul, passando pela Austrália, Dubai, Coreia do Sul, Moçambique, Angola, França, Inglaterra, entre muitos outros. Incluindo a própria Noruega. Para o Brasil, onde começamos a operar em 2002 com a constituição da empresa Brascod, vai a “fatia de leão” das exportações do grupo – 60% da faturação de 80 milhões de euros por ano.
Nasceu em Portugal o seu grupo, e aqui se fortaleceu, mas a grande aposta foi controlar o pescado desde a captura, transformação e venda, dando grande preferência ao “mercado fora de portas”. Sente que quem comercializa o bacalhau em Portugal, junto do público consumidor virou “as costas a quem investiu e transforma o pescado” inundado o mercado, e falo da Distribuição Moderna; ou seja ”vendendo bacalhau sem a qualidade” que conhecemos em tempos idos e em que o fator preço é alvo de campanhas junto do público?
Somos o, único grupo que tem a qualidade garantida porque investimos na origem. Como o senhor sabe, (já que visitou a nossa unidade na Noruega), somos o único grupo português e o único grupo Ibérico, que está nesse país. E o melhor bacalhau do mundo é da Noruega e quem aprecia um bom bacalhau dá valor. Aí investimos 20 milhões de euros, temos duas fábricas, queremos o peixe pescado diariamente e o peixe maior vai para fazer a nossa marca “Sr. Bacalhau” e o mais pequeno vendemos em fresco para a Europa. Só para lhe dar o exemplo, temos um cliente em Espanha que compra 4000 T de Bacalhau, Escamudo e Arinca.
Falando no mercado português o bacalhau que anda aí é bacalhau de 2ª e 3ª qualidade, já que é importado directamente pela distribuição moderna da Noruega, e os Noruegueses tem bacalhau de primeira qualidade mas esse é vendido a altos preços para o Brasil, enquanto a Portugal, chega bacalhau de segunda e terceira escolha, enganando o consumidor, já que algumas das grandes superfícies o bacalhau que mais querem – é o que lhe dar o maior lucro, a qualidade para eles é factor secundário. Os portugueses andam a ser enganados. A diferença entre o nosso bacalhau e esse bacalhau está na qualidade, já que para a ter, é necessário investir e foi isso que fizemos.
E investiram na origem e depois nos grandes mercados consumidores como o Brasil e EUA recentemente…
Um bacalhau bom, de máxima qualidade, da Noruega para o mundo, é um produto premium. Exportarskrei, o exclusivo bacalhau fresco certificado da Noruega apenas disponível entre fevereiro e abril, para o mercado dos EUA foi a mais recente aposta do Sr. Bacalhau, e esperamos, já este ano, vender 300 toneladas deste produto premiu, diretamente, da Noruega para vários destinos do mercado norte-americano. O objetivo é chegar a novos mercados e a aposta reflete também o crescimento das exportações de peixe e crustáceos para os EUA, que passaram de cerca de 13 milhões para perto de 17 milhões em 2015, um aumento de 29%. De igual modo a venda de bacalhau seco e ultracongelado e registo que o Brasil (através da Brascod) e os EUA, tem um perfil de consumidores por via das emigrações, ainda habituados, a comprar e comer o bacalhau nos moldes tradicionais. Começamos a exportar para o Brasil nos anos 90, e quando vi o potencial deste país, logo pensei em montar uma empresa com a ajuda do fundador da empresa onde estamos, o Sr. Brites, hoje com 96 anos, um antigo emigrante que prosperou em Terras de Vera Cruz e hoje temos a Brascod onde está o meu sócio e irmão mais novo, Sérgio a viver 100% no Brasil.
Mas para falar do bacalhau fresco, o Skrei o Dr. Guedes Vaz nosso diretor industrial pode acrescentar mais…
Guedes Vaz: Para o Grupo RCSI, a exportação de skrei para os EUA é uma janela de negócio importantíssima, com um crescimento garantido. O interesse em explorar o novo mercado americano e consolidar também as exportações de bacalhau fresco para o mercado europeu, que se iniciaram em 2010! A primeira carga de skrei foi enviada para os EUA no início de fevereiro. Para isso, a empresa teve de passar nas apertadas regras de avaliação da Food and Drug Administration norte-americana, que certificou a fábrica de bacalhau na Noruega.
Durante apenas três meses em cada ano, o bacalhau fresco, denominado skrei, faz as delícias dos chefs de cozinha de todo o mundo, que o servem nas mais extravagantes criações gastronómicas. Os bancos do bacalhau passam à nossa porta a menos de 1H30 da fábrica e o peixe ainda chega vivo à fábrica.
O skrei está assim definitivamente na moda, não só na Europa mas também nos EUA, onde este bacalhau topo de gama se estreou em 2013 pela mão do próprio Conselho Norueguês das Pescas num evento especial em Nova Iorque. Os EUA são um país com poder de compra, um mercado maduro com 300 milhões de habitantes que não têm acesso a peixe com esta qualidade. O consumo resume-se a menos de 14 kg de peixe per capita, na maioria de aquacultura. Mesmo vindo de tão longe, de avião, o skrei chega dois ou três dias depois de ser capturado na Noruega. Também está nos nossos planos exportar skrei para outros mercados, como a América do Sul e o Brasil. Se conseguirmos a logística certa para chegarmos com o skrei ao mercado de Nova Iorque, para onde já enviamos bacalhau seco, garantidamente teremos sucesso e há mais-valias para o negócio.
Para fazer face aos custos crescentes da fábrica na Noruega, o Grupo decidiu aproveitar ao máximo todo o produto que vinha do mar, independentemente do tamanho do bacalhau: vender fresco o bacalhau e salgar os peixes maiores. O score da empresa é salgar bacalhau, não era vender fresco. No entanto, rapidamente percebemos que devíamos ter o melhor dos dois mundos. Há ainda outras vantagens. O peixe fresco paga-se a prazos muito inferiores – até dez dias – e o risco é menor. O salgado obriga a fazer stock e o seu valor pode baixar e subir várias vezes consoante o ambiente económico, que se repercute no negócio. Conhecemos muito bem o terreno que pisamos “sabemos onde estão as minas” e não pomos lá o pé, pois quem não souber o mais certo é ficar sem pernas.
Como Sr. Rui diz e bem isto é para profissionais e temos o Know How de ter andado antes 20 anos a carregar barcos, a comprar bacalhau aos diversos pescadores de fiorde em fiorde. Sabemos onde está a qualidade e a qualidade tem um pereço, paga-se não pactuamos com o que se passa em Portugal de vender bacalhau a saldo ou fazer campanhas que através do bacalhau arrastem os consumidores e os mesmos comprarem “gato por lebre”.
O consumidor nacional no entanto vai aprender e saber distinguir o “trigo do joio”?
O cliente não sabe o que está a comprar. Se o cliente soubesse o que está a comprar, não comprava um Kg de bacalhau nas grandes superfícies. Vai pelo seu aspeto, mas não sabe a transformação que o peixe têm e, as pessoas que gostam de bacalhau não podem ser enganadas. 80% das pessoas que compram bacalhau são enganadas!
Aquilo que estamos a transmitir como informação tem que ser transmitido ao consumidor e se necessitarem dessa informação ou conhecimento liguem-nos que informamos. Vendemos muito bacalhau no mercado nacional a lojas da especialidade, hotéis, restauração, ou seja a quem sabe dar o devido valor ao produto e está disposto a pagar o seu real preço.
Portugal é o sítio do mundo onde o bacalhau é mais barato! Eu não vendo para quem destrói o mercado que comercializarem o bacalhau abaixo do preço de custo. Compram fiado, recebem a dinheiro e pagam quando e como lhes apetece.
O barco já é grande falando num linguagem ligada ao mar, ou seja quantas pessoas emprega?
De momento na Noruega, no Brasil e em Portugal somos perto de 500 funcionários.