Localizada no município de Silves a FRUTAS MARTINHO é uma empresa de raiz familiar que se especializou na produção e embalamento de citrinos, nomeadamente laranjas, clementinas, tangerinas e limões. Fundada em 1989 pelo pai de Martinho Santos, acaba por fixar-se nestas instalações de S. Bartolomeu de Messines com um armazém de 800 metros quadrados e adquirindo uma máquina de embalar em segunda mão para fazer o mercado nacional.
Foi a excelente reputação desta empresa junto do mercado e dos produtores que fez com que rapidamente atingisse um patamar de conhecimento e qualidade ímpar que permitiram que viesse a ser aquilo que é hoje. Uma unidade moderna de embalamento instalada numa área superior a 14.000 metros quadrados, onde foram implantados sistemas de produção e qualidade que permitem uma melhoria de processos a fim de garantir que o produto final chegue ao cliente com as suas características e propriedades naturais preservadas.
Um caso sério na exportação
Martinho Santos, diretor geral da empresa conta-nos que apesar da evolução a empresa continua solidamente implantada na família “Os meus pais continuam a ser os responsáveis da empresa. A minha mãe juntamente com a minha irmã são responsáveis administrativas e financeiras. O meu pai continua a dar toda a assistência no campo, eu faço toda a parte comercial, tanto na vertente nacional como de exportação. Tenho um cunhado responsável pela área da produção interna” e confessa-nos ainda que os citrinos “sempre me correram nas veias” e que aos sete anos já acompanhava o pai a fazer os mercados tradicionais.
Fruto da evolução que a empresa tem sofrido, Martinho Santos recorda também a evolução ao nível da produção “Atualmente temos 200 hectares de produção própria e outros 600 que resultam de parcerias diversas”, refere ainda que a empresa tem-se tornado uma referência no mercado da exportação: “a exportação tem um peso bastante significativo e já representa 55% do valor total das vendas. Começou em 2013 quando submetemos aqui um projeto ao PRODER ampliando a estação e modernizando, adquirindo maquinaria nova e ampliando a capacidade de frio. Demos outra dimensão à área de embalamento”.
Para isto a produção própria foi muito importante pois “a nossa grande aposta é a produção própria embora continuemos a estar com os parceiros que já tínhamos, no entanto a produção própria é bastante importante o que faz com que se ganhem algumas sinergias. Queremos crescer porque temos condições físicas e humanas para tal, a empresa tem atualmente 70 trabalhadores do quadro e mais 85 no campo”, o que lhe permite uma estabilidade de produção indispensável à obtenção de bons resultados na exportação, respondendo às exigências dos mais diversos mercados internacionais.
Recorde-se que as Frutas Martinho marcam uma posição de destaque nos mais exigentes mercados europeus como recorda Martinho Santos: “Exportamos para França, Itália, Reino Unido Alemanha, Dinamarca e Noruega e Espanha, consumidores especiais da laranja D. João, uma variedade muito doce e de grande longevidade que praticamente só Portugal é que produz”.
Mas a capacidade exportadora desta empresa algarvia não se fica só pela europa, pois também o continente africano está em expansão, nomeadamente com Angola e Cabo Verde, e no mercado norte-americano o Canadá está a emergir como o grande consumidor dos citrinos portugueses.
A mágoa do Brasil
O Brasil que é um mercado natural para os produtos portugueses não importa citrinos do nosso país, apesar da sua qualidade ser reconhecida e haver importadores bastante interessados que de vez em quando insistem com a empresa para se poderem vir a fazer negócios.
Para Martinho Santos a questão que urge resolver é trabalho para as nossas autoridades: “Para o Brasil não exportamos porque não o podemos fazer, é um trabalho para as nossas entidades, nomeadamente a DGCP que terão de resolver porque não se trata de uma questão fito sanitária e é apenas uma mera questão política de protecionismo alfandegário. E no nosso caso é bastante mais grave porque se estão a vender citrinos portugueses no Brasil, mas com bandeira espanhola. Estamos a vender um produto nacional de excelência que está a ser conhecido como espanhol e está-se desta maneira a perder marca.
Pelo que conheço de outros produtos portugueses como a pêra rocha e a maçã que estão a ter um grande sucesso, os citrinos também o teriam. Temos clientes do Brasil que estão à espera que o problema se resolva para poder importar produtos com a qualidade que bem conhecem”.
Falta produto no Algarve…
Uma empresa como a “Martinho Frutas” está sempre atenta ao mercado e à possibilidade de novas linhas de exportação: “ A Arábia Saudita e o Médio Oriente são atualmente destinos interessantes até porque hoje em dia consegue-se colocar o nosso produto lá, em seis ou sete dias e é um mercado que consome frutos de pequeno calibre especialmente para os sumos, mas temos um grande problema, falta-nos produto. Toda a produção do Algarve em citrinos é insuficiente para o que o mercado absorve. Há mais capacidade de embalamento do que produto produzido – Todo o mercado europeu tem boas referências do produto português e nos últimos anos não tem havido crescimento de produção. Por isso o grande objetivo agora é manter os mercados onde estamos e sempre que possível ir penetrando noutros onde a oportunidade apareça, no futuro os citrinos Algarvios têm de aumentar a sua produção para se poder igualmente aumentar a exportação no futuro”.
Ficha da empresa
Valores: Desde a sua fundação em 1989, as FRUTAS MARTINHO trabalham na construção de uma relação honesta e transparente com seus clientes e fornecedores, buscando sempre a concretização de negociações justas, que possam contribuir para o desenvolvimento de todos os envolvidos no processo.
Datada fundação: 1989
Nº de trabalhadores: 70 no quadro; 85 no campo
Produção: 18.000.000 Ton.
Percentagem para exportação: 55%
www.frutasmartinho.com
+351 282 338 305