“Considerei que não tinha condições políticas e pessoais para continuar no exercício deste cargo”

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Na carta de demissão que apresentou ao primeiro-ministro, a ministra da Administração Interna diz que logo a seguir à tragédia de Pedrógão pediu “insistentemente” para sair.

Numa carta enviada ao chefe do Governo datada de ontem, Constança Urbano de Sousa diz que já tinha pedido para abandonar as funções de ministra da Administração Interna “logo a seguir à tragédia de Pedrógão”, mas que se manteve no cargo a pedido de António Costa.
“Logo a seguir à tragédia de Pedrógão pedi, insistentemente, que me libertasse das minhas funções e dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão. Fi-lo por uma questão de lealdade”, afirma na carta.
Constança Urbano de Sousa refere que na altura o primeiro-ministro pediu-lhe para continuar à frente da pasta Administração Interna “sempre com o argumento que não podemos ir pelo caminho mais fácil, mas sim enfrentar as adversidades, bem como para preparar a reforma do modelo de prevenção e combate a incêndios florestais, conforme viesse a ser proposto pela Comissão Técnica Independente”.
Acrescenta que deste junho deste ano aceitou manter-se em funções “apenas com o propósito de servir o páis e o Governo” que António Costa lidera, mas garante que durante os incêndios que assolaram Portugal no domingo passado e que foram extintos ontem, voltou a solicitar ao primeiro-ministro que aceitasse a sua demissão “logo após” o período “crítico” desses incêndios.
“Apesar de esta tragédia ser fruto de múltiplos fatores, considerei que não tinha condições políticas e pessoais para continuar no exercício deste cargo, muito embora contasse com a sua confiança”, justifica Constança Urbano de Sousa na carta enviada ao chefe do Governo, a quem informa estarem “esgotadas” as suas condições para se manter em funções.
“Apresento agora formalmente o meu pedido de demissão, que tem de aceitar, até para preservar a minha dignidade pessoal”, informa a António Costa.
O pedido foi hoje aceite pelo primeiro-ministro. “A ministra da Administração Interna apresentou-me formalmente a demissão em termos que não posso recusar”, escreve António Costa na nota enviada às redações. No comunicado agradece publicamente “a dedicação e empenho” com que (Constança Urbano de Sousa) serviu o País no desempenho das suas funções”.
O incêndio que deflagrou a 17 de junho deste ano no concelho de Pedrógão Grande, alastrou-se aos concelhos vizinhos de Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Ansião, Alvaiázere, Sertã e Pampilhosa da Serra, causando 64 mortos e 254 feridos.
Três meses depois, a 15 de outubro, inúmeros fogos atingiram vários concelhos no norte e centro do país, tendo levado a Autoridade Nacional da Proteção Civil a considerar aquela como “o pior dia do ano em matéria de incêndios”. Até ao momento, estão confirmados 41 mortos, havendo ainda a registar 71 feridos, dos quais 16 em estado grave, mas a RTP3 está a avançar com a notícia de que o número de mortos subiu para 42. após descoberta de nova vítima no concelho de Vouzela.

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