Implantado na aldeia e freguesia de Lindoso (concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo), o castelo está sobranceiro a terras de Espanha, numa posição dominante na serra, sobre a margem esquerda do rio Lima.
É um dos mais importantes monumentos militares portugueses pela sua localização e pelas novidades técnicas e arquitetónicas que a sua construção introduziu no panorama da arquitectura militar portuguesa medieval. Tem a forma de uma estrela quadrangular e exibe uma torre de menagem com cerca de 15 metros de altura. Restam ainda algumas cúpulas semi-esféricas nos ângulos da muralha, com frestas para o uso das armas de fogo.
Lugar estratégico
O lugar estratégico que é Lindoso esteve sempre relacionado com a defesa de passagem pela portela da Serra Amarela e pelo Vale do Cabril e à concepção de uma cintura defensiva ao longo da raia seca que confinava com o reino vizinho.
Percebe-se, por isso, que o rei D. Afonso III (1210-1279) o tenha mandado erguer: fazia parte do esforço de reforço do sistema defensivo das fronteiras, empreendido por aquele soberano.
Entre as obrigações dos habitantes da povoação, incluíam-se as de prover o alcaide de alimentos sob determinadas circunstâncias, sendo a ele vedado praticar quaisquer abusos contra esses mesmos habitantes. Foi mandado restaurar e ampliar por D. Dinis I (1261-1325), a quem alguns atribuem a torre de menagem, que nele residia durante as caçadas que fazia no Gerês.
À época da Guerra da Restauração da independência portuguesa do domínio espanhol – que se prolongou de 1640 a 1668 – o castelo readquiriu importância face à sua localização fronteiriça e foi aumentado para estar mais adaptado às novas tácticas ofensivas.
Por esta razão, no contexto das invasões portuguesas na Galiza por parte das forças militares do General das Armas de Entre-Douro-e-Minho, D. Gastão Coutinho, o castelo do Lindoso foi utilizado como base de apoio para as incursões das tropas sob o comando de Vasco de Azevedo Coutinho e de Manuel de Sousa de Abreu (em setembro de 1641).
As obras estariam concluídas por volta de 1666 – a data que está inscrita no lintel de uma das portas – escassos três anos depois de ter sido conquistado por tropas espanholas e, de novo, reconquistado pelos portugueses. O novo complexo defensivo atualizou a fortaleza, rodeando-a de uma estrutura em estrela, com altos taludes e fossos, e acesso por porta levadiça encimada por matacães. Apesar das alterações, a fortaleza conserva quase perfeita a sua arquitetura medieval.
Acredita-se que a sua guarnição tenha estado de prontidão no tempo das Guerras Napoleônicas, quando, em 1809, as tropas franceses sob o comando do general Soult, se concentravam em Ourense, nos preparativos para a invasão. Esta, todavia, veio a ocorrer por outro trecho da fronteira. Com a paz, perdida a função estratégico-defensiva, foi desguarnecido, entrando em processo de ruína. Em 1897, após ser vítima de devastações, foi parar às mãos do Ministério da Guerra, que o passou a utilizar como sede da Guarda Fiscal.
Recuperado e aberto ao público
No século XX, o conjunto foi classificado como Monumento Nacional por um decreto publicado em junho de 1910. A sua recuperação iniciou-se na década de 1940, através da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, com a reconstrução de panos de muralha e de ameias e a demolição de algumas estruturas no pátio de armas, entre outras obras. Hoje está recuperado e aberto ao público Recentemente fizeram-se ali trabalhos de prospecção arqueológica, no âmbito de um projeto mais vasto de estudo da região. Embora não possam ser datados com precisão, podem ser observados atualmente os vestígios da residência do alcaide, do quartel da guarnição, da capela, da cisterna e de um forno.