O Dia Mundial do Coração é assinalado hoje. Trata-se de uma iniciativa da Federação Mundial do Coração e que em Portugal é dinamizada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC). Um dia para lembrar que 60 por cento da população portuguesa não reconhece sintomas do enfarte, apesar de na faixa etária entre os 18 e os 79 anos, 55% apresentar pelo menos dois ou mais fatores de risco. Leia aqui quais são os fatores de risco, os sinais de alarme e as medidas a tomar para evitar as doenças cardiovasculares…
É fundamental perceber o que fazer, ou não fazer, para ajudar o coração a funcionar bem. Saber que poderá contribuir para estragar esta ‘máquina’ que em cada minuto bate 70 a 80 vezes, não pára enquanto dorme e responde prontamente às necessidades, é de importância vital.
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) lembra que as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em Portugal, representando 29,5% das mortes no país. Na população entre os 18 e os 79 anos, 55% apresenta pelo menos dois ou mais fatores de risco.
O ‘Retrato do risco cardiovascular em Portugal’, elaborado pela SPC concluiu que “mais de metade da população tem excesso de peso ou obesidade”, enquanto 40% da população “sofre de hipertensão arterial e 30% têm “colesterol muito elevado”. A SPC alerta ainda para a “prevalência de 13% de diabetes na população portuguesa, com idade entre os 20 e 79 anos”, e para o facto de um quarto da população ser fumadora.
As doenças cardiovasculares estão associadas a um conjunto de fatores de risco. “Alguns não podem ser modificados, como a hereditariedade, o sexo e a idade. Outros, pelo contrário, podem ser modificados com medidas de estilo de vida e medicamentos. Os principais factores de risco cardiovascular, sobre os quais pode agir a prevenção, são os seguintes: sedentarismo, hipertensão, tabagismo, stress, obesidade, diabetes, dislipidemia”, informa a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC).
É por isso que o rastreio se torna fundamental para avaliar o risco que se corre de vir a ter uma doença cardiovascular. E quanto mais precoce é o diagnóstico, maiores são as possibilidades de impedir o aparecimento ou o agravamento de doença cardiovascular, alerta a FPC.
Principais Sinais de Alarme
A Fundação Portuguesa de Cardiologia explica quis são os principais sinais de alarme para a uma possível doença cardiovasculares. “Agir a tempo são as palavras-chave para intervir com sucesso nas patologias cardíacas”, alerta a FPC.
Poderá estar a ter um ataque cardíaco se sentir:
– Desconforto no centro do peito: sensação estranha, que pode ser de desconforto, pressão, dor ou aperto – pode durar poucos minutos ou “ir e vir”
– Desconforto na parte superior do corpo: por exemplo, nos braços, pescoço ou estômago
– Falta de fôlego, náuseas, vómitos, suores frios
“Apesar de alguns ataques cardíacos serem bruscos e intensos, na maioria dos casos começam de forma lenta, apenas com uma leve sensação de desconforto no peito”, informa a FPC.
Se sentir algum destes sinais, ligue imediatamente o número de emergência 112.
Já a incidência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode ser real de subitamente sentir:
– Entorpecimento, formigueiro ou fraqueza na cara, braço ou perna (especialmente num dos lados do corpo)
– Sensação de confusão: dificuldade em falar e compreender
– Dificuldades de visão (em apenas um olho ou em ambos)
– Dificuldade em andar, equilibrar-se ou coordenar os movimentos.
– Dor de cabeça forte, sem causa aparente.
Nesse caso já sabe: ligue ou peça que liguem imediatamente o número de emergência 112
O que fazer para prevenir
Há uma série de rotinas que ajudam fortemente a prevenir as doenças cardiovasculares.
Uma delas é fazer exercício regularmente. “A atividade física pode salvar a vida, literalmente”, sublinha a FPC. Os benefícios de exercitar o corpo durante 30 a 60 minutos, vários dias por semana, são muitos, como reduzir o risco de doenças cardiovasculares; ajudar a controlar e a prevenir factores de risco como a pressão arterial alta, o colesterol elevado e a obesidade; ajudar a baixar os níveis de stress; aumentar a energia; melhorar o sono e a digestão; melhorar o bem-estar geral e estimula a procura de estilos de vida mais saudáveis.
Outro aspecto importante é fazer uma dieta equilibrada, algo que traz muitos benefícios: ajuda a controlar o seu peso; ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e de acidentes vasculares cerebrais (AVC); melhora as hipóteses de sobrevivência após um ataque cardíaco; ajuda a reduzir a tensão arterial para níveis mais baixos; baixa os níveis de colesterol no sangue; melhora o controlo dos níveis de açúcar no sangue; ajuda a proteger contra a diabetes, tipo 2; ajuda a proteger contra alguns tipos de cancro.
Sendo assim, o que comer?
“Acrescente vegetais e fruta às suas refeições ou lanches, numa base de pelo menos cinco porções por dia, conforme o recomendado pela Roda dos Alimentos” e “refira cereais e pão integral, sempre que possível, porque para além de serem mais saudáveis, ajudam-no a sentir-se mais saciado”, indica a FPC. Deve ainda evitar ingerir fritos, já que têm muita gordura e calorias, e consumir menor quantidade de carne, preferindo as aves e o peixe. Diminua ainda a ingestão de doces e produtos açucarados e varie os alimentos, sem esquecer as leguminosas e os frutos secos (estes, com moderação).
Não se esqueça também de beber muita água ao longo do dia, mesmo a acompanhar a refeição e coma várias vezes por dia, com intervalos regulares. Não ingira grandes quantidades de alimentos ao almoço e ao jantar: se fizer pequenos lanches a meio da manhã e da tarde tem mais facilidade em controlar o apetite.
E tome sempre o pequeno-almoço. “As pessoas que tomam o pequeno-almoço têm mais facilidade em manter um peso saudável”, sublinha a FPC.
Por fim, controle a sua tensão arterial, meça regularmente a sua pressão sanguínea. E, se for fumador, por mais difícil que lhe pareça, deixe de fumar. O tabagismo é um dos principais fatores de risco das doenças cardiovasculares.