A partir de domingo e até ao dia 28, alguns dos principais destinos turísticos da Região Centro de Portugal vão ser ‘descobertos’ ou reencontrados, pelos participantes do Encontro Internacional de Turismo 2017, uma organização do ‘Mundo Português’ e que celebra este ano a sua 22ª edição. Locais de uma beleza, história e tradição únicas e com um enorme potencial turístico e económico, que agentes turísticos de oito países e três continentes vão percorrer durante cinco dias…
Destinos emblematicos da região Centro de Portugal vão ser percorridos pelos participantes do Encontro Internacional de Turismo 2017 (EIT). O EIT (www.eit.pt) é um evento de sucesso cujo objetivo é dar a conhecer Portugal como um dos melhores destinos turísticos do Mundo, elegendo todos os anos uma região diferente onde se demonstra a oferta e potencialidades da mesma, reunindo o lazer, a gastronomia, a história, a modernidade e a cultura portuguesa. Este ano empresários do setor do turismo vindos de oito países, bem como alguns dos seus melhores clientes, líderes de opinião e amigos vão ‘encontrar-se’ com locais de grande beleza, como o Bacalhôa Budha Eden, A Mata e palácio do Bussaco, as ruínas romanas de Conímbriga e a Quinta das Lágrimas. E vão percorrer cidades como Coimbra, Ílhavo, Aveiro e Fátima.
O EIT foi criado em 1995 pelo ‘Mundo Português’, ciente da importância e do potencial que os portugueses residentes no estrangeiro têm enquanto turistas em Portugal. Esta é uma iniciativa que todos os anos elege uma região de Portugal como forma de a dar a conhecer aos agentes de viagem portugueses no estrangeiro e seus melhores clientes. Todos os anos percorre uma região de Portugal, na certeza de descobrir muito do Portugal ainda desconhecido por agentes de viagem, seus clientes e amigos, radicados no estrangeiro.
Ao longo de 22 edições participaram centenas de agentes de viagem e acompanhantes que descobriram várias regiões de Portugal Continental, Açores e Madeira e se renderam aos encantos do país na certeza de que, nos respetivos países de acolhimento, estas regiões, passaram a ser muito mais facilmente promovidas, quer junto dos seus clientes e líderes de opinião, quer mesmo junto dos turistas estrangeiros e os de origem portuguesa.
O Centro de Portugal está na moda…
Em junho último, dados do Instituto Nacional de Estatística revelavam que Portugal deverá receber mais de 21 milhões de turistas este ano. Em 2016, o páis acolheu 19,1 milhões de visitantes. O mesmo instituto revelou que o Centro de Portugal foi a região de turismo do país que mais cresceu em abril, relativamente ao mesmo mês de 2016. Os números revelavam um aumento “extremamente elevado” da procura pela região, em especial por parte de visitantes de fora de Portugal.
Um crescimento que continuou a registar-se nos meses seguintes, com os dados a confirmarem um aumento no número de dormidas de turistas estrangeiros. Por exemplo, no mês de junho, a região terá registado mais de 500 mil dormidas, revelou a Turismo Centro de Portugal. “Resultados de junho do Instituto Nacional de Estatística confirmam que o Centro de Portugal é, cada vez mais, o destino de eleição para turistas nacionais e estrangeiros”, destacava aquela entidade regional de Turismo num comunicado.
O relatório do INE referente à atividade turística em Portugal no mês de junho indicava que o Centro de Portugal registou um total de 536.447 de dormidas, “mais 14,04%, na comparação com o período homólogo de 2016”, destacava a Turismo Centro de Portugal. “Ou seja, o Centro de Portugal foi a segunda região do país que mais cresceu em número de dormidas em junho de 2016, mais 6,06% do que a média nacional”, valorizava aquela entidade mesma nota.
Os destinos do EIT 2017
Este ano, os destinos do EIT são variados, na paisagem e no património a visitar.
Na Quinta dos Loridos os participantes vão encontrar o maior jardim oriental da Europa, o impressionante Bacalhôa Buddha Eden. Com cerca de 35 hectares, o jardim foi criado em protesto contra destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi um dos maiores atos de barbárie cultural, apagando da memória obras-primas do período tardio da Arte de Gandhara. Entre budas, pagodes, estátuas de terracota e várias esculturas cuidadosamente colocadas entre a vegetação, estima-se que foram usadas mais de seis mil toneladas de mármore e granito para edificar esta obra monumental. A escadaria central é o ponto focal e onde os Buddha dourados dão as boas-vindas aos visitantes.
No lago central é possível observar os peixes KOI, e dragões esculpidos. Poderá ainda observar os cerca de 600 soldados de terracota pintados à mão, cada um deles único, encontrando-se alguns enterrados, tal como há 2.200 anos. O jardim de Escultura Moderna e Contemporânea proporciona um espaço tranquilo na natureza para apreciar arte moderna. Esta galeria em espaço aberto possui obras que são regularmente substituídas, proporcionando ao visitante experiências novas e interessantes, em cada visita.
A Quinta das Lágrimas, em Coimbra, vai proporcionar outro momento de rara beleza. Localizada na margem esquerda do Mondego, na freguesia de Santa Clara, ocupa uma área de 18,3 hectares em torno de um palácio do século XIX requalificado nos nossos dias como hotel de luxo. Nos seus jardins acumulam-se memórias desde o século XIV, tanto nos elementos construídos como nas árvores, nas lendas populares e na sua própria história. Neles se encontram as chamadas Fonte dos Amores e Fonte das Lágrimas. A quinta e as duas citadas fontes são célebres por terem sido cenário dos amores do príncipe D. Pedro (futuro Pedro I de Portugal) e da fidalga D. Inês de Castro, tema de inúmeras obras de arte ao longo dos séculos.
O documento mais antigo que refere a propriedade data de 1326, ano em que Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal mandou fazer um canal para levar a água de duas nascentes para o Convento de Santa Clara. Ao sítio onde saía a água chamou-se ‘Fonte dos Amores’, por ter presenciado a paixão de D. Pedro, neto da soberana, por Inês de Castro, fidalga galega que servia de dama de companhia à esposa de D. Pedro, D. Constança.
Abertos à visitação pública, os jardins da Quinta das Lágrimas, mantidos pela Fundação Inês de Castro, são membros da Associação Portuguesa dos Jardins e Sítios Históricos. Os 12 hectares de jardins botânicos da Quinta das Lágrimas são um verdadeiro museu vegetal onde estão expostos exemplares de árvores provenientes dos cinco continentes. As tradições populares dizem que o fantasma de Inês ainda percorre o jardim, eternamente em busca de D. Pedro…
E o que dizer de Ílhavo, onde há agricultura tradicional, mas também a faina marítima? Onde há um aquário de bacalhaus no museu municipal mais visitado do país, e ainda o farol mais alto de Portugal, a mais famosa fábrica de porcelana (Vista Alegre), um roteiro cultural que mostra casas e palheiros, e também barcos na ria e um passadiço junto ao mar. Os participantes no EIT 2017 vão encontrar uma terra colorida, visível nas fachadas das casas da Costa Nova e uma das praias mais cosmopolitas da costa portuguesa.
Com cerca de nove séculos e meio de vida documentada, Ílhavo é apontada por vários autores como sendo descendente de lendários navegadores, possivelmente fenícios, gregos ou então antigos navegadores dos mares do Norte e até romanos, que entraram pela foz do Vouga e estabeleceram-se nas suas margens, sendo os próprios ilhavenses, já muito cruzados com várias raças, igualmente invocados como os míticos fundadores de numerosas povoações marítimas.
Pelos Canais da bela ‘Veneza Portuguesa’
Outra etapa de “tirar o fôlego” será o passeio por Aveiro, conhecida como a ‘Veneza Portuguesa’, por causa dos seus canais. Reconhecida internacionalmente como a cidade-museu da Arte Nova em Portugal, Aveiro oferece “a oportunidade única de ver a arte ganhar vida nos mais belos edifícios do país”, apresenta o Turismo Centro de Portugal. É importante estar atento a pormenores como o ferro forjado em formas encantadas de flores e arabescos na Casa do Major Pessoa, os varandins e apontamentos florais da fachada do Edifício da Casa dos Ovos Moles e a estrutura imponente do Museu da Cidade. Inesquecível será ainda o passeio pela ria, nos tradicionais barcos moliceiros.
A ria de Aveiro, ou foz do Vouga, é como se chama o estuário do rio Vouga, paralelo ao mar, numa distância de 45 quilómetros e a uma largura máxima de 11 quilómetros, no sentido este–oeste de Ovar a Mira. Do seu entorno constam Aveiro, Ílhavo, Gafanha da Nazaré, Estarreja, Ovar, Murtosa, Vagos e Mira. De referir que a ria é o resultado do recuo do mar, com a formação de cordões litorais que, a partir do século XVI, formaram uma laguna que constitui um dos mais importantes e belos acidentes geográficos da costa portuguesa. A ria de Aveiro é bastante utilizada para fins turísticos. Os passeios de barco moliceiro acontecem nos quatro canais urbanos da Ria de Aveiro: o Canal Central, o Canal do Cojo, o Canal das Pirâmides e o Canal de São Roque, que permitem conhecer as principais atracções e monumentos da cidade.
Coimbra tem tanto encanto…
Será certamente outra visita inesquecível. O fado diz que “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”, talvez porque na memória de quem a visita permanece a sua imensa beleza.
Cidade da mais antiga universidade do país – e uma das mais antigas da Europa (foi fundada em 1290) – Coimbra tem ainda no seu património a imponente Sé Velha, o Jardim Botânico e o majestoso Mosteiro de Santa Clara.
“O berço das mais queridas tradições de Portugal, a região de Coimbra é o destino perfeito para se deixar envolver pelos segredos da natureza, percorrer a memória das mais bonitas histórias do nosso país e descobrir os tesouros do Baixo Mondego”, convida a Turismo do Centro de Portugal, acrescentando que visitar Coimbra “é fazer a história ganhar vida, participando em algumas das mais antigas tradições do país e descobrindo os tesouros do nosso passado”. Desde as ruínas de Conímbriga ao mais percorrido Caminho Português de Santiago, que passa por Coimbra, à anual Serenata naquela que é conhecida como a Cidade dos Estudantes, os viajantes mais curiosos têm uma oportunidade única nesta região para fazer parte da história através de rituais seculares, monumentos deslumbrantes e lugares mágicos.
Mas o EIT 2017 não poderia deixar de passar pelo Santuário de Fátima. Localizado na Cova da Iria, cidade de Fátima, é, por excelência, um local de peregrinação e devoção, preservando a memória dos acontecimentos que levaram à sua fundação, as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos em 1917.
O Santuário de Fátima é um dos locais mais sagrados do mundo. É também um dos mais importantes santuários marianos do mundo pertencentes à Igreja Católica e de maior destino internacional de turismo religioso, recebendo cerca de seis milhões de visitantes por ano. Foi distinguido com três rosas de ouro papais e visitado pelos Papas Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000), Bento XVI (2010) e, mais recentemente, Francisco (2017).
Será ali, aquele local de fé e recolhimento, a última etapa do EIT 2017.
Ana Grácio Pinto
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