A polícia de Londres revelou que a explosão desta manhã no metropolitano de Londres causou 22 feridos, na maioria com queimaduras, estando nove deles em estado grave.
A Lusa cita a agência Associated Press, para referir que dos 22 feridos que foram transportados para quatro hospitais e clínicas da zona, nove estão em estado grave ou em perigo de vida.
Segundo o Serviço Nacional de Saúde de Inglaterra (NHS England), 19 pessoas foram levadas para os hospitais em ambulâncias e e três foram por meios próprios. A BBC referiu há pouco que os oito pacientes que foram tratados no St Thomas’ Hospital já tiveram alta.
As chamas deflagraram ao início da manhã num balde de plástico colocado dentro de um saco depois de se ter sentido uma explosão. O objeto tinha sido colocado numa das carruagens de uma composição de metro, na estação de Parsons Green. O comboio tem capacidade para transportar 865 passageiros.
As autoridades já tinham anunciado que estão a lidar com um “ato terrorista” que provocou uma explosão e “bolas de fogo”. A meio da manhã, a Polícia Metropolitana emitiu uma declaração, através do seu porta-voz, onde revela que a explosão estava a ser encarada como “um incidente terrorista”, acrescentando que “oficiais do Comando de Contra Terrorismo da Polícia Metropolitana” estão a investigar a ocorrência.
“A polícia foi chamada, por volta das 8h20 desta sexta-feira, para a estação de metro Parsons Green, após relatos de um incêndio no comboio”, informou o porta-voz. O vice-comissário adjunto Neil Basu, coordenador nacional sênior do Comasndo de Contra Terrorismo, já declarou que a explosão está a ser encarada como “um incidente terrorista”, acrescentou. “Atualmente estamos conscientes de que uma série de pessoas sofreram lesões. É muito cedo para confirmar a causa do incêndio, que estará sujeito à investigação que está em andamento pelo Comando de Contra Terrorismo da Polícia Metropolitana”, lia-se ainda no comunicado divulgado pelo porta-voz da Polícia Metropolitana.
“Nem pensar em andar de metro”
Maria Noélia de Sousa reside há 29 anos, em Fulham, Londres, e diz que depois do atentado desta manhã dificilmente voltará a andar de metro na capital britânica. “Eu já tinha medo de andar de metro, mas depois disto, nem pensar”, explicou à agência Lusa a trabalhadora de limpezas, cuja principal preocupação na altura do atentado foi o estado dos filhos, que costumam usa a linha que foi esta manhã surpreendida por uma explosão.
“Estava no hospital quando soube o que se tinha mais passado e fiquei preocupada com a minha filha, que costuma apanhar o metro nessa altura”, explicou a madeirense, natural de Machique. A filha não assistiu ao atentado, e o filho, que geralmente apanha o metro da linha acidentada perto das 8h, hoje não tinha aulas e portanto ficou em casa. “Estou um bocadinho assustada. Fulham é uma área tranquila, mas uma pessoa já não se sente segura em lado nenhum”, desabafou a portuguesa em declarações à Lusa, em Londres, a cerca de 100 metros da estação de metro cuja circulação ainda se encontra suspensa.
Circulação parcialmente suspensa
O perímetro de segurança à volta da estação mantém-se em funcionamento, com cerca de 100 metros e todos os moradores e condutores que tenham a viatura dentro deste ‘cordão de segurança’ são acompanhados pela polícia, constatou a Lusa no local. Os helicópteros continuam a sobrevoar a zona, mas os bombeiros estão a afastar-se da estação de metro, o que parece indicar que há um redução da atividade e que a investigação está a caminhar para a fase final.
Parte da circulação na linha Distritct, sudoeste de Londres, onde se situa Parssons Green, foi parcialmente suspensa, entre as estações de Wimbledon e Earls Court. Um passageiro entrevistado pela BBC disse que ouviu uma “explosão muito forte” e que viu “pessoas com ferimentos leves, queimaduras na cara, braços e nas pernas”.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, convocou uma reunião de emergência em que vão estar presentes, durante a tarde, os principais ministros. No Reino Unido registaram-se vários atentados desde janeiro, como o ataque de março frente ao Parlamento, em Londres; o ataque no estádio Arena, em Manchester, no mês de maio; e em junho numa mesquita a norte da capital britânica.