A Cívica lembra que os portugueses residentes nas Antilhas francesas devem, administrativamente, estar inscritos no Consulado de Paris, mas questiona: “como podem inscrever-se com uma distância de 7.000 quilómetros?”
A Associação de Autarcas Portugueses em França, Cívica, insistiu na recriação de uma rede administrativa portuguesa nas Antilhas francesas, nomeadamente nas ilhas de Saint-Barthélémy e de Saint-Martin, recentemente devastadas pelo furacão Irma.
“A associação de autarcas de origem portuguesa conjuntamente com o Conselho das Comunidades Portuguesas de França solicita que haja uma reconstrução da rede administrativa portuguesa – a ser criada – nas Antilhas. Esses portugueses residentes nas Antilhas francesas devem, administrativamente, estar inscritos no Consulado de Paris, mas como podem inscrever-se com uma distância de 7.000 quilómetros?”, questiona a Cívica, em comunicado.
No documento, a associação indicou que esta “solicitação é bem antiga mas nunca foi tomada em consideração”, sugerindo permanências consulares, protocolo com câmaras municipais locais de serviço administrativo europeu e criação de um consulado honorário”.
“Os autarcas franceses de origem portuguesa estão disponíveis para divulgar os trabalhos realizados com outros países europeus no âmbito da cooperação administrativa europeia nas autarquias francesas”, acrescenta o comunicado.
A Cívica sublinhou, também, que “muitas vezes é necessária uma catástrofe para focalizar a realidade lusa noutra parte do mundo” e que o furacão IRMA atingiu ilhas onde residem “mais de 3.000 portugueses”.
A associação indicou que “após o drama”, o delegado da Cívica na Guadalupe, José Fernandes Rodrigues, “coorganizou uma rede de solidariedade para acolher as famílias portuguesas em trânsito no Aeroporto Internacional de Pointe-à-Pitre/Le Raizet, na Guadalupe.
A Cívica conta com “4.000 autarcas de origem Portuguesa em França”, refere a associação, tendo a delegação nas Antilhas Francesas sido criada em fevereiro de 2016.