Os portugueses que se encontrem em estâncias turísticas em Cuba estão a ser retirados para locais mais seguros pelas autoridades locais, devido à passagem do furacão Irma nas Caraíbas, disse à Lusa o secretário de Estado das Comunidades.
“As autoridades cubanas pediram-nos para transmitir que todos os cidadãos que se encontram em turismo naquela região serão deslocalizados para outros locais onde se prevê que não haja consequências de maior com a passagem do furacão”, afirmou José Luís Carneiro à Lusa, num novo balanço sobre a situação de portugueses afetados pelo Irma, o mais poderoso furacão atlântico numa década, e que já causou 10 mortos.
O gabinete de emergência consular está em contacto permanente com as autoridades locais e embaixadas e postos consulares, bem como com as agências de turismo portuguesas, que, por sua vez, contactam com as unidades hoteleiras.
“Os cidadãos [portugueses] em Punta Cana [República Dominicana] estão bem”, assegurou.
As autoridades portuguesas estão também “em contacto permanente” com as embaixadas dos Estados Unidos da América, devido à região da Florida, bem como com Cuba, Venezuela e México, “do ponto de vista diplomático e consular e mantendo os canais de comunicação com os serviços de proteção civil”.
Além disso, “foi estabelecido um canal de comunicação permanente com o gabinete de crise das autoridades francesas, que têm jurisdição em muitos destes territórios, e também com as autoridades suecas, que estão acreditadas nestas localidades”, acrescentou José Luís Carneiro.
O secretário de Estado explicou que o Governo desconhece quantos portugueses estão, em turismo, na região atingida, dado que as pessoas tendem a marcar as suas viagens “de forma muito particular”.
O governante recordou, por outro lado, que há mais de 250 mil portugueses inscritos na rede consular como residentes nos territórios que se encontram na rota deste furacão.
A larga maioria – 179.735 – estão na Venezuela, enquanto cerca de 70 mil vivem na Florida (EUA).
Segundo os dados oficiais, há 220 emigrantes na República Dominicana, 60 em Cuba, 165 em São Bartolomeu (San Barthélemy), 58 em Guadalupe, 54 em Martinica, 36 em Porto Rico e 19 em San Martin. Não há registo de portugueses no Haiti.
Sobre São Bartolomeu e Martinica, falta informação, devido ao corte de eletricidade e de comunicações.
Carneiro ressalvou no entanto que há muitos cidadãos nacionais que não estão inscritos nos serviços consulares.
O governante reiterou o apelo para que os portugueses utilizem a aplicação gratuita para telemóvel Registo Viajante, que “permite receber informações constantes dos pontos de situação destas crises de emergência e também enviarem um SOS em caso de necessidade de ajuda ou de proteção consular”.
O Irma é, segundo o instituto meteorológico Météo France, o mais longo furacão de categoria 5 na escala de Saffir-Simpson alguma vez registado no mundo, mantendo-se nesse grau, com ventos de 298 Km/hora, há mais de 33 horas.