Mais de 20 mil hectares de áreas protegidas arderam este ano, destruindo mais de metade do Monumento Natural das Portas de Rodão e da Paisagem Protegida da Serra da Gardunha.
Segundo o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 01 de janeiro e 31 de agosto terão ardido 20.781 hectares de espaços florestais da rede Nacional de Áreas Protegidas, com destaque para o Parque Natural do Douro Internacional pela maior extensão de área afetada (6.685 hectares, cerca de 7,7% da área total do parque).
Os incêndios destruíram 60% do Monumento Natural das Portas de Ródão e 52,9% da paisagem protegida da Serra da Gardunha (5.563 hectares ardidos), além de 7,2% do Parque Natural do Vale do Tua, com 1.784 hectares ardidos.
O relatório do INCF indica ainda que arderam 4,6% (4.109 hectares) da área do Parque Natural da Serra da Estrela, 4,5% (149 hectares) da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros e Bragança, 4% (288 hectares) da área do Parque Natural do Alvão e 1,3% (919 hectares) do Parque Natural da Peneda-Gerês.
As áreas protegidas terrestres ocupam, aproximadamente, 712 mil hectares e os terrenos submetidos ao regime florestal 523 mil hectares (55 mil em matas nacionais e 468 mil em perímetros florestais).
Até 31 de agosto de 2017, segundo a cartografia do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia (EFFIS/JRC), estima-se que arderam 13.796 hectares de terrenos submetidos ao regime florestal (cerca de 2,6%).
Segundo a mesma fonte, a única mata nacional afetada foi a da Covilhã, onde se estima que arderam 142 hectares (cerca de 35,8% da mata nacional)
Os incêndios florestais consumiram este ano mais de 213 mil hectares, o valor mais elevados nos últimos dez anos e duas vezes mais do que a média anual de área ardida para o mesmo período.
De acordo com o relatório provisório do ICNF, até 31 de agosto registaram-se um total de 12.377 ocorrências (2.652 incêndios florestais e 9.725 fogachos), que resultaram em 213.986 hectares de área ardida de espaços florestais.
Segundo os dados do ICNF, os piores anos de sempre em área ardida registaram-se em 2003 (425.839 hectares) e 2005 (339.089).