A Novarroz é uma empresa familiar Portuguesa, fundada em 1979. Contudo, a história da família no negócio do arroz teve início alguns anos antes, durante a década de 60, num pequeno moinho de água instalado à beira rio UL, com processo de produção tradicional e rudimentar. Se por um lado a evolução tecnológica foi enorme nos anos que se seguiram, o saber da tradição, a sua autenticidade e a paixão pela atividade continuam a ser os pilares de sucesso desta empresa familiar. Isso mesmo nos foi transmitido por André Coelho director de marketing e neto do fundador, numa visita que fizemos a Adães, Oliveira de Azeméis.
MP- É sempre interessante focar a história desta empresa que nasce nas margens do Rio UL
André Coelho- É verdade, a empresa Novaarroz é fundada em 1979, mas actividade da família já vem do meu bisavô na década de 50/60 e na altura o processo de descasque do arroz e branqueamento do arroz era feito num moinho de água e completamente rudimentar. No final da década de 60/70, aqueles que se dedicavam ao descasque de arroz, aqui na terra juntaram-se e foi criada um Sociedade de Industriais do arroz, da qual o meu avô ( e nesta fase já era o meu avô) fazia parte, era um dos associados. No pós 25 de Abril, alguns desses associados e começaram a montar as suas próprias empresas, o que foi o nosso caso, do meu avô com mais quatro sócios que fundaram a empresa. Desde então, temos vindo a crescer, já passamos por várias fases e neste momento a nossa estratégia passa sobretudo pela exportação.
MP- Ou seja a consolidação no mercado nacional está mais que consolidada e a Novarroz aposta agora mais na exportação?
AC- Sim é verdade o mercado nacional tem um consumo de arroz bastante alto, o mais alto da União Europeia, per capita ( cerca de 16 Kg) e é um mercado maduro. Existe pouca margem de crescimento quer ao nível do consumo, quer de quota de mercado, até porque as marcas presentes no mercado estão bem estabelecidas. Como estamos perante um negócio de volumes, a estratégia em 2011 por forma aumentar o volume de vendas, passou pela aposta na exportação. Começamos em 2011, com um volume de vendas bastante reduzido, que correspondia entre 4 a 5% da nossa produção e era, quase exclusivamente para o Marcado da Saudade e países Africanos de expressão portuguesa Neste momento já vendemos para mais de 50 países e, a exportação já representa 50% do nosso negócio.
MP- Qual a facturação da Novarroz e quantas pessoas emprega?
AC- A nossa facturação superou os 34 milhões de euros no ano transacto. A Novaarroz emprega 90 pessoas
MP- Voltando ao arroz e às regiões onde compram o cereal podemos dizer que em Portugal mas tem que recorrer aos mercados internacionais?
AC- Compramos em Portugal em todas as regiões produtoras e atendendo a outras variedades também compramos nos mercados internacionais. Focando-nos no processo de exportação a Novarroz , no processo de internacionalização focou-se em duas vertentes: por um lado a valorização, das variedades nacionais e, esta aposta acaba por valorizar toda a fileira do arroz em Portugal. Por outro lado no desenvolvimento de produtos de valor acrescentado, existe investigação e investimento que fogem ao arroz tradicional ( caso do Easy Rice Natura). Temos nos focado nas especialidades de arroz, mercado do Sushi, mercado do Arroz Basmati, variedade exóticas
MP- Ou seja a Novarroz soube-se adaptar às exigências internacionais?
AC- Exactamente e sempre com a imagem de uma empresa que lança produtos novos. Temos mais de 40 referências em 9 marcas!
MP- Voltando aos mercados internacionais a Novarroz vai apostar em mais mercados?
AC- Se a nossa estratégia inicial passou mais por uma expansão, agora queremos congregar esforços em mercados que são mais rentáveis e, onde vemos mais potencial para crescer. Nesse sentido vamos focar-nos essencialmente nos EUA e Canadá e porquê? Porque esses países estão despertos para produtos de valor acrescentado. Não podemos ir competir com gigantes produtores de arroz, mas apostar nas características inovadoras do produto e daí a nossa aposta em desenvolver novos produtos, entender as necessidades dos mercados e adaptar a nossa oferta e joga a nosso favor sermos uma empresa com grande conhecimento do produto, sermos uma empresa familiar, de media dimensão, continuamos a ser bastante flexíveis a tomar decisões e a adaptar o nosso processo de produção ás necessidades dos nossos clientes. E os nossos clientes valorizam isso.
MP- Logicamente já passaram aquela fase do mercado da saudade do mercado dos portugueses residentes no estrangeiro?
AC- É um facto mas continuamos a apostar e valorizar o dito mercado da saudade, que continua a ser muito importante para a Novarroz. O arroz que à partida pode parecer um produto básico e disponível em qualquer país, no caso do consumidor português, quando está a residir fora, compra o arroz que está disponível nesses mercado mas sabe que existem diferenças no arroz português. É importante que este mercado se mantenha.
A empresa atualmente
A estratégia de crescimento e melhoria constante, e os diversos investimentos realizados durante as últimas décadas, colocam hoje a Novarroz entre um dos principais produtores de arroz da Europa, quer em termos de volumes de produção quer a nível da qualidade do processo de fabrico.
O processo de fabrico de arroz de qualidade superior começa bem cedo, ainda no campo: a Novarroz mantém parcerias de longa duração com os principais orizicultores portugueses, selecionando as sementes de maior qualidade para cada variedade, e realizando um acompanhamento de todo o processo, desde a sementeira até à colheita.
A missão no entanto manteve-se desde o início: colocar na mesa do consumidor o arroz de melhor qualidade do mercado. A visão, tornar a marca Novarroz um símbolo de qualidade reconhecido internacionalmente. Atualmente, a Novarroz tem uma capacidade de produção de 15 toneladas por hora, 360 toneladas por dia, e utiliza no seu processo de produção a tecnologia mais avançada do mercado.
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