Nas conversas que mantive com o Professor Mariano Gago (1948-2015) – o então ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, nas tardes em fins-de-semana no terraço do Bar do Hotel Palácio do Estoril, aquele que considero ter sido o ministro da Ciência com mais visão no futuro que Portugal já teve, não tinha dúvidas: se o nosso país não investir em força no ensino superior, ficaremos para trás.
Se considerarmos os meios à disposição da investigação em Portugal, chegamos a uma conclusão – embora não satisfaça os investigadores que precisam de mais apoios, o nosso país pode orgulhar-se de fazer parte de um grupo que está na linha da frente. São inúmeras as áreas em que os nossos investigadores têm dado provas, que muito nos honram e orgulham. O ensino clássico é importante, mas não é a prioridade do momento; as nossas universidades não se podem desviar da “rota do conhecimento” nas tecnologias do futuro, que serão determinantes para nos colar aos da linha da frente da grande revolução que será a inteligência artificial, e toda a alteração que vai estar associada a magia tecnológica que estará ao dispor do homem num curto espaço de tempo. E onde uma só geração “25 anos” pode fazer toda a diferença.
Não terei dúvidas de que em 2050, para mais de 70% das profissões ainda ninguém sabe o nome; e que atualmente 90% da nossa população não saberia lidar com elas.
A produção alimentar, também não pode ser deixada para trás. Portugal tem os maiores recursos marítimos de toda a União Europeia e uma vasta área agrícola completamente desaproveitada. Quase 80% do pescado que consumimos é importado e cerca de 60% dos produtos agrícolas também, o que nos torna dependentes e vulneráveis ao nível alimentar.
A Universidade do Algarve (UALg) e a SPIC ‘Creative Solutions’ desenvolveram uma tecnologia que permite a projeção holográfica da figura humana em tamanho real, que terá a possibilidade de interação com o público. O projeto consiste na projeção de um vídeo em alta definição que visualiza um holograma de uma pessoa, num cenário ao vivo ou dentro de uma estrutura fechada. A personagem poderá ter a função de rececionista, de relações públicas de uma empresa, ou de qualquer um outro evento, podendo interagir dinamicamente em funções de informação que sejam solicitadas pelo utilizador, servindo de guia orientador e de fonte de informação útil.
O holograma foi criado em 360 graus, permitindo aos utilizadores a visualização da personagem de qualquer ângulo. O produto pode ser equipado com sensores volumétricos para deteção de movimentos e de ligação à Internet, permitindo a interação por tablet ou smartphone.
Uma outra utilidade é a possibilidade de se poder efetuar presenças virtuais como teleconferências em tempo real. Embora em fase de investigação, a Universidade do Algarve está de parabéns e junta-se à de Aveiro, Minho e Porto que noutras áreas convergentes como a Astronomia, Astrofísica e Física de Materiais, também estão envolvidas em dois grandes projetos científicos mundiais do momento: o E-ELT e SKA, os dois maiores telescópios até hoje. Num futuro próximo, que não será muito longínquo, talvez para o final deste século, hologramas com os feitos dos humanos serão enviados para a Via Látea para dar a conhecer os prodígios da nossa Civilização, onde não faltarão as grandes estruturas por nós construídas, com as grandes pontes, torres e metrópolis como Nova York, estádios e outros pontos que a tecnologia humana conseguiu atingir. Para não assustar os (possíveis) contatos, vamos omitir muitas das coisas negativas em que o homem tem sido protagonista, tais como as guerras que não conseguiu evitar e a agressão ao seu lar e habitat, o Planeta Terra, que levou à extinção de milhares de espécies e outras que estão na iminência de também desaparecerem. Não sou determinista, mas acredito que muitos dos acontecimentos negativos se enquadram em danos colaterais a que a História da Humanidade sempre esteve sujeita e que os humanos não conseguiram evitar.
O homem deu nos últimos 100 anos um inacreditável salto em tecnologia, mas também no conhecimento de si próprio e ultrapassou de longe as muitas civilizações que nos procederam- algumas conhecidas e outras que lhes perdemos o rasto. Os custos em apenas um século foram muito elevados: mais de mil milhões de vítimas de guerras, perseguições e fome. Entre as poucas coisas positivas que temos para impressionar civilizações, com quem possamos contatar virtualmente através do holograma, será o desporto que vai mantendo um débil equilíbrio entre as Nações, refreando ódios e beligerância. E tendo muitas vezes sido determinante no apaziguamento de tensões e no contato entre os povos, em especial o mais popular e universal dos desportos no planeta, que é o futebol. Acredito, se um holograma fosse neste momento enviado para dar a conhecer o “futebol” que move biliões de terrestres, a figura escolhida neste momento seria a de um português. Pela estatura física e popularidade como o melhor futebolista do Mundo, Cristiano Ronaldo corresponderia facilmente a um questionário Universal e cairia sobre ele a escolha do melhor futebolista de todos os tempos.
Não obstante muitos cortes que têm afetado as nossas universidades, a investigação científica em Portugal tem passado pelos intervalos da chuva e vai marcando pontos, mas temos que ir um pouco mais além, como já referi em muitos dos meus artigos e crónicas. O desenvolvimento é o único veículo que leva à criação da riqueza e esta só tem uma fonte que o alimenta: as universidades. Alguns dos nossos melhores investigadores, que a crise obrigou a partir, neste momento estão em destaque em todo o mundo. Não podemos perder tempo, é preciso traze-los de volta.Obs: A Mariano Gago, o Ministro da Ciência com uma grande visão no futuro; foi ele que juntou Portugal, aos países da linha da frente na investigação científica.
Nas conversas que mantive com o Professor Mariano Gago (1948-2015) – o então ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, nas tardes em fins-de-semana no terraço do Bar do Hotel Palácio do Estoril, aquele que considero ter sido o ministro da Ciência com mais visão no futuro que Portugal já teve, não tinha dúvidas: se o nosso país não investir em força no ensino superior, ficaremos para trás.
Se considerarmos os meios à disposição da investigação em Portugal, chegamos a uma conclusão – embora não satisfaça os investigadores que precisam de mais apoios, o nosso país pode orgulhar-se de fazer parte de um grupo que está na linha da frente. São inúmeras as áreas em que os nossos investigadores têm dado provas, que muito nos honram e orgulham. O ensino clássico é importante, mas não é a prioridade do momento; as nossas universidades não se podem desviar da “rota do conhecimento” nas tecnologias do futuro, que serão determinantes para nos colar aos da linha da frente da grande revolução que será a inteligência artificial, e toda a alteração que vai estar associada a magia tecnológica que estará ao dispor do homem num curto espaço de tempo. E onde uma só geração “25 anos” pode fazer toda a diferença.
Não terei dúvidas de que em 2050, para mais de 70% das profissões ainda ninguém sabe o nome; e que atualmente 90% da nossa população não saberia lidar com elas.
A produção alimentar, também não pode ser deixada para trás. Portugal tem os maiores recursos marítimos de toda a União Europeia e uma vasta área agrícola completamente desaproveitada. Quase 80% do pescado que consumimos é importado e cerca de 60% dos produtos agrícolas também, o que nos torna dependentes e vulneráveis ao nível alimentar.
A Universidade do Algarve (UALg) e a SPIC ‘Creative Solutions’ desenvolveram uma tecnologia que permite a projeção holográfica da figura humana em tamanho real, que terá a possibilidade de interação com o público. O projeto consiste na projeção de um vídeo em alta definição que visualiza um holograma de uma pessoa, num cenário ao vivo ou dentro de uma estrutura fechada. A personagem poderá ter a função de rececionista, de relações públicas de uma empresa, ou de qualquer um outro evento, podendo interagir dinamicamente em funções de informação que sejam solicitadas pelo utilizador, servindo de guia orientador e de fonte de informação útil.
O holograma foi criado em 360 graus, permitindo aos utilizadores a visualização da personagem de qualquer ângulo. O produto pode ser equipado com sensores volumétricos para deteção de movimentos e de ligação à Internet, permitindo a interação por tablet ou smartphone.
Uma outra utilidade é a possibilidade de se poder efetuar presenças virtuais como teleconferências em tempo real. Embora em fase de investigação, a Universidade do Algarve está de parabéns e junta-se à de Aveiro, Minho e Porto que noutras áreas convergentes como a Astronomia, Astrofísica e Física de Materiais, também estão envolvidas em dois grandes projetos científicos mundiais do momento: o E-ELT e SKA, os dois maiores telescópios até hoje. Num futuro próximo, que não será muito longínquo, talvez para o final deste século, hologramas com os feitos dos humanos serão enviados para a Via Látea para dar a conhecer os prodígios da nossa Civilização, onde não faltarão as grandes estruturas por nós construídas, com as grandes pontes, torres e metrópolis como Nova York, estádios e outros pontos que a tecnologia humana conseguiu atingir. Para não assustar os (possíveis) contatos, vamos omitir muitas das coisas negativas em que o homem tem sido protagonista, tais como as guerras que não conseguiu evitar e a agressão ao seu lar e habitat, o Planeta Terra, que levou à extinção de milhares de espécies e outras que estão na iminência de também desaparecerem. Não sou determinista, mas acredito que muitos dos acontecimentos negativos se enquadram em danos colaterais a que a História da Humanidade sempre esteve sujeita e que os humanos não conseguiram evitar.
O homem deu nos últimos 100 anos um inacreditável salto em tecnologia, mas também no conhecimento de si próprio e ultrapassou de longe as muitas civilizações que nos procederam- algumas conhecidas e outras que lhes perdemos o rasto. Os custos em apenas um século foram muito elevados: mais de mil milhões de vítimas de guerras, perseguições e fome. Entre as poucas coisas positivas que temos para impressionar civilizações, com quem possamos contatar virtualmente através do holograma, será o desporto que vai mantendo um débil equilíbrio entre as Nações, refreando ódios e beligerância. E tendo muitas vezes sido determinante no apaziguamento de tensões e no contato entre os povos, em especial o mais popular e universal dos desportos no planeta, que é o futebol. Acredito, se um holograma fosse neste momento enviado para dar a conhecer o “futebol” que move biliões de terrestres, a figura escolhida neste momento seria a de um português. Pela estatura física e popularidade como o melhor futebolista do Mundo, Cristiano Ronaldo corresponderia facilmente a um questionário Universal e cairia sobre ele a escolha do melhor futebolista de todos os tempos.
Não obstante muitos cortes que têm afetado as nossas universidades, a investigação científica em Portugal tem passado pelos intervalos da chuva e vai marcando pontos, mas temos que ir um pouco mais além, como já referi em muitos dos meus artigos e crónicas. O desenvolvimento é o único veículo que leva à criação da riqueza e esta só tem uma fonte que o alimenta: as universidades. Alguns dos nossos melhores investigadores, que a crise obrigou a partir, neste momento estão em destaque em todo o mundo. Não podemos perder tempo, é preciso traze-los de volta.Obs: A Mariano Gago, o Ministro da Ciência com uma grande visão no futuro; foi ele que juntou Portugal, aos países da linha da frente na investigação científica.
Não obstante muitos cortes que têm afetado as nossas universidades, a investigação científica em Portugal tem passado pelos intervalos da chuva e vai marcando pontos, mas temos que ir um pouco mais além |