A Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny é hoje uma instituição de ensino superior que conta, entre o seu público estudantil, com alunos lusodescendentes, maioritariamente da Venezuela e da África do Sul, além de ter ainda alunos estrangeiros sem laços familiares portugueses.
Para além da licenciatura, a Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny (ESESJC) oferece uma pós-licenciatura e e uma pós-graduação em diversas áreas da Saúde e ainda um mestrado em em Enfermagem Médico-Cirúrgica.
E brevemente passará a Escola Superior de Saúde, como revela a Professora Doutora Merícia Bettencourt, presidente do Conselho de Direção da ESESJC.
Qual a oferta da Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny em termos de áreas de formação?
A área central de formação da nossa instituição é, na atualidade, a de Enfermagem. No entanto, brevemente a Escola passará a Escola Superior de Saúde. Na área de Enfermagem temos:
– formação a nível do 1º Ciclo (licenciatura), com quatro anos de duração e 240 ECTS (European Credit Transfer System). Esta formação tem 50% de componente teórica e 50% de prática. Na componente teórica são abordados temas que permitem a compreensão do homem desde que nasce até ao fim de vida no seu desenvolvimento normal e quando acometido de doença ou acidente. A componente prática é desenvolvida em centros de saúde e em serviços de internamento dos serviços de saúde da Madeira, de Portugal Continental e nalguns casos no estrangeiro.
-formação pós-graduada em diferentes áreas consoante os indicadores de saúde da população e as necessidades expressas pelos próprios enfermeiros ou entidades prestadoras de cuidados.
-formação a nível de pós-licenciatura – saúde infantil e pediatria, reabilitação, saúde mental e psiquiatria, saúde comunitária – e de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica, formação esta que pelo feedback obtido tem contribuído para o fortalecimento das equipas e melhoria do padrão de cuidados prestados.
Para além da formação teórica, há um foco na oferta laboratorial?
Sim, a Escola dispõe de um muito bom laboratório de práticas, elogiado pela nossa comunidade académica e por quem nos visita. Consideramos que a transposição dos conhecimentos teóricos para o contexto real da prestação de cuidados, no respeito pelos doentes, implica a demonstração das diferentes técnicas pelos professores, a possibilidade de treino pelos estudantes e a prática simulada.
Esta prática simulada desenvolve-se nos nossos muito bem dotados laboratórios, com recurso a casos e cenários criados pelos docentes e inspirados no que acontece no dia-a-dia dos serviços de saúde e face aos quais os estudantes tentam resolvê-los mobilizando técnicas de relacionamento humano, como a entrevista de ajuda (laboratório de comunicação) ou aplicando técnicas instrumentais e relacionais em simultâneo. A avaliação subsequente da prática simulada permite ao estudante se confrontar com as eventuais lacunas e proceder ao seu aperfeiçoamento. Os receios de se confrontar com as situações ficam um pouco mais diminuídos e o estudante mais disponível para atender a pessoa doente e a sua família.
Existe procura de formação por parte de lusodescendentes? De que países?
O público lusodescendente que tem escolhido a nossa instituição para se formar tem sido sobretudo oriundo da Venezuela e da África do Sul, países de destino de muitos dos emigrantes madeirenses. No entanto, dada a qualidade do nosso ensino nos aspetos teóricos, práticos, assim como a segurança que a nossa ilha oferece, pensamos que é uma instituição na qual as famílias portuguesas emigradas podem ter confiança absoluta em sugerir aos seus familiares para que optem pela Escola Superior de Enfermagem S José de Cluny para a sua formação superior. A Escola também dispõe, em edifício anexo, de uma residência de estudantes, a um preço económico, o que é um fator facilitador para os estudantes deslocados.
A Escola tem alunos estrangeiros sem laços familiares portugueses?
Os nossos estudantes estrangeiros sem laços familiares portugueses estão, sobretudo, inseridos no ‘Programa Erasmus+’ oriundos de Espanha e Turquia. Os estudantes provêm do curso de licenciatura, de mestrados e de doutoramentos. Os estudantes de mestrado e doutoramento escolhem a nossa instituição para perceberem o sistema de saúde de Portugal, da região e desenvolverem investigação. São uma mais-valia pois, dado o seu nível avançado de formação, interagem muito com os docentes e com os enfermeiros dos contextos clínicos das instituições de saúde nossas parceiras. Os estudantes fazem avaliações muito positivas acerca do nosso apoio, do nível de formação e dos nossos laboratórios. Elogiam também a nossa ilha, o clima e atividades que conseguem fazer, como os passeios nas levadas e os cruzeiros na costa madeirense.
Qual a mais-valia de uma formação na Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny?
Os estudantes que se formam na nossa Escola têm a certeza de que se formam numa instituição com 68 anos de experiência na formação de enfermeiros, com um corpo docente próprio e qualificado, que conta com o contributo de peritos externos em diferentes temáticas, com possibilidade de fazer os seus estágios nos serviços de saúde da região, do país e do estrangeiro. Neste último caso, através do ‘Pprograma Erasmus+’ ou através de protocolos individuais, consoante a preferência dos estudantes.
Além disso o curso de licenciatura em enfermagem obteve a acreditação máxima pela Agência de Acreditação do Ensino Superior e possuímos um Sistema Interno de Garantia da Qualidade certificado. Por outro lado, o nosso projeto educativo assenta em princípios e valores humanistas, pois consideramos que, para além de estarmos a formar para uma profissão, estamos a formar cidadãos para o mundo.
Realizam projetos na comunidade local e outros em parceria com outras entidades. Como funcionam?
A Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny tem sido muitíssimo solicitada para ser parceira com várias instituições de saúde, de cariz social ou de outra natureza, como por exemplo o maior clube de futebol da região: o Clube Sport Marítimo. Habitualmente, celebramos acordos sob a forma de protocolos em que se estabelecem a natureza da cooperação e respetivas responsabilidades. Ao longo do ano desenvolvem-se as atividades com grande empenho de docentes, estudantes, funcionários, monitorizam-se as atividades e procede-se à respetiva avaliação. Estas parcerias permitem que os nossos estudantes desenvolvam competências transversais muito úteis nos dias de hoje, ao mesmo tempo que a sociedade beneficia do nosso contributo. Constitui sem dúvida uma marca da nossa Escola e até um mecanismo que nos permite uma maior visibilidade.