Ilídio Monteiro Flores, natural de Amarante, foi agora, aos 50 anos, reeleito pela Aliança de Esquerda, tendo sido o terceiro candidato mais votado.
Ilídio Monteiro Flores viveu sempre em Suolahti, uma pequena cidade no centro da Finlândia com 5.000 habitantes e onde moravam apelas três portugueses, quando lá chegou. Em 2000 foi convidado a fazer parte como independente, da lista da Aliança de Esquerda, na candidatura à autarquia local. Aceitou e ficou a cinco votos de ser eleito. Em 2004 decidiu não se recandidatar, mas voltou à vida política em 2008, já depois da localidade de ter fundido com outras duas cidades e ter passado a chamar-se Äänekoski, localidade com 20 mil habitantes. Candidatou-se então pelo Partido Comunista Finlandês, mas ainda não seria dessa vez que iria integrar um executivo autárquico.
A vitória chegou nas eleições de 2012, quando voltou a candidatar-se pela Aliança de Esquerda. “Foram momentos de alegria vividos com a família e com os amigos. Além de ser o primeiro português a ser eleito na Finlândia, fui o primeiro de origem estrangeira a ser eleito em Äänekoski. Fiquei com o pelouro da Cultura e do Desporto”, recorda agora Ilídio Flores ao ‘Mundo Português’, na sequência da sua reeleição.
Resultados “excelentes”
A manutenção no executivo camarário confirmou-se com os resultados obtidos nas eleições de 9 de abril deste ano. “Os resultados foram excelentes, a Aliança de Esquerda subiu em Äänekoski 6%, elegeu 10 vereadores, mais três do que em 2012, e eu tive uma vitória pessoal. Dos 31 candidatos da lista do meu partido, fui o terceiro mais votado”, revela o vereador.
Ilídio Monteiro Flores duplicou os votos de 2012, de 68 para 138, e atribui a vitória “ao trabalho realizado na câmara pela Aliança de Esquerda, durante os últimos quatro anos, em prol da população”. “Acredito que consegui a reeleição porque as pessoas dão valor ao que faço, é uma prova de confiança, e também porque cumpri as promessas que já tinha feito anteriormente, como por exemplo, o apoio aos idosos do lar que estão muito esquecidos pelas famílias. Passeio com eles todas as semanas”, destaca.
A viver há 28 anos na Finlândia, o português, natural de Amarante, é monitor do ensino especial e trabalha como assistente pessoal de um aluno. Foi ainda o fundador da escola de futebol num dos clubes atléticos da cidade, onde se mantém como responsável, sendo treinador, em regime de voluntariado, das crianças de 10 e 11 anos, várias delas oriundas de famílias carenciadas. “A pobreza também já chegou a estas paragens”, sublinha.
Diz que no seu primeiro mandato, foi responsável pela construção de um campo de relva sintética, pela restauração do ginásio anexo as piscinas e pela construção de uma escola secundaria, entre outras obras. No que diz respeito ao pelouro da Cultura e do Desporto, no mandato que agora iniciou pretende que seja construído um campo de hóquei no gelo e um pavilhão gimnodesportivo, “tão esperados pelos praticantes dos diversos desportos”. “Também vamos construir uma escola do ensino básico”, promete.
Ana Grácio Pinto