Sardoal: avila ribatejana que já não tem touros nem toureiros

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O próprio Gil Vicente na Tragicomédia pastoril da Serra da Estrela homenageia a terra, o que leva muitos naturais a concluir que o dramaturgo seria natural do Sardoal.

O Sardoal é uma bonita vila, na região Centro de Portugal, situada entre a lezíria Ribatejana e a paisagem serrana da Beira, muitas vezes apelidada de “Vila Jardim” e bem se pode ver porquê.
A vila é um imenso casario branco adornado de faixas coloridas e muitas flores, fazendo lembrar a arquitectura típica da região Alentejana, e que vai descendo desde o topo da colina onde se situa, com bonitas ruas calcetadas com seixos retirados do rio.

Origens bastante remotas
As origens do Sardoal são bastantes remotas, com diversos vestígios de presença humana desde tempos muito antigos, como alguns objectos de pedra polida encontrados no alto de São Domingos, e vestígios de uma povoação antiga no Lugar de Cabeça de Mós, bem como um troço de uma calçada Romana, a Sul de Valhascos e outro próximo da Ponte de São Francisco. Pelo que se sabe, os Mouros terão conquistado o território aos Visigodos em 716, que ocuparam até 1148, ano em que D. Afonso Henriques terá ocupado o Sardoal.
Aqui nasceu a Infanta D. Maria, Filha de D. Duarte e de D. Leonor, sua mulher, que morreria no dia seguinte.

Património rico
Sardoal tem orgulho no seu rico Património, como a Igreja Matriz do século XVI com obras do pintor renascentista Mestre do Sardoal, a Igreja da Misericórdia fundada em 1509 com um bonito Portal de Nicolau de Chanterenne, ou a Igreja de São Mateus, o Convento de Santa Maria da Caridade, do século XVI, a Cadeia Velha, a Casa Grande ou dos Almeidas (século XVIII).
Muito afamadas são também as Festas do Concelho que acontecem no mês de Setembro, animando as ruas com muita animação, incluindo uma importante Mostra de Artesanato de produtos regionais. Outro dos eventos importantes da vila acontece na Semana Santa, com uma imponente Procissão dos Santos Passos.

Centro Cultural Gil Vicente
Inaugurado em Setembro de 2004, o Centro Cultural Gil Vicente é o pólo das artes e da cultura no concelho, que ganhou o nome do dramaturgo em virtude da sua ligação histórica com o Sardoal.
Dispõe de auditório multimédia com 200 lugares sentados, sala multiusos com capacidade para 70 pessoas, camarins, espaço de ensaios, sala de projeção e galeria de exposições. Nestas instalações situa-se, também, o espaço “Cá da Terra”, dedicado à promoção e comercialização de produtos locais.
Desde a sua inauguração este espaço de excelência tem sido “a menina dos olhos” dos sardoalenses, que há muito sentiam saudades de uma sala de espetáculos com dignidade e condições para acolher peças de teatro, concertos e cinema.

Gastronomia
A Cozinha Fervida tem origem nos antigos hábitos alimentares das camadas mais desfavorecidas da população, sendo um aproveitamento de sobras de outras refeições. Neste caso, foi da Sopa de Couves com Feijão, que desde tempos imemoriais fez parte da base alimentar da população sardoalense. Segundo a tradição oral, quando ao fim de alguns dias a sopa ia escasseando, era necessário acrescentar água ao entulho, juntando-lhe alho, cebola, louro e azeite. A seguir eram adicionadas outras sobras, as do pão de milho, esfareladas.
Também a progressiva melhoria das condições de vida das famílias levou a que o consumo da Cozinha Fervida fosse enriquecido com outros acompanhamentos, em especial bacalhau assado e entrecosto grelhado.

Feira da primavera
Esta Feira é a mais recente que existe na sede do Concelho. Realiza-se sempre no quarto domingo de maio e permite a transação dos habituais produtos existentes neste tipo de feiras, desde vestuário e calçado, até às loiças, passando pelos utensílios agrícolas, ferros e variada produção alimentar.
Criada por volta de 1970, pelo então Presidente da Câmara, Dr. Álvaro Andrade e Silva Passarinho, realizou-se durante anos no último domingo de março, na tentativa de aproveitar os feirantes que saíam da Feira de S. Matias, em Abrantes. Nos últimos anos, depois de várias experiências, foi transferida para o quarto domingo de maio.
Em 1989 foram-lhe atribuídas características de Feira Franca, abolindo-se o pagamento dos terrados.

O que visitar
Capela de Santa Ana: Capela privada do século XVIII doada ao cónego Silva Martins que, a viria a oferecer à paróquia de Sardoal.
No retábulo da capela-mor de estilo rococó, de madeira dourada e marmoreada, encontramos uma imagem muito particular de Santa Ana com a Virgem ao colo e esta, por seu lado, com o Menino Jesus ao colo. Santa Ana é conhecida como protetora das grávidas.
Capela de Santa Catarina: Construída durante o século XVIII era uma capela privada do solar da família Serrão da Motta. A nível arquitetónico apresenta uma construção simples, arco de volta perfeita, rematado por volutas, e sobre esta, uma cruz ladeada por duas setas. Apresenta uma nave, capela-mor decorada por um retábulo de estuque, e nichos para as imagens expostas. Tem ainda imagem de Santa Catarina com o Anjo da Guarda.

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