Alexandra Marques e Ana Rita Duarte vão contar com um financiamento de dois milhões de euros cada nos próximos cinco anos
Alexandra Marques e Ana Rita Duarte contam com dois milhões de euros cada nos próximos cinco anos para criar modelos de pele 3D e estudar solventes de nova geração, respetivamente.
O Conselho Europeu de Investigação (ERC) atribuiu em dezembro do ano passado, duas bolsas milionárias a cientistas do Grupo 3B’s – Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos da Universidade do Minho. Estas bolsas de consolidação de carreira (Consolidator Grants) são das mais prestigiadas a nível europeu. As cientistas Alexandra Marques e Ana Rita Duarte vão contar com um financiamento de dois milhões de euros cada nos próximos cinco anos para criar modelos de pele 3D e estudar solventes de nova geração, respetivamente.
O trabalho de Alexandra Marques visa a conceção de modelos de pele 3D que recriem de forma precisa a estrutura e a complexa organização deste tecido, incluindo a sua componente vascular, além de exibir as patofisiologias de algumas doenças associadas. “É uma oportunidade única para desenvolver um método capaz de criar modelos 3D de tecidos humanos com melhor funcionalidade e, portanto, mais fidedignos, permitindo gerar mais conhecimento sobre doenças incuráveis e com elevada mortalidade, como o cancro da pele, e contribuir para descobrir terapias mais promissoras”, explica a investigadora de 41 anos.
Já o projeto de Ana Rita Duarte, pretende responder a questões do tipo: como podem misturas de compostos naturais como açúcares, aminoácidos ou ácidos orgânicos serem vistos como solventes alternativos em engenharia química? A cientista, com trabalho reconhecido internacionalmente em tecnologias verdes, tem até 2021 para responder a esta pergunta. Foca a investigação nas potencialidades dos “natural deep eutectic solvents”, que combinados numa determinada proporção tornam-se líquidos e menos nocivos. “Estes solventes de última geração terão um contributo muito importante para um desenvolvimento industrial mais sustentável, nomeadamente nas áreas de extração, biocatálise e farmacêutica”, realça Ana Rita Duarte, de 38 anos.