Obras incidem na recuperação de parte das muralhas e na criação de um percurso pedestre no interior e no exterior do castelo
Este projeto do município de Reguengos de Monsaraz, no valor de 1,36 milhões de euros foi candidatado ao programa ‘Alentejo 2020’ e vai ser comparticipado a 75 por cento pelo FEDER. Vai permitir finalizar a recuperação estrutural das muralhas da vila medieval e criar um percurso pedestre no interior e no exterior do castelo, junto à Barbacã, com ligação ao Centro Interativo da História Judaica em Monsaraz.
“As intervenções têm como objetivo recuperar e preservar o património, mas também assegurar a sua promoção e dinamização, valorizando-o e reforçando a cultura como um fator de desenvolvimento”, informa uma nota divulgada pelo executivo municipal. Mas as obras servirão também para ajudar a aumentar a oferta turística e a melhoria do bem-estar da população.
As obras integram a reabilitação do caminho da Barbacã exterior, o desenho de uma proteção ao longo da Rua da Guarda, a articulação entre a Porta de Évora e o Caminho da Barbacã, a reabertura da Porta Sul do Castelo e a sua ligação à Barbacã Sul e a recuperação do pátio da Casa da Inquisição e a sua união ao Castelo
Uma maravilha de Portugal
Devido à sua posição geográfica, a colina de Monsaraz sempre ocupou um importante lugar na história daquela região, tendo sido ocupada por diversos povos desde a pré-história. No séc. VIII, Monsaraz caiu sob domínio do Islão através das invasões muçulmanas que ocuparam grande parte da Península Ibérica. Passou a designar-se ‘Saris’ ou ‘Sarish’ e a pertencer ao reino de Badajoz, um dos maiores e mais importantes focos da cultura árabe.
Em 1167, foi conquistada aos muçulmanos pelos homens de Geraldo Sem Pavor, mas após a derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz, caiu novamente em poder dos árabes e só foi reconquistada em 1232, por D. Sancho II apoiado por cavaleiros templários. Após a Restauração de 1640, a vila recebeu importantes acrescentos táticos, como o levantamento de uma nova cintura de muralhas, tornando-se numa poderosa ‘cidadela inexpugnável’, interligada com o sistema defensivo de Elvas, Juromenha, Olivença e Mourão. O castelo de Monsaraz desempenhou ao longo dos séculos o papel de sentinela do Guadiana, vigiando a fronteira com Castela. A vila chegou a administrar três freguesias: a Matriz de Santa Maria da Lagoa, Santiago e São Bartolomeu, mas em 1838 a sede de Concelho foi transferida para Vila Nova de Reguengos, onde se mantém até hoje. As fortificações de Monsaraz estão classificadas como Monumento Nacional desde 1946 e em 2007 Monsaraz foi uma das finalistas na escolha das 7 Maravilhas de Portugal.