No Porto, o passado e o presente estão lado a lado, entre o meio urbano e o rio, com o mar ali perto
Quem vai ao Porto descobre uma cidade que é cada vez mais um destino turístico de excelência. A ‘Cidade Invicta’ foi eleita o Melhor Destino Europeu em 2014, repetindo uma escolha que já tinha acontecido em 2012. Uma das mais importantes cidades de Portugal, o Porto caracteriza-se pelas suas gentes, de uma simpatia ímpar, e pela sua capacidade de surpreender e encantar os visitantes. Implantada à beira do rio Douro, é uma urbe de contrastes que soube modernizar-se sem perder a sua identidade. Passado e presente estão lado a lado, entre o meio urbano e o rio, com o mar ali perto.
Estas páginas pretendem levá-lo ao encontro de um pouco da sua história e das suas atrações… e a “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto” tem muitos espaços culturais e de lazer.
O Porto é uma cidade rica em espaços verdes como o antiquíssimo jardim de São Lázaro, erigido bem no centro da cidade e dedicado à mulher portuense. Ou ainda os coloridos jardins do Palácio de Cristal, floridos e banhados pelos ares ribeirinhos. Esta é uma cidade que sempre cultivou os seus espaços verdes com grande orgulho. Mergulhe neste mundo de refrescantes sombras, fontes, muros verdejantes e flores exóticas de todo mundo, como é o caso do Jardim Botânico onde terá o prazer de se deleitar com as cores vivas de espécimes chegados de todo o mundo e suas fantásticas curiosidades.
Outro passeio interessante, principalmente para os turistas do Brasil, é o roteiro «D. Pedro no Porto», criado pela Rdmc Incoming & Outgoing, que leva os visitantes a conhecer os locais que ficaram marcados pelas estadias de D. Pedro I do Brasil (D. Pedro IV, de Portugal) no Porto, aquando da Guerra Civil, mas especialmente durante o Cerco do Porto. Desde os seus retiros, os antigos locais das baterias da sua artilharia, as ruas onde se travaram importantes disputas, os antigos quartéis e o local de repouso do coração do Imperador. “Este é um passeio que une portugueses e brasileiros através do legado de um dos maiores heróis que estas duas nações partilham, D. Pedro”, explica a empresa.
E o que falar da ligação do Porto ao chamado ‘nectar dos deuses’? Por mais do que uma vez, a região do Porto foi incluída nos 10 melhores destinos mundiais para beber vinho. Para comprovar a fama da região, nada como visitar uma das Caves de Vinho do Porto. São um ex-libris nacional e contam uma história de perseverança e sucesso. A associação com o mesmo nome reúne 14 caves certificadas, implantadas do outro lado do rio Douro, em Vila Nova de Gaia, e abertas a visitas todo o ano. Para marcações, deverá contatar diretamente a Cave de Vinho do Porto que pretende visitar. Veja a lista e os contatos em http://www.cavesvinhodoporto.com
Um pulo à afurada e a vila do conde
Mas a cidade não é conhecida apenas pelo vinho do Porto que ajudou a levar a todo o mundo. Tem fama de ter muitos dos melhores locais para se comer petiscos e quem nisto acredita não anda enganado.
Aproveite a sua estadia para visitar célebres e tradicionais casas de petiscos e saborear desde as picantes moelas, acompanhadas por uma cerveja (ou mais), até às sandes de pernil de porco com queijo das serras transmontanas ou uma fresca salada de polvo com molho verde, sem esquecer as icónicas ‘Francesinhas’.
Nesta cidade também nasceram alguns dos mais tradicionais pratos da nossa gastronomia. Há especial orgulho no ‘Bacalhau à Gomes de Sá’, no ‘Caldo Verde’ e nas ‘Tripas à Moda do Porto’. Os vários conventos da cidade deram a conhecer receitas de doces que ainda fazem a delícia dos gulosos, como os ‘Papos de Anjo’, as ‘Lérias e os Foguetes’, ou as ‘Trouxas de Ovos’ e o ‘Pudim de Gemas e Vinho do Porto’.
Mas ao lado do Porto há outros locais que poderá visitar. É o caso da pequena e carismática vila pesqueira da Afurada, a escassos 10 minutos do centro da Invicta. Mergulhe na história das suas gentes e das técnicas de pesca seculares que ainda hoje influenciam a economia daquela zona. E não deixe de provar saborosos peixes grelhados regados por não menos saborosos vinhos.
Um roteiro diferente é a ‘Caminhada Noturna e Queimada Galega’, em Vila do Conde, uma expedição por uma rota ancestral junto ao mar. A Rdmc costuma organizar esta caminhada ao encontro do único castro celta conhecido no Norte de Portugal, e que terá sido um centro populacional de dimensões apreciáveis e um local de importância mística e histórica. No final, já no interior do referido castro celta, organizam uma mística queimada galega, um ritual pagão celta que consiste na preparação de uma bebida alcoólica típica num caldeirão a arder à luz do fogo e da teatralidade do momento.
De volta ao Porto, lembre-se que, aliada à história, a cidade oferece inovação e contemporaneidade, de que são exemplo a rua Miguel Bombarda, apresentado por muitos como o “centro artístico da cidade”, o Museu de Arte Contemporânea da Fundação Serralves ou na casa da Música.
O Porto judaico
A história da comunidade judaica cruza-se com a história da própria cidade ao longo de vários séculos. Os judeus viveram na sua maioria nas zonas mais antigas e conviveram harmoniosamente com a maioria cristã nas praças e ruelas de uma cidade com uma forte vocação mercantil e marítima. As primeiras referências documentais da sua presença que chegaram até aos dias de hoje estão datadas do século XII.
Um roteiro pela herança judaica tem que passar pela zona da Vitória, junto à Livraria Lello e à Torre dos Clérigos, e junto ao rio, em Miragaia. A rua e escadas da Vitória (antiga rua da Esnoga), a rua de São Bento da Vitória, as ruas da Bainharia e dos Mercadores ou a Rua de Sant’Ana, são marcos da presença judaica, que ainda hoje se reflete na cidade. A sinagoga Kadoorie Mekor Haim 8 Rua de Guerra Junqueiro, 340), a maior da Península Ibérica, representa a mais viva afirmação da fé judaica na Cidade Invicta. É o edifício-sede da Comunidade Israelita do Porto, composta por judeus de inúmeras nacionalidades desde a sua fundação, em 1923, até à atualidade. Integra o Museu Judaico, que conta a história da comunidade judaica portuense desde a Idade Média até à atualidade. Nesta visita será possível conhecer a sala de orações da sinagoga, a sala de aula da Yeshivah (escola judaica), um espaço com diversas alfaias religiosas do judaísmo – menorah, chanukiah, mezuzah, talit, kipah, tefilin, etc – e a biblioteca da Comunidade Judaica do Porto. Através do Departamento de Turismo da Comunidade Israelita do Porto, é possível realizar visitas guiadas à Sinagoga em português, inglês, hebraico e russo. As visitas decorrem com marcação e não podem ser realizadas durante os Shabat e nos Yom Tov. Por tudo isto, o Porto é uma cidade que se admira de variadas formas, sem pressa de partir e com uma enorme vontade de voltar.
QUATRO DIAS PELA INVICTA
Deixamos aqui um roteiro que pode fazer ora a pé, ora utilizando os meios de transporte da cidade. Mas se preferir, para maior conforto, poderá visitar a cidade calmamente em carro de turismo com motorista, num tour privado feito à sua medida.
Comece por fazer um passeio de ‘Tuk Tuk’, agora tão populares na cidade, para ficar com uma ideia geral dos locais. Depois visite a Torre dos Clérigos e se quiser apreciar a vista da cidade, terá que subir os 240 degraus que conduzem até ao cimo da torre. Dali vá até à Livraria Lello que a rede de televisão ‘CNN’ considerou em 2014, a livraria mais bonita do mundo.
Visite ainda os Jardins da Cordoaria e desça as ruas do centro histórico, classificado Património da Humanidade pela UNESCO. E não deixe de entrar na igreja S. Francisco, conhecida por sua coleção de esculturas barrocas do século XVIII. A terminar, vá até ao Palácio da Bolsa e veja o seu magnífico salão árabe, continue depois até o bairro da Ribeira e desfrute de uma refeição à beira do rio Douro.
Ao fim da tarde, faça um cruzeiro no rio (cruzeiro das 6 pontes) e visite uma das Caves do Vinho do Porto, no lado de Gaia. Para jantar, vá até Matosinhos e faça uma boa refeição de marisco.
Uma ‘Francesinha’ no Majestic
No segundo dia, visite a Catedral, um imponente edifício do século XIII, vá depois até à Estação de São Bento, conhecida pelos seus painéis de azulejo. Mais à frente está na Praça da Liberdade e a Câmara Municipal. Admire os azulejos da Igreja dos Congregados e a sua fachada barroca para depois ir até ao Mercado do Bulhão um dos mais emblemáticos da cidade.
Não deixe esta zona sem ir até ao Café Majestic, um dos mais bonitos cafés de Portugal, para comer uma tradicional ‘Francesinha’, sanduiche típico do Porto. De tarde visite o Museu de Serralves, considerado uma referência internacional em Arte Contemporânea. Termine o seu dia na Foz e para num dos seus cafés para uma bebida enquanto assiste ao pôr-do-sol no Atlântico.
O seu terceiro dia pode começar com a ida ao miradouro da Serra do Pilar que permite uma vista única sobre Gaia e o Porto. Siga depois para o Museu Soares dos Reis, o primeiro museu de arte em Portugal e instalado num palácio do século XVIII. Admire as suas coleções de cerâmica, escultura, joalharia, mobiliário, pintura, têxteis e vidro. ‘O Exilado’, obra-prima do patrono do museu, o escultor António Soares dos Reis, é o expoente da exposição. Siga depois até aos Jardins do Palácio de Cristal, desenhados no século XIX pelo arquiteto paisagista alemão Emille David. Suba até à Boavista, visite a Casa da Música e admire a sua arquitetura inovadora.
Com tanto ainda para visitar e tantos recantos únicos para descobrir, no quarto dia pode fazer um ou mais passeios temáticos que o levem a locais não tão visitados pelas massas turísticas, mas de beleza incontestável.