Dois dias depois da sua morte, realizam-se em Lisboa, hoje e amanhã, as cerimónias fúnebres de Estado do antigo Presidente da República. O cortejo fúnebre de Mário Soares, que morreu no sábado no Hospital da Cruz Vermelha, aos 92 anos, iniciou-se esta manhã e terá como primeiro ponto de passagem a sua casa, no bairro do Campo Grande.
Seguirá depois para a Câmara Municipal de Lisboa, pelas 11h30, onde estarão o presidente da autarquia, Fernando Medina, vereadores e outros autarcas. Ali a urna passará do carro funerário para um armão (uma espécie de charrete), com escolta a cavalo da Guarda Nacional Republicana até ao Mosteiro dos Jerónimos, chegando aí pelas 13h.
Ali será recebido pela ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, bem como por uma Guarda de Honra da GNR, com Estandarte Nacional e Banda de Música, constituída por 131 militares.
Hoje a Câmara Ardente será instalada na Sala dos Azulejos do Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, estando aberta a todos os cidadãos até às 24h. Amanhã, 10 de janeiro, estará aberta entre as 8h e as 11h da manhã. Pelas 13h, a urna será transportada para o claustro do Mosteiro dos Jerónimos onde terá lugar a Sessão Solene Evocativa de Homenagem. A sessão solene irá começar e terminar com o hino nacional e incluirá excertos da voz de Mário Soares e da sua mulher, Maria Barroso, falecida em 2015, e intervenções dos filhos, João e Isabel Soares.
Ao longo do cortejo, que seguirá para o Cemitério dos Prazeres realizar-se-ão breves paragens em frente ao Palácio Nacional de Belém, à Assembleia da República, Fundação Mário Soares, e à sede do Partido Socialista. O funeral, precedido de honras fúnebres, terá lugar a partir das 15h30. Já no cemitério, a urna seguirá na direção da capela, acompanhada pelas altas entidades. Junto à capela, haverá um último momento evocativo, em que será novamente ouvida a voz de Mário Soares. Depois será feita uma salva de 21 tiros de artilharia, a partir de uma embarcação da Marinha, no Tejo. Após a paragem junto à capela, a urna será transportada por militares das Forças Armadas para o jazigo da família.
Esta é a primeira vez desde o 25 de Abril que se realiza um funeral de Estado em Portugal. O Governo decretou três dias de luto nacional, entre os dias 9 e 11. A bandeira nacional estará colocada a meia haste e qualquer outra bandeira que com ela seja desfraldada terá também de ser hasteada da mesma forma.
Portugal começa hoje a despedir-se de Mário Soares
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