Cresceu o número de instituições superiores com cursos de português na China

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Luís Pires, Leitor de Português na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, defende que a formação de professores será um garante para a continuidade do ensino.

Luís Tiago Pires está há pouco mais de um ano no ‘Império do Meio’. Na verdade, a sua chegada, em setembro de 2015, foi um regresso: a sua experiência como docente começou precisamente na China, em 2009, na Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin, como leitor enviado pela Universidade de Lisboa, recorda.
Confessa que as saudades da China ajudaram a ‘agarrar’ a oportunidade de assumir o Leitorado de Português na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, instituição de ensino superior que oferece uma licenciatura em Língua e Cultura Portuguesas e um mestrado em Estudos Portugueses, “com enfoque na linguística, tradução e literatura”. O corpo docente é constituído por oito professores chineses, “todos eles com mestrado, alguns inclusive a concluírem os seus doutoramentos, com uma mistura muito dinâmica de docentes mais jovens e mais experientes”, elogia o leitor.

Abordagem “pragmática” do português
Dos 79 alunos de licenciatura e dois de mestrado daquela universidade, 20 estão atualmente em Portugal e no Brasil no âmbito de programas de intercâmbio e, à semelhança dos alunos da BFSU, em Pequim, são motivados pelas boas perspetivas de emprego que o português oferece e “têm uma abordagem bastante pragmática à aprendizagem da língua”. Mas, ainda assim, o leitor revela que “não poucos deixam-se conquistar pela nossa língua e cultura e vão desenvolvendo esse prazer ao longo do curso”. Luís Pires também defende que a formação de professores será um garante para a continuidade do ensino. “Se, há uns anos, não era incomum alunos entrarem diretamente para o corpo docente apenas com a licenciatura, hoje em dia o mestrado é indispensável. Por outro lado, muitos colegas chineses, por toda a China, estão também a completar os seus doutoramentos. Existe uma consciência muito clara da necessidade de formação”, assegura. Como complemento à docência, são realizadas diversas atividades no Centro de Língua Portuguesa, como foi o caso do Concurso de Declamação de Poesia em Língua Portuguesa.
A dinamização da componente cultural conta ainda com o apoio do Cônsul-Geral de Portugal em Xangai, que tem apostado numa divulgação “virada para o grande público da cidade mais populosa da China e assente em parcerias locais, tanto com companhias chinesas como portuguesas”, destaca ainda o leitor.
Sobre o futuro, lembra que nos últimos 15 anos houve um “crescimento quantitativo do número de instituições superiores com cursos de português na China” e defende que se está agora a entrar numa segunda fase de crescimento, “que se quer, acima de tudo, qualitativo no que diz respeito às credenciais académicas dos professores, à produção de investigação científica, ao aperfeiçoamento dos programas universitários, à conceção de materiais pedagógicos especificamente criados para a realidade da China, bem como a uma diversificação da oferta pós-graduada”. “Há, naturalmente, espaço para um crescimento em números – quem sabe, até, fora do ensino superior, através da criação de ofertas no ensino secundário – mas sente-se uma aposta muito clara, julgo eu, no desenvolvimento da qualidade”.

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