Em homenagem ao homem que pelo labor da terra soube construir um sonho, fazer um vinho à sua imagem e semelhança. Américo Seabra, Pai. Este é o mote da Seacampo assente nestas palavras do seu fundador. Hoje, a terceira geração da família Seabra, coloca a tradição e saber das nobres vinhas seculares desta região do Dão ao serviço dos mais modernos métodos de produção para assegurar a produção de vinhos de qualidade única. O jornal “Mundo Português” foi conhecer esta empresa e conversou com Lúcia Freitas, Responsável pelo Departamento de Marketing da Seacampo.
Conte-nos a história deste projeto?
Este projeto foi iniciado pelo senhor Américo Seabra que emigrou, há muitos anos atrás, com os seus seis filhos, para a América. Há cerca de 20 anos, depois de estarem todos bem estabelecidos, com as suas empresas e empregos, resolveu regressar à terra, porque nunca tinha perdido o amor e a vontade de fazer vinho na sua terra natal. Então começou o projeto. Comprou uma quinta com 15 hectares e enviou os primeiros vinhos para os Estados Unidos. Entretanto, em virtude do seu falecimento, não conseguiu dar continuidade ao seu sonho. Então, os seus seis filhos resolveram juntar-se e dar continuidade ao sonho do pai.
Um dos filhos, o senhor Albano Seabra veio para a região e comprou uma propriedade muito antiga, do século XVIII. Reconstruiu a propriedade e começou a adquirir mais vinha. Como há muitas pessoas nesta zona que têm vinhas, são produtores, mas que não vinificam, precisam de algum sítio onde entregar as uvas. Ao saberem que o senhor Albano tinha uma Adega acabada de construir, vieram cá oferecer as propriedades. Ele começou a aceitar e, pouco a pouco, já tem 100 hectares de vinha, o que é considerável.
Não era esse o plano inicial, mas foi acontecendo assim.
E, neste momento, a Seacampo que, entretanto, se vai chamar Casa Américo em honra ao pai, ao senhor Américo Seabra, que tornou este projeto possível, são os segundos maiores produtores de vinho do Dão.
(…) Nós trabalhamos com castas que são 100% portuguesas, que já existem há muitos séculos e que são vinhos que são diferentes, que são únicos, não há igual no mundo (…)
Qual é o vosso portefólio de vinhos?
Esta zona é especialmente conhecida pelos vinhos brancos.
Nós estamos localizados na sub-região da Serra da Estrela, a zona com maior altitude dentro da região vitícola do Dão. Temos vinhas que vão desde os 400 aos 600 metros de altitude, e altitude é um fator de qualidade na produção de vinhos brancos. E não só isso, também as castas que existem no Dão, principalmente o Encruzado, que é uma das castas brancas mais conhecidas em Portugal, não só aqui na região e o granito, que dá também muita mineralidade. Continuamos a ser produtores maioritariamente de tintos, mas os brancos desta sub-região do Dão são considerados alguns dos melhores brancos do país.
Vamos lançar, agora, a nossa referência principal que vai ter o nome da casa, que vai ser a gama Casa Américo, e que vai ser uma linha clássica, com branco, tinto e reserva. Vamos ter também as principais monocastas do Dão, a Tourigo Nacional, Jaen e Encruzado. E vamos, também, ter um vinho que vai ser muito especial, que se vai chamar Vinha Secular, que é duma vinha que tem mais de 100 anos.
(…) a Seacampo que, entretanto, se vai chamar Casa Américo em honra ao pai, ao senhor Américo Seabra, que tornou este projeto possível, são os segundos maiores produtores de vinho do Dão (…)
Que diferença podemos esperar num vinho proveniente de uma vinha com mais de 100 anos?
É diferente porque, primeiro que tudo, tem cem anos de história. É uma vinha que resistiu durante cem anos, o que não é fácil, só as melhores é que resistem tanto tempo.
Por outro lado, a vinha tem apenas um hectare e tem as castas todas misturadas, tem também uvas brancas misturadas com as uvas tintas, porque era assim que antigamente se plantavam as vinhas. Esta conjugação de todas as castas e a idade das vinhas dá uma complexidade ao vinho que é única e que é impossível de reproduzir noutro lado qualquer.
As nossas vinhas estão espalhadas não só por Vila Nova de Tazem, mas também por pequenas aldeias circundantes. Estão plantadas entre os 400 e os 600 metros de altitude. Conseguimos ter uma grande diversidade de terroirs dentro dos 100 hectares que temos. O que nos permite fazer vinhos diferentes em cada uma dessas vinhas. Cada uma das vinhas é vinificada em separado, para conhecermos qual é o potencial verdadeiro de cada vinha.
Nós trabalhamos com castas que são 100% portuguesas, que já existem há muitos séculos e que são vinhos que são diferentes, que são únicos, não há igual no mundo.
Esta empresa nasceu, podemos dizer, já com uma vertente exportadora. Como é que se situam hoje em dia, em termos de mercados. Escoam mais para o mercado nacional, ou no mercado externo?
Neste momento, o mercado nacional é o principal mercado. O segundo mercado são os Estados Unidos, porque existe essa ligação, até porque todos os filhos do Sr. Américo Seabra ainda vivem nos Estados Unidos.
Estamos, agora, a começar a expandir-nos para a Europa e, quem sabe, China e Brasil.
Este reposicionamento do nome da marca, é uma homenagem, ou também implica alguma mudança na empresa?
Tem uma mudança, principalmente, de identidade porque a empresa era Seacampo, mas não existia nenhum vinho que se chama-se Seacampo e, muitas vezes, as pessoas precisam de identificar o vinho com o nome da empresa. Neste momento, as pessoas vão perceber que estão a beber um vinho Casa Américo, que é o nome da propriedade e, ao mesmo tempo, vão estar a lembrar o fundador do projeto.
(…) Neste momento, o mercado nacional é o nosso principal mercado. O segundo mercado são os Estados Unidos, porque existe essa ligação, até porque todos os filhos do Sr. Américo Seabra ainda vivem nos Estados Unidos (…)
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