Um grupo de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra identificou, na “ubitiquina”, o mecanismo que organiza as proteínas e que permite aos neurónios partilharem informações entre si. No estudo, desenvolvido ao longo de quatro anos e publicado no Journal of Cell Biology, os investigadores portugueses contrariam a ideia anteriormente aceite de que a ubitiquina era a proteína unicamente responsável por promover a destruição de proteínas danificadas ou com erros.
Segundo os autores, a proteína “atrai todos os recursos necessários à formação de novas sinapses, sendo essencial para a comunicação neuronal”, sendo que, inclusive, “algumas proteínas que se acumulam nos neurónios têm uma pequena ‘cauda’ feita de várias ubiquitinas”, afirmou Maria Joana, primeira autora do artigo, citada pela Universidade de Coimbra. “Neste trabalho descobrimos que a acumulação destas proteínas contribui para a comunicação neuronal, porque as suas ‘caudas’ de ubiquitinas funcionam como um ‘íman’”, organizando os recursos dessa comunicação, conclui. As conclusões do estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela União Europeia, ajudam na compreensão da formação de sinapses – a estrutura responsável pela transmissão de informação no sistema nervoso, refere a Universidade.
Sendo que, em última análise, poderão ajudar a “encontrar novas abordagens para os casos de autismo, esquizofrenia, atrofia muscular espinhal e, principalmente, a síndrome de Angelman”.
Mecanismo de comunicação entre neurónios é identificado por portugueses
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