Descoberto em primatas no Uganda, o vírus Zika infetou os primeiros seres humanos em 1954, na Nigéria. Em 2015 fez do Brasil o foco de propagação da epidemia. A Organização Mundial de Saúde prevê que em 2016 hajam cerca de 3 a 4 milhões de casos no mundo. O Mundo Português reúne as principais informações do vírus e os cuidados a ter.
Teve origem no Uganda, em 1947, onde foi encontrado em macacos da Floresta Zika, daí o nome. Entretanto, apenas em 1954, na Nigéria, foram detetados os primeiros casos de seres humanos infetados. O vírus Zika atingiu a França em 2013 e o Brasil em 2015, originando a maior onda de infeções alguma vez vista deste vírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que em 2016 hajam cerca de 3 a 4 milhões de casos no mundo. Por enquanto, em Portugal, até ao fecho desta edição, segundo a Direção geral de Saúde, foram registados onze casos, sendo que nove deles são relativos a pessoas que regressaram do Brasil e a última tinha sido picada pelo mosquito na Colômbia.
Comissão quer medidas de prevenção
No passado dia 10, a Comissão Europeia alertou em Estrasburgo, França, que a União Europeia (UE) tem que adotar medidas de prevenção, para uma eventual propagação do vírus Zika, com a chegada de temperaturas mais elevadas. Respondendo aos eurodeputados, o comissário europeu Jonathan Hill afirmou que a UE dispõe de estruturas adequadas sanitárias para “dar uma resposta rápida e segura aos acontecimentos”, recordando a experiência europeia com anteriores epidemias. “Com a chegada da primavera e do verão, estes mosquitos podem reintroduzir o vírus na Europa e terão que ser aplicadas medidas efetivas de controlo”, disse.
O vírus Zika foi detetado no espaço comunitário apenas em viajantes provenientes das zonas afetadas. Até ao momento, a UE mobilizou 10 milhões de euros, a distribuir em meados do mês, para investigação entre a potencial relação entre o vírus e a microcefalia, numa cooperação com a Organização Mundial de Saúde e outras agências. Jonathan Hill admitiu que poderão ser investidos mais 14 milhões de euros para o desenvolvimento de uma vacina.
O que é?
O vírus Zika é uma doença viral aguda, transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a Dengue e a Febre Chikungunya. Uma vez que a pessoa é picada, demora geralmente cerca de 3 a 12 dias para o vírus causar sintomas.
O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor de café ou preta e listas brancas no corpo e nas pernas. A pessoa não se apercebe da picada pois não causa dor nem comichão no momento. Por ser um mosquito que costuma voar baixo – até dois metros – é comum picar nos joelhos, tornozelos e pés.
A si, tem associado um aumento de nascimentos de bebés com defeito, onde centenas de recém-nascidos nascem com malformações na cabeça, geralmente apresentando tamanhos mais pequenos. No entanto ainda não se confirma a transmissão da mãe para o feto. A doença apresenta uma evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.
Tratamento
Ainda não há um tratamento específico para a doença, apenas para o alívio dos sintomas. As pessoas infetadas com o vírus podem recorrer ao uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Enquanto infetado, deve evitar medicamentos como a aspirina ou outros inflamatórios não hormonais (como é o caso do ibuprofeno, por exemplo).
Sintomas
Apesar de haverem sintomas que alertam para a possível infeção do vírus, mais de 80% das pessoas infetadas não desenvolvem quaisquer manifestações clínicas. No entanto, quando presentes são eles:
– Febre
– Dor de cabeça, garganta e articulações
– Tosse
– Vómitos
– Erupções cutâneas (com comichão)
– Conjuntivite
Sintomas mais raros
– Dor abdominal
– Diarreia
– Constipação
– Pequenas úlceras na boca