O funeral do ator Nicolau Breyner realiza-se hoje, a partir das 15:00, com uma missa na Basílica da Estrela, seguindo depois para o cemitério do Alto de São João, onde o corpo será cremado.
Nicolau Breyner, que morreu na segunda-feira, em Lisboa, aos 75 anos, foi também produtor, realizador, um homem ligado à representação, no cinema, no teatro, na formação de atores e, sobretudo, na ficção em televisão.
“A missão do actor é simplesmente emocionar as pessoas. Levá-las ao riso ou às lágrimas. Fazer com que nos odeiem ou nos amem. Enfim…. É fazê-las sonhar. Quando isso acontece, a vossa missão está cumprida”. A frase, de Nicolau Breyner, inscrita no site da escola de atores NBAcademia, que fundou, possivelmente sintetiza o trabalho de uma vida ligada à representação.
Nascido em Serpa, em 1940, onde passou parte da infância, Nicolau Breyner viveu e estudou em Lisboa – canto e teatro, no Conservatório – e fez os primeiros trabalhos como ator nos anos 1960. Estreou-se como ator na peça “Leonor Telles”, de António Lopes Ribeiro, no Teatro da Trindade, e a estreia na televisão deu-se com “Cruzeiro de Férias”, ao lado de António Silva.
Foi porém a partir dos anos 1970, que passou a ser mais conhecido, sobretudo por causa de programas televisivos de ficção e entretenimento. Naquela década, criou o programa “Nicolau no País das Maravilhas”, no qual protagonizou, com um então estreante Herman José, a rábula “Senhor Feliz e Senhor Contente”.
Figura facilmente reconhecível pelo público português, foi também um dos motores da produção de ficção televisiva a partir dos anos 1980, quando se estreou a primeira telenovela nacional, “Vila Faia”, na qual foi ator, produtor e coautor do guião.
Foi fundador da NPB Produções e tem o nome ligado a dezenas de produções de ficção, entre novelas, programas de humor e entretenimento, como “Gente fina é outra coisa”, “Origens”, “Os homens da segurança”, “Ferreirinha”, “Nico d’Obra” e “Eu show Nico”.
No cinema participou, por exemplo, em “ O Barão de Altamira” (1986), “Jaime” (1999), “Os imortais” (2003), “A Bela e o Paparazzo” (2009) e “Os gatos não têm vertigens” (2014) e assumiu o papel de realizador, entre outros, em “Contrato” e “Sete pecados rurais”.
Atualmente participava na telenovela “A Impostora”, da TVI.
Distinguido em 2005 com a Ordem de Mérito, desejava ver no Alentejo a criação de uma estrutura profissional de captação de produções de cinema para a região, que nunca foi completamente concretizada.
Nicolau Breyner nunca esqueceu o Alentejo e cumpriu funções políticas na região. Nos anos 1990, candidatou-se à autarquia de Serpa, pelo CDS-PP, e assumiu funções como vereador.
Nas eleições de 1969, colaborou com a Comissão Eleitoral para a Unidade Democrática, movimento de oposição liderado por Mário Soares.