Adriana Lua conta a sua vida, as baladas e os ‘forrós’ em novo DVD

É longa a lista de músicos brasileiros que, ao longo do tempo, encantaram Portugal. Uma lista que fica mais curta, mas particularmente rica quando nos centramos apenas nas cantoras. Desde Elis Regina, a Daniela Mercury ou Ivete Sangalo, os ritmos brasileiros sempre foram muito apreciados pelo público português, algo que não parece estar para mudar tão cedo. É nesta linha que surge Adriana Lua, uma cantora brasileira que há alguns anos tem brilhado nos palcos nacionais, com espetáculos de norte a sul do país e uma presença assídua nos programas das tardes de domingo.
Apesar de se encontrar a viver em Portugal há mais de 10 anos, nada antes de uma certa viagem levava Adriana Lua a crer que fosse deixar o Brasil. “Eu já queria vir antes mas, na realidade, vim num passeio e acabei por ficar. Naquela altura tinha conhecido o meu marido, que é português, no Brasil e vim com ele para conhecer Portugal (…). Então vim de férias e não voltei mais”, conta a cantora brasileira.
Já a adaptação também se mostrou fácil, “tranquila”, para a cantora.” Eu sou muito fácil de me adaptar em todos os lados. Eu adoro mudar, adoro mudanças (…) Por isso foi fácil e adoro viver aqui”, acrescentou, atribuindo mérito a ter consigo o seu marido durante todo o processo de adaptação, admitindo que facilitou a mudança para uma nova realidade.
Há mais de uma década, uma Adriana Lua mais jovem deixava o Brasil para rumar a Portugal, ainda que sem ideia da aventura que a esperava. Ainda assim, a cantora já trabalhava no mundo da música, sendo que desde os 17 anos canta como profissional. No entanto, a música quase que nasceu com a própria, que canta desde os 4 anos de idade. Assim sendo, na chegada a Portugal, “a música já não era nenhuma novidade”.
Há mais de uma década, uma Adriana Lua mais jovem deixava o Brasil para rumar a Portugal, ainda que sem ideia da aventura que a esperava.
Para além do papel preponderante do seu marido na decisão de ficar em Portugal, a cantora destaca ainda a Espacial, editora com a qual trabalha há 12 anos e que ajudou a cimentar a sua escolha. “Depois do Carnaval, no Brasil, quem nele participa tem direito a uma semana de férias, ou mais, dependendo da banda. Então eu tive direito a essa semana e vim para Portugal com o meu marido, na altura ainda namorado, e recebi várias propostas para ficar”, começou por contar Adriana Lua. “Então recebi a proposta da Espacial para trabalhar aqui e foi muito agradável”, revelou a cantora, que afirmou que “o trabalho e o coração” falaram mais alto, em conjunto, até que a própria disse “é aqui que eu quero ficar e é aqui que quero construir a minha vida”.
Para além de uma boa dinâmica com a Espacial, Adriana Lua vê na relação com o público português mais um motivo para seguir em frente. A cantora diz-se bem recebida em todos os concertos e revela ainda receber “mensagens lindíssimas” que lhe dão energia para seguir em frente nos momentos em que está mais desanimada.
O novo projeto da cantora, o DVD “Tour As Fases da Lua – Ao Vivo No Coliseu”, mostra aquele que foi um dos maiores concertos da carreira de Adriana Lua, num dos maiores palcos portugueses. “Neste DVD consegui contar a minha história. É onde eu conto o pagode, o ‘forró’… E depois consigo mostrar aquilo que eu construí nesses 12 anos em Portugal (…). É a minha história, a minha vida. Está aqui, todinha, em música”, revela.
A cantora confessa que atuar no Coliseu do Porto foi o concretizar de um sonho. No entanto, diz que foi algo que não quis apressar, até por ter conhecimento do histórico do local. “Sabia que pisar aquele palco seria uma grande responsabilidade e foi por isso que esperei tantos anos para o fazer, porque sabia que não poderia ir para lá fazer qualquer coisa, teria de ir na condição de fazer um grande espectáculo, e assim foi”, afirma Adriana Lua.
Para os fãs da cantora resta esperar agora pela digressão nacional a realizar nos próximos meses, podendo também acompanhar a sua vida através do site oficial ou da página de Facebook.
Adriana Lua aproveitou a ocasião para deixar um conselho aos que seguem o seu trabalho, dizendo para que “vivam intensamente”, pois “nunca se sabe como será o dia de amanhã”.
O Jornal Mundo Português agradece a hospitalidade e carinho com que foi recebido no Café do Forte, em Lisboa, onde se realizou a entrevista.