Uma visita às aldeias mais típicas de Portugal com as Rotas do Xisto

Data:

Um dos destinos portugueses mais pitorescos, as Aldeias do Xisto conquistam cada vez mais adeptos junto daqueles que procuram roteiros fora dos grandes circuitos turísticos, mas cheios de charme.

Batizadas em homenagem à pedra, caraterística da região, utilizada para edificar grande parte das suas casas e edifícios, numa harmonia subtil com a paisagem envolvente,  estendem-se pelas Serras da Lousã e do Açor, praticamente até à Serra da Estrela.
Com centenas de quilómetros de trilhos terrestres para caminhadas ou ciclismo, edifícios e gastronomia típicos e, sobretudo, uma história feita “essencialmente do esforço de sobrevivência dos seus habitantes”, estas pequenas aldeias no centro do país seduzem pela paisagem serrana das encostas íngremes, complementada pelo charme das ruas estreitas e sinuosas, revestidas a xisto. Desde a “adorável aldeia” que parece saída diretamente dos Flintstones, segundo um artigo do jornal norte-americano Huffington Post sobre Piódão, ao encanto das paisagens serranas e gastronomia típica, há muito mais do que arquitetura para apreciar.

Aldeia Histórica de Piódão
Considerada como uma das aldeias mais bonitas do país, e classificada como Aldeia Histórica e Imóvel de Interesse Público desde 1978, Piódão é, provavelmente, o ponto de paragem obrigatório desta visita.
Com origem num antigo Castro Lusitano, “Casal de Piodam” – atualmente em ruínas -, é conhecida pela arquitetura típica, com as suas construções em xisto e telhados de lousa,  pautados por portas e janelas em madeira, pintadas de azul. A luz artificial, conjugada com a sua disposição, ao longo da encosta íngreme da Serra do Açor,  faz, ainda, com que muitos a apelidem de “Aldeia Presépio”.
Para além do tradicional passeio pelas suas ruas pitorescas, reserve ainda algum tempo para uma visita a locais como a singela Fonte dos Algares, o Núcleo Arqueológico local e as Capelas das Almas e de São Pedro, esta última onde se teria refugiado um dos assassinos de D. Inês de Castro, Diogo Lopes Pacheco – apelidos que existem, ainda hoje, na aldeia, sendo que, por exemplo, os Pachecos tinham direito a tribuna própria na Igreja de Lourosa.
Ainda pertencente à freguesia de Piódão, a aldeia de Chãs D’Égua remonta a épocas bastante remotas, como comprovam as dezenas de pinturas rupestres da altura do Neolítico e Idade do Bronze, que foram descobertas nesta zona. Uma síntese das gravuras rupestres da região poderá ser apreciada numa visita ao Centro de Interpretação de Arte Rupestre, localizado numa antiga escola da localidade.
Em plena paisagem protegida da Serra do Açor, a Mata da Margaraça e a Cascata da Fraga são, em seguida, os locais ideias para uma pausa. Documentada desde a segunda metade do século XIII, a Mata da Maragaça é uma das mais reconhecidas florestas caducifólias em Portugal, desenvolvendo-se entre os 600 e os 850 metros de altitude.
Já a Cascata da Fraga da Pena, cuja placa poderá até passar despercebida aos condutores da Estrada que conduz ao Piódão, é uma queda de água de quase 20 metros, que tem a sua origem num acidente geológico, atravessado pela Barroca de Degraínhos, e que origina uma série de quedas de água sucessivas.
Aqui, paisagem de xisto, caraterística da zona, surge ampliada pela vegetação  abundante que a envolve.

Barragem do Cabril
Uma das maiores barragens portuguesas, a Barragem do Cabril é também conhecida como o ex-libris arquitetónico de Pedrógão Perqueno.
Com 136 metros de altura e 290 de comprimento, origina uma das maiores reservas de água doce do país. Para além da praia fluvial e das diversas atividades náuticas e desportivas que podem ser realizadas na sua albufeira, poderá, ainda, visitar o seu interior ou apreciar a paisagem quartzítica envolvente.

Caminhos do Xisto
Para terminar, e caso queira conhecer verdadeiramente melhor a paisagem serrana da região, são vários os percursos pedestres aconselhados, nas mais de 20 aldeias do xisto – vários deles detalhados e explicados no website oficial do projeto e nos vários postos de turismo da região.
Um dos mais conhecidos, o Caminho de Xisto da subida aos penedos de Fajão, tem uma duração média de duas horas e, ao longo de uma incursão na área protegida de Rede Natura da Serra do Açor, passa por alguns dos pontos paisagísticos mais interessantes da zona. Fazendo parte da Meseta Ibérica, os penedos de Fajão são afloramentos rochosos que servem de fundo à paisagem pitoresca  envolvente  e que,  apesar do grau de dificuldade pouco elevado, conferem ao trilho a emoção da escalada.
Mas não só. Pode também optar por outros, como o Caminho de Xisto da descida às fragas de São Simão, por exemplo, já na zona envolvente da freguesia do Casal de São Simão, e que passa pelas Ribeiras de Alge e do Fato, permitindo observar as antigas levadas que transportavam água para as Azenhas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.