Investigação portuguesa promete futuro menos dependente do petróleo

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Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro, em colaboração com a Universidade de Coimbra, fez uma descoberta que pode revolucionar não só o universo da ciência e da química, mas também a área biomédica. O novo material tem propriedades que permitem competir com as resinas comerciais atuais e, desta maneira, pode reduzir a nossa dependência do petróleo.

Foi descoberto um novo biomaterial que é uma alternativa ecológica a materiais com base em petróleo. A investigação foi realizada por uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA), em colaboração com a Universidade de Coimbra.
Este ácido, de elevada perfomance, é obtido a partir do açúcar de plantas como, por exemplo, a cana do açúcar, através de uma série de reações químicas e “pode vir a substituir o talvez mais importante ácido da indústria dos plásticos, o ácido tereftálico, que é de origem fóssil”, explicam Andreia Sousa e Ana Fonseca.
O novo material tem propriedades que lhe permitem competir de igual para igual com as resinas comerciais de origem petroquímicamuito utilizadas por indústrias como as de automóveis, barcos e mobiliário. A descoberta foi anunciada no último número da revista ‘Polymer Chemistry’.
“Estas novas bioresinas são sustentáveis e têm propriedades que permitem competir com as resinas comerciais atuais, mas que são de origem petroquímica. O futuro poderá, portanto, ser menos dependente do petróleo. E a UA está a ajudar”, congratula-se Andreia Sousa, coordenadora da equipa da Universidade de Aveiro,  que juntou cientistas do Departamento de Química e do Instituto de Materiais de Aveiro.
Pela Universidade de Coimbra, o estudo contou com a coordenação da investigadora Ana Fonseca.
“A grande vantagem deste novo material é o facto de ser baseado em fontes renováveis, ou seja, no famoso ácido 2,5-furanodicarboxílico (FDCA) que tem vindo a atrair grande atenção por parte da comunidade científica e que é muito cobiçado pela indústria química e de polímeros”, aponta Andreia Sousa.
Um outro aspeto, não menos importante, está relacionado com o facto “destas novas bioresinas não serem reticuladas com recurso ao estireno, um palavrão para designar, uma molécula muito tóxica, estando comummente associada a problemas ambientais e de saúde”, acrescentam.
O tipo de resinas agora desenvolvido – de poliésteres insaturados – com outros ingredientes que não o petróleo são, em geral, muito aplicadas como revestimento, por exemplo, em móveis e, particularmente, em componentes de automóveis e barcos, informa a UA.
Além destas aplicações, apontam as investigadoras, “como a composição das nossas bioresinas assenta numa criteriosa seleção de monómeros renováveis e biocompatíveis acreditamos que poderão ter aplicabilidade na área biomédica”. Um futuro que, aliás, já está a ser investigado pela equipa.
Esta investigação enquadra-se em duas questões quase filosóficas, que têm vindo a agitar a comunidade científica internacional: Como poderemos reduzir a nossa dependência do petróleo? Como é que a humanidade pode evoluir para um planeta mais verde?
“A ideia base desta pesquisa assenta precisamente na criação de novos biomateriais sustentáveis para a área biomédica. Em concreto consistiu no uso do ácido 2,5-furanodicarboxílico (FDCA), obtido a partir dos açúcares das plantas, na síntese de uma nova geração de poliésteres insaturados e correspondentes bioresinas reticuladas”, apontam as investigadoras.

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