Implantada na região centro de Portugal, a Frisalgados dedica-se à produção e comercialização de pastelaria crua e ultracongelada. Christophe Coimbra, um dos sócios da empresa, fala do futuro de uma empresa que tem como slogan “tradição e sabores” e aposta em produtos inovadores para crescer nos mercados internacionais.
Fale uma pouco desta empresa, cuja marca registada é ‘Cruidoce’…
Esta empresa surgiu por compra de uma empresa, que aqui existia em 2007, por um conjunto de empresários locais. A Frisalgados, Lda., nome da empresa, é conhecida maioritariamente pelos nossos fornecedores enquanto que os clientes/consumidores conhecem-nos por CRUIDOCE, a marca que é a nossa face visível e que apresentamos nas embalagens, nos carros, no site, etc… Fabricamos pastelaria e salgados ultracongelados, tudo para o mercado de congelados, ou seja não comercializamos nada que não seja em ultracongelado.
Dentro da gama da pastelaria, separamos a mesma em dois tipos de produtos: aquilo que classificamos como pastelaria crua, que necessita de acabamento final no ponto de venda (exemplo dos croissants e folhados mistos) e a pastelaria pronta que só necessita de descongelar e servir.
Nos salgados trabalhamos os típicos salgadinhos portugueses, tais como Pastel de Bacalhau, Rissol de Camarão, Rissol de Carne, Chamuças, Patanisca de Bacalhau, Rissol de Leitão, etc., todos em diversos tamanhos e formatos de embalagem. A qualidade suprema dos nossos doces e salgados – confecionados sobre a seleção das melhores matérias-primas aliadas a receitas absolutamente tradicionais – posiciona a nossa empresa, não no mercado onde o fator preço é a decisão, mas sim num mercado que procura um compromisso sério entre a qualidade e o preço. Assim, a grande distribuição não é o nosso principal mercado. Trabalhamos apenas com o El Corte Inglês e com o Grupo Os Mosqueteiros (este último em produtos típicos de Natal).
Onde vendem, no mercado nacional, os vossos produtos?
Cobrimos com uma equipa própria de vendas e distribuição os distritos limítrofes de Coimbra e Lisboa. No resto do país, estamos representados através de parcerias com agentes que representam a nossa marca ou que operam com produtos fabricados por nós, mas comercializados com marcas próprias. Os principais destinatários dos nossos produtos, vendidos diretamente ou por intermediários, são cantinas, restaurantes, bares, pastelarias e empresas de catering.
Qual é a gama de referências de produtos?
Temos cerca de 120 produtos, não contando neste número os diferentes tamanhos/formatos de embalagem de cada referência. De todos, destaco o Pastel de Nata que é o produto que mais vendemos e que tem sido a “porta de abertura” ao mercado externo para onde exportamos. Fabricado no seu estado mais genuíno, mantemos todo o processo manual. A única diferença de um pastel de nata de fabrico diário é a congelação. O cliente, quando o prova, dá-lhe uma avaliação muito mais positiva quando comparado com produtos absolutamente mecanizados e isso tem-se traduzido nas vendas.
“Tradição e sabores” é o vosso slogan. Deram especial enfoque às tradições portuguesasas?
Essa foi a nossa aposta e julgo que o sucesso de vendas se deva muito a isso. A título de exemplo, lançámos o ano passado na BTL, no seguimento de uma parceria feita com a Confraria da Lampreia de Penacova e com o apoio da Câmara Municipal local e da Câmara Municipal de Tábua, de igual modo, um Folhado de Lampreia.
A nossa capacidade de trabalhar massas folhadas aliada ao conhecimento que a Confraria tem e somado o conhecimento da empresa Irmãos Norinho, Lda., uma empresa especializada na venda desse tipo de produto, ou seja, a lampreia conforme é pescada, levou-nos à procura de um recheio que dignificasse toda a sabedoria envolvida e, podemos afirmá-lo, foi um sucesso. Fomos pioneiros e inovadores – marcámos por isso. Ou seja, a inovação é uma constante da CRUIDOCE, inovação que, associada à tradição no seu melhor estado, naquilo que o nosso país é extremamente rico, somando aquilo que melhor sabemos fazer – que é a transformação de produtos-, obtemos a nossa matriz que é procurar sempre inovar e lançar novidades.
Falando na exportação, e atendendo a que a empresa já esteve no SISAB PORTUGAL, para onde já exportam?
A exportação já é uma realidade na Frisalgados, Lda. Neste momento temos como mercados frequentes países como França, Suíça, Alemanha, Inglaterra e Holanda.
Sabendo que o SISAB PORTUGAL nos poderia abrir portas nos mercados internacionais, delineamos uma presença em três edições com os seguintes objetivos: no primeiro ano darmo-nos a conhecer e estabelecermos primeiras abordagens com alguns contactos; num segundo ano fazer uma nova abordagem e recolher o feed-back dos parceiros implementados ou potenciais parceiros sobre os nossos produtos e serviços e, no terceiro ano, fazer o balanço do impacto que teve a presença da nossa empresa em termos de venda.
Para já, temos a experiência vivida na primeira presença que julgamos positiva e que nos permitiu apresentarmo-nos/falar com um leque de compradores que, de outra forma, seria mais difícil de abordar e também obter contactos de um grande número de potenciais parceiros que estão a ser trabalhados para que nos possamos apresentar nesta nossa segunda presença.
Em termos de exportação, em 2015, temos apenas como aspeto menos positivo, a quebra significativa que resultou na perca do mercado de Angola, pelas razões conhecidas por todos. Com um volume de vendas, em 2014, de cerca de 300 mil euros para este mercado., num volume de faturação total da empresa na ordem dos 2 milhões e oitocentos mil euros, é significativo perder, em 2015, cerca de 260 mil euros para este mercado. Mas sabemos que esta quebra aconteceu, quer para nós, quer para muitos outros exportadores do ramo agro-alimentar. Nno entanto, recuperámos essas vendas no mercado nacional e crescemos nos restantes mercados da exportação, permitindo à Frisalgados, Lda. não quebrar no volume de facturação.
A meta era fechar 2015 com 25% na exportação e não conseguimos fechar nesse patamar, tendo ficado pelos 16%, mas queremos fechar a quota do mercado da exportação no ano de 2016 nos vinte cinco por cento e, para isso, contamos com o SISAB PORTUGAL e com todos os compradores internacionais que nos queiram abordar no nosso stand – onde prometemos que vão encontrar produtos inovadores e acima de tudo uma clara aposta na qualidade daquilo que fabricamos.
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