A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho lança hoje uma campanha global, apelando às pessoas em geral, comunidades, decisores, comentadores e líderes a todos os níveis “para que façam o possível para apoiar as pessoas vulneráveis em movimento”.
A campanha «Proteger a Humanidade, Acabar com a Indiferença» visa promover a solidariedade e empatia” para com essas pessoas vulneráveis nos seus países de origem e nos pontos de trânsito e de destino, e apelar à sua proteção”, informa um comunicado divulgado hoje.
Entre outas ações, aquela organização mundial apela à visita ao site www.ifrc.org/protecthumanity para a assinatura de uma petição online que apela ao tratamento humano das pessoas vulneráveis em movimento. Os subscritores também podem partilhar os seus pensamentos sobre a questão usando a hashtag #ProtectHumanity. A petição será apresentada na 32.ª Conferência Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a realizar em Genebra no próximo mês de dezembro.
“Fomos todos tocados por angustiantes cenas ao longo de toda a Europa, recordando-nos dos desafios e dos múltiplos perigos que enfrentam os migrantes ao longo das suas viagens,” disse o Secretário-Geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, citado no comunicado.
Mas Elhadj As Sy sublinha que também foram visíveis “poderosas manifestações de humanidade por parte de indivíduos e comunidades locais”, e lança o repto para que “este choque seja uma inspiração para agir e se juntar” à campanha da Cruz Vermelha Internacional. “Ajude-nos a reafirmar que cada pessoa, independentemente do seu estatuto jurídico, tem o direito à segurança e dignidade”, pede.
Nas últimas semanas, voluntários e funcionários da Cruz Vermelha em Itália, Grécia, Sérvia, na antiga República Jugoslava da Macedónia, Hungria, Áustria e Alemanha forneceram apoio a dezenas de milhares de migrantes vulneráveis, tratando-os com dignidade que todos os seres merecem. Elhadj As Sy sublinhou que a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho “estão presentes em todos os países”, nas docas onde os resgatados no mar chegam a terra, em estações de comboios, fronteiras em toda a Europa, e “à beira da estrada para fornecer alimentos, água e proteção”.
Cruz Vermelha Portuguesa integra campanha
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) associou-se à campanha «Proteger a Humanidade, Acabar com a Indiferença» e tem trabalhado em estreita colaboração com entidades e organizações responsáveis pelo acolhimento e integração de refugiados através de atividades como o Restabelecimento dos Laços Familiares entre outras. “No âmbito da sua cooperação internacional na área do Restabelecimento dos Laços Familiares, a CVP apoiou os refugiados que fogem do conflito do Iémen e que procuraram proteção e acolhimento em países vizinhos como o Djibouti. No terreno a CVP, em colaboração com o Comité Internacional da Cruz Vermelha, apoiou o Crescente Vermelho do Djibouti que forneceu chamadas telefónicas no porto de Djibouti aquando da chegada ao país, bem como aos refugiados que foram instalados no campo de refugiados de Markazi e num orfanato no norte do país em Obok”, informa ainda o comunicado.
Segundo a Federação Internacional da Cruz Vermelha, mais de 300 mil pessoas chegaram à Europa por mar este ano, enquanto um número estimado de 2.500 ter-se-á afogado tentando fazer a viagem. De acordo com as Nações Unidas, quase 60 milhões de pessoas foram deslocadas à força em 2015, e dezenas de milhões deixaram as suas casas em busca de oportunidades económicas para si e suas famílias, e em busca de dignidade e paz.