Espaço divulga a importância da posição do exército português antes da vitória sobre os castelhanos em 1385
Passados exatos 630 anos da Batalha de Aljubarrota, que opôs portugueses e castelhanos e se traduziu por uma importante vitória do exército luso, foi inaugurado o Centro de Interpretação da 1ª Posição da Batalha de Aljubarrota. O espaço está implementado no primeiro local onde o Exército Português liderado por D. Nuno Álvares Pereira se posicionou para travar o avanço do exército castelhano, situado a cerca de 500 metros do Mosteiro da Batalha, vila e sede de concelho no distrito de Leiria.
Este Centro implantado no espaço junto à ponte da Boutaca, visa dar a conhecer a importância da posição estratégica do exército português, antes da vitória sobre os castelhanos. É um complemento ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), inaugurado em 2008 e localizado em São Jorge, Porto de Mós, onde se travou o conflito. O novo centro, localizado a 1,5 quilómetros do CIBA está dividido em três núcleos. O primeiro diz respeito às personagens intervenientes na Batalha – como D. João I, D. Juan I de Castela, Leonor Teles ou Nuno Álvares Pereira. O segundo ao processo de construção do mosteiro (através de uma viagem virtual) e o terceiro é dedicado à contemplação da paisagem, com vista sobre o Mosteiro. “O que tentámos foi aproximar, em termos museológicos e científicos, os conteúdos do CIBA, relativos à Batalha de Aljubarrota, e o que lhe sucedeu: o agradecimento da vitória e posterior construção do Mosteiro da Batalha”, declarou à Lusa João Mareco, diretor do Centro, salientando que o objetivo foi mostrar “algo que não tinha sido devidamente explorado”.
A cerimónia de inauguração contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, e incluiu a imposição da Medalha de Defesa Nacional a Alexandre Patrício Gouveia, presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota, entidade que investiu 1,5 milhões de euros no centro, “pelos serviços prestados na valorização do património histórico nacional”. Durante a sua intervenção, o ministro da Defesa Nacional relevou a importância deste espaço na preservação da história do País e no conhecimento do património porque “alimenta” a “identidade” de ser português.
O novo centro pode ser visitado de quarta-feira a domingo, das 11h30 às 17h. Em novembro de 2010, o Conselho de Ministros aprovou o decreto que procedeu à classificação, como monumento nacional, do campo e da área envolvente, onde se inclui a primeira posição do exército português.
Em comunicado, o Governo justificou a classificação com o facto de representar “um momento decisivo de afirmação de Portugal como reino independente”, destacando ainda a “tática militar inédita, apurada na Guerra dos 100 Anos e posta em prática por Nuno Álvares Pereira”, na Batalha de Aljubarrota.
A 1ª Posição da Batalha de Aljubarrota, situada a cerca de 500 metros do Mosteiro da Batalha, foi o primeiro local escolhido por Nuno Álvares Pereira para travar o avanço do exército castelhano. Considerada uma posição inexpugnável, os castelhanos não quiseram combater neste local e prosseguiram marcha. Viriam a defrontar o exército português horas mais tarde no Campo Militar de São Jorge, onde seriam derrotados.