A peregrinação dos migrantes ao Santuário de Fátima, presidida pelo bispo das Forças Armadas e de Segurança, Manuel Linda, começa às 18:30 de hoje, sendo esperados milhares de pessoas na Cova da Iria, até quinta-feira.
Após a saudação aos fiéis, na Capelinha das Aparições, a celebração, coincidente com a peregrinação internacional de 12 e 13 de agosto, prossegue às 21:30, com a recitação do terço, a procissão das velas e, depois, a missa, no recinto do santuário.
As cerimónias religiosas são retomadas na quinta-feira, com o terço, às 09:00, culminando, uma hora depois, com a missa, bênção dos doentes e procissão do adeus.
A peregrinação faz parte da 43.ª Semana Nacional de Migrações, que se iniciou no domingo, prolongando-se até dia 16, este ano sob o lema “Igreja sem fronteiras, somos um só corpo”. Trata-se de uma iniciativa da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM).
À agência Lusa, a diretora da OCPM, Eugénia Quaresma, disse que este ano a celebração “vai destacar o papel do cristão no acolhimento e integração dos migrantes e refugiados”.
Em declarações à sala de imprensa do Santuário de Fátima, no distrito de Santarém, o bispo Manuel Linda afirmou que “a Igreja é, por natureza, migrante” e que “a Europa estaria a lutar contra a História se construísse muros de qualquer espécie para barrar a entrada de imigrantes”.
“Quanto ao acolhimento dos migrantes na Europa, embora com critérios de racionalidade, é preciso lembrar-nos que Deus criou o mundo, como casa comum de todos os homens, e nós criamos as nações, enquanto linhas imaginárias de fronteiras, mas o projeto de Deus tem de se sobrepor aos regionalismos humanos”, defendeu Manuel Linda.
Na mesma entrevista, o bispo antecipou, ainda, a principal intenção da oração em Fátima, “rezar por todos os pobres do mundo que arriscam tudo para atingirem uma existência minimamente humana” e, de “uma forma especial, pelos africanos que intentam chegar à Europa através do Mediterrâneo e os do Médio Oriente que fogem às guerras fratricidas”.