As celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas estão de volta a Londres, após um ano de ausência. No dia 14 de junho, entre as 11 e as 19 horas, vai ouvir-se falar português no parque de Streatham Common, num dia que promete ficar na memória da comunidade portuguesa em Londres. Para abrilhantar a festa, a organização escolheu Emanuel para este dia tão especial. O Mundo Português falou com o cantor que promete um grande espectáculo: “a minha relação com os emigrantes portugueses é perfeita. Continuo a ter um carinho muito especial por todos os emigrantes. Tenho a certeza que em Londres estas palavras vão manifestar-se em actos” referiu em entrevista ao nosso jornal.
Ter deixado tão novo a sua “casa” influenciou a sua carreira? Na altura já pensava em ser cantor?
Eu saí da minha terra natal (Covas do Douro) com 10 anos de idade. Nesta idade ainda não tinha ideias formadas sobre o que poderia ser quando fosse adulto.
Escolheu o nome artístico Emanuel porquê?
Porque foi o nome que os meus pais escolheram para mim e não foi aceite naquela época. Como sabem Isaías (Antigo Testamento) profetizou que Deus enviaria um Messias com o nome de Emanuel, Mateus (Novo Testamento) fala desta profecia e relaciona-a com Jesus Cristo. Julgo que isto não era razão para o nome não ser aceite, até porque em outras regiões do nosso país esse problema não foi colocado, mas o que é facto, é que os meus pais tiveram de escolher outro nome para mim. Por tudo isto quando tive de escolher um nome artístico, só poderia ser o nome que me estava destinado, Emanuel.
Mais que um cantor é já considerado um dos maiores artistas portugueses. Convive bem com esse estatuto?
Eu estudei para ser músico profissional e é assim que me vejo. Sinto-me muito bem com o que alcancei e não penso em estatutos.
«O Ritmo do Amor» teve milhões de visualizações no Youtube. É o grande tema da sua carreira de sucesso?
Já tive vários temas de grande sucesso, mas o meu primeiro grande sucesso é o “Rapaziada Vamos Dançar” de 1994 e desde aí todos os meus álbuns têm atingido galardões.
No ano seguinte, com “Pimpa Pimpa”, alcancei um fenómeno de popularidade impressionante, cuja receptividade ao novo conceito musical, alterou o mercado discográfico português por completo, com o aparecimento de inúmeros artistas, editoras discográficas ou até mesmo programas de televisão e revistas semanais que, exclusivamente, adoptariam esse novo estilo musical e que me tornou como uma das poucas pessoas a terem o seu nome no “Dicionário da Língua Portuguesa”.
Mais recentemente consegui mais um novo estilo, contagiando tudo e todos com o “O Ritmo do Amor (Kuduro)”.
É normal que esqueçam o passado, mas eu acho que este tema é o meu primeiro grande sucesso da nova realidade contemporânea, que atingiu um fenómeno que chegou a todo o lado, inclusive, pistas de dança nacionais e internacionais, através das novas plataformas, nomeadamente do meu canal do Youtube (emanuelwebtv), que atingiu o número inédito de 13,4 milhões de visualizações, algo nunca alcançado por um artista português, visto em mais de 120 países, em que se destacam: Espanha, França, Reino Unido, Brasil, Venezuela, Alemanha, Estados Unidos, Itália, México, Polónia, Roménia, Eslováquia, República Checa, Argentina, Eslovénia, Suécia, Chile, Austrália, Hungria, Rússia, Colômbia e Japão.
Portugal tornou-se pequeno? O mercado ibérico é interessante?
“O Ritmo do Amor (Kuduro)” para além de Portugal foi também sucesso em Espanha e está a tocar em muitos países da América Latina, mas a conquista do mercado espanhol não é nada fácil. Estou a tentar… Em breve teremos novidades.
Sente-se melhor no palco a cantar ou no estúdio a produzir?
São duas situações distintas, mas uma complementa a outra. Na realidade gosto das duas.
Que sonhos espera ainda concretizar?
Gosto de sonhar devagarinho e já me aconteceram coisas que nunca esperei. Devo tudo a todos aqueles que compram os meus discos e enchem todos os recintos de espectáculos por onde passo, por isso continuarei sempre a procurar uma forma de encontrar novos sons, que me façam a mim e a eles sonhar.
Qual a sua relação com os emigrantes portugueses? São um público especial?
A minha relação com os emigrantes portugueses é perfeita. Continuo a ter um carinho muito especial por todos os emigrantes. Tenho a certeza que em Londres estas palavras vão manifestar-se em actos.
Vai estar no Dia de Portugal em Londres. O que se pode esperar desse concerto?
O meu novo espectáculo chama-se “Reino da Alegria”, portanto, tal como o nome indica, todos e todas que se dirigirem àquele jardim do centro de Londres já sabem o que os espera: alegria e muita alegria!
É sempre bom estar junto das nossas comunidades…
Sim, é sempre muito bom. Costumo dizer que eu levo-lhes na bagagem o calor e a energia de Portugal e em troca recebo muitas manifestações de carinho e abraços. São momentos mágicos, que por mais anos que passem não esqueço…
Espero continuar a receber mais convites de viagens, rumo ao encontro e reencontro de muitos dos nossos emigrantes.
Pedia-lhe uma mensagem para todos os portugueses que estão a residir no estrangeiro…
Que façam os possíveis para serem felizes, partiram de Portugal à procura de uma vida melhor e desejo do fundo do coração que o tenham conseguido.