“Aqui estão as minhas raízes”

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Uma vez mais, o «Mundo Português», com o apoio da Secretaria de Estado das Comunidades, promoveu a vinda Portugal de cerca de meia centena de jovens Lusodescendentes com o objetivo de mostrar um país moderno e atual.
Ao longo de três dias, entre 15 e 17 de maio, andaram por Lisboa como verdadeiros turistas, tirando partido do muito que a capital tem para oferecer a quem a visita, e no final houve unanimidade a considerar que Portugal está diferente e fascinante. Vieram de países distantes como Canadá, Estados Unidos, Brasil, Venezuela e Argentina e da Europa, de Inglaterra, França, Luxemburgo, Suíça e Alemanha. Em comum, têm as raízes, a língua e cultura portuguesas que exibem com orgulho. Fizeram amizades e prometeram voltar sempre “ao seu país”…

15 de maio
Uma visita ao Palácio das Necessidades

Os jovens lusodescendentes começaram o Encontro com uma visita à Assembleia da República tendo sido depois foi recebidos no Ministério dos Negócios Estrangeiros por José Governo, assessor do secretário de Estado das Comunidades.
Maravilhados com a beleza e riqueza do salão nobre, a sala onde são recebidos chefes do governo estrangeiros, ministros e embaixadores, como em tempos ali foram recebidos reis e fidalgos, José Governo, assessor de José Cesário deu as boas vindas em nome do senhor secretário de Estado e realçou vivamente o contributo desta geração de jovens lusodescendentes.
Frisou que nos países onde nasceram, foram criados, estudaram e têm os seus empregos, nunca esqueceram a terra dos seus pais, sempre mostraram grande interesse por Portugal, mesmo vivendo em países mais distantes. Alguns dos jovens não conheciam Portugal, porém nos países onde estão, sabe-se que contribuem vivamente na vida associativa, nos ranchos folclóricos, nas festas portuguesas e muitos já eleitos na vida politica.
Destacou a importância destes encontros que ano após ano, tem proporcionado a oportunidade da vinda de tantos lusodescendentes a Portugal. Após a foto de “família” de todo o grupo na escadaria ao lado do sala nobre outras fotos de grupo.
João Maria Cabral, director-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas usou da palavra para agradecer a presença dos jovens e incentivou-os a manter, cada vez mais – a chama vida da portugalidade em todo o mundo e, muito especial nos países de acolhimento. Antes de abandonar o Palácio, (dado no seio dos jovens haver elementos de grupos folclóricos, e até uma professora de dança) foi feita uma demonstração de um ‘Vira do Minho’ o que levou alguns funcionários do Palácio, a saírem dos gabinetes e virem à janela ver aquela demonstração espontânea da cultura folclórica portuguesa.

16 de maio
Da Praça do Comércio ao Castelo, pelas colinas de Lisboa

O segundo dia do Encontro exigiu dos participantes muita energia. Num verdadeiro dia de verão antecipado, percorreram uma parte da Lisboa antiga, desde a praça do Comércio até ao altaneiro Castelo de São Jorge, com passagem pela Sé e pelo miradouro de Santa Luzia. No percurso de autocarro do hotel até ao centro de Lisboa, a guia turística que os acompanhou contou-lhes a história da cidade, dos seus pontos turísticos de dos principais monumentos.
Ouviram atentos falar sobre o tradicional bairro de Alfama, que iriam percorrem na descida do Castelo até à Praça do Comércio, e nos Santos Populares, que animam Lisboa entre 1 de junho e 4 de julho.
E descobriram, ou recordaram, que Santo António nascem em Lisboa, perto da Sé, numa casa sobre a qual terá sido erguida a Igreja de Santo António, que viram durante o percurso até ao Castelo – onde entraram para descobrir a mais bela vista da cidade, tirar inúmeras fotografias, descansar do esforço da subida e retemperar energias para o regresso.
O caminho escolhido para a descida não poderia ter sido melhor: por entre as ruas típicas e cheias de vida de Alfama, um antigo bairro de pescadores que se tornou uma das grandes atrações de Lisboa. Ali, tiveram um ‘cheirinho’ do que serão daqui a alguns dias, as festas dos Santos Populares, já que em todas as ruas por onde passaram, os moradores estavam já a preparar as barraquinhas onde se vai comer sardinhas e febras e beber sangria.
Depois de uma almoço que lhes garantiu energia extra, os jovens seguiram para a zona de Belém onde visitaram o Museu da presidência e o Palácio de Belém, residência oficial do presidente de Portugal.
O programa de sábado terminou com um encontro com Ana Ferreira, assessora do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, que em representação do governante deu-lhes as boas-vindas a Portugal e revelou-lhes ser ela também lusodescendente, já que cresceu em França. “Sejam bem-vindos à vossa casa, Portugal também é a vossa casa”, afirmou Ana Ferreira, que, eleita aos 19 anos, foi a mais jovem Conselheira das Comunidades.
A assessora e também autarca incentivou os jovens a assumirem um papel dinâmico nas comunidades onde se inserem e desafiou-os a começar já quando regressarem aos seus países.
Como tal, referiu que uma forma de começar, seria, disse, elaborarem uma lista formada por jovens para concorrer ao Conselho das Comunidades Portuguesas, cujas eleições deverão ser já a 6 de setembro. Por outro lado sublinhou que a Secretaria de Estado das Comunidades “aposta muito” nestes encontros de jovens, porque “somos todos portugueses”.

17 de maio
Da Torre de Belém aos Jerónimos, um mergulho na Portugalidade

Domingo o programa começou cedinho, na Torre de Belém e no Padrão dos Descobrimentos. Os jovens tiveram oportunidade de apreciar devidamente a Torre de Belém, que, como alguém disse no grupo, “é um dos monumentos mais expressivos de Portugal, pelo significado que tem na constituição do Império”.
Inicialmente pensado por D. João II para fazer parte da defesa militar do Tejo à entrada de navios piratas, as obras só viriam a ser iniciadas em 1514, já sob o reinado de D. Manuel I. Hoje é património da humanidade e é um dos monumentos mais visitados na cidade de Lisboa.
De seguida os jovens foram até ao Padrão dos Descobrimentos, numa visita um pouco mais rápida porque o programa era vasto e a velha Confeitaria de Belém, onde se fabricam os deliciosos pastéis de nata, conhecidos em todo o mundo, esperava já pelos participantes.
A cerca de meia centena de jovens que participaram neste encontro puderam visitar demoradamente a fabricação dos afamados pastéis de Belém, ficando espantados com o facto de ali serem fabricados diariamente, vinte mil unidades. Visitaram a preparação da massa, a zona dos fornos e tiveram ainda oportunidade para degustar os pastéis acabados de sair do forno numa sala própria posta à disposição do grupo.
Como curiosidade registe-se que a massa é diariamente preparada sempre pelas mesmas três pessoas, que são as únicas a conhecer o “segredo” da preparação. No final muitos não resistiram à tentação e era ver um currupio de pacotinhos serem devidamente embrulhados para viajarem por esse mundo fora. Alguém destinou os seus a uma avó dizendo: “a graça especial destes é precisamente saírem daqui da fábrica original”…
Mas o grande momento desta última manhã desta edição do Encontro de Jovens estava ainda para acontecer com a visita ao Mosteiro dos Jerónimos.
A visita envolveu os claustros, o refeitório e a Igreja de Santa Maria de Belém. Foi devidamente acompanhada por uma guia que explicou detalhadamente toda a riqueza patrimonial do monumento, classificado como uma jóia do Manuelino.
Foi ali naquele local de Belém que D. Manuel I, em meados do século XV mandou construir o mosteiro que ficasse a perpetuar a memória dos feitos heróicos do Infante D. Henrique. É um monumento que se afirmou desde logo como referência cultural. Foi longamente admirado no decurso da visita como uma grande referência para todos nós portugueses, e o grupo soube exprimir ali, melhor do que ninguém, toda a sua portugalidade cultural na forma como admiravam o monumento e sobretudo como se “integravam” no espaço e no ambiente.
Finalmente o fim das visitas aconteceu ali logo ao lado numa passagem pelo Museu da Marinha, onde foram apreciados muitas embarcações, o bergantim real que fez a sua última viagem em 1957 quando da vista da Rainha Isabel II de Inglaterra, e finalmente o hidroavião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, com que aqueles aviadores atravessaram o Atlântico Norte de Portugal ao Brasil.
Depois do almoço, tempo para as despedidas, com partidas para o aeroporto para o regresso que deixou logo muitas saudades, ou não fôssemos todos portugueses e a saudade não fizesse parte integrante da nossa vida e do nosso sentir.
Ainda se viu uma “furtiva lágrima” aqui e ali, mas não era de tristeza pela partida, mas sim de alegria, pela antevisão do próximo encontro do «Mundo Português».

“Aqui estão as minhas raízes”
Sónia Martins e Pablo Fernandes viajaram de Buenos Aires, Argentina, para Lisboa e confirmaram ao «Mundo Português» terem gostado muito do Encontro e da oportunidade de estarem com outros jovens luso-descendentes. A ligação de Sónia a Portugal é marcante – a mãe é de Seia e os avós paternos de Aveiras: Sónia não visitava Lisboa há 18 anos.
“Foi uma linda oportunidade. É uma emoção muito grande regressar a Portugal” afirmou. “O turismo é uma coisa incrível. As pessoas são muito hospitaleiras. Estou a gostar muito”, acrescentou.
Já Paulo lembrou os avós portugueses da região de Trás-os-Montes, Viseu e Serra de Estrela. Não visitava Portugal há 15 anos e agora “viu um país diferente”. “Cresceu muito e gira muito à volta do turismo”.
Jillian Batista, com 20 anos, viajou de Boston, Estados Unidos, e foi a segunda vez que esteve em Lisboa. Filha de pais de Chaves e Évora, não conseguiu escolher o que gosta mais de Portugal. “Gosto da comida, das pessoas, dos sítios… Tudo é bonito. Gosto muito da cultura portuguesa”, disse ao «Mundo Português».
“Estou a gostar muito de conhecer os outros jovens que estão neste Encontro. Aproveito para praticar e melhorar o meu português” disse ainda a rir. “É uma excelente oportunidade para conhecer mais sobre a história e estar com outros luso-descendentes”, acrescentou. Fábio Tavares, também de Boston, lembrou a importância de conhecer a cultura dos pais. “Estou a gostar muito de estar aqui. Já tinha estado noutro Encontro e quis trazer alguns amigos” referiu.
Maurício Cardoso nasceu na Alemanha mas viaja todos os anos para Portugal, onde estão as suas raízes. “Venho de Wiesbaden e os meus pais são da zona de Santo Tirso e Viseu. Estou agora a fazer um estágio na área de turismo no Algarve e quem sabe fique por cá” disse.
“Este Encontro é espetacular para conhecer outros jovens luso-descendentes e estou a gostar muito. O nosso país é lindo e merece ser conhecido” disse.
Helena de Sá Peireira Cossiello viajou de São Paulo, Brasil, e admitiu estar a gostar muito da experiência: “vim conhecer um pouco mais da história de Portugal, das minhas raízes. A cultura portuguesa é muito rica e vale a pena” disse ao «Mundo Português».
“Tenho família portuguesa e sempre quis conhecer de onde veio a minha família, as minhas raízes. É comovente. Estar com outras pessoas que falam a minha língua é muito interessante”. Ideia reforçada por Anderson Cossiello, também de São Paulo: “acho esta ideia muito gira. Juntar pessoas que têm as mesmas raízes mas que estão em várias partes do mundo é muito interessante. São várias idades, vários idiomas mas que interagem todos em português. Isso é sensacional” disse.

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