«Mundo Português» inicia hoje o VI Encontro Mundial de Jovens lusodescendentes

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O Encontro Mundial de Jovens da Lusofonia está de volta. Entre 15 e 17 de Maio, cerca de 50 jovens lusodescendentes vão ‘encontrar-se’ com um país que também é deles. Organizado pelo semanário «Mundo Português», com o apoio da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, o Encontro junta este ano jovens de 11 países. Têm em comum o amor pelo país dos seus pais e avós. A língua portuguesa é o seu elo de ligação, apesar de viveram em países diferentes. À semelhança das edições anteriores, o grande objetivo deste Encontro é celebrar Portugal, descobrindo o país moderno que soube crescer e inovar, sem perder as suas tradições seculares que são orgulho lusitano em todo o mundo onde há portugueses.

Conhecerem Portugal nas suas várias vertentes – cultural e histórica, política, social, turística, moderna – promovendo ao mesmo tempo momentos de lazer e intercâmbio cultural. É este o objetivo que tem centrado a realização do Encontro Mundial de Jovens da Lusofonia, desde a primeira edição. Organizado por «O Emigrante/Mundo Português», com o apoio da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, proporcionado aos lusodescendentes ao longo das várias edições, uma experiência única e inesquecível de convívio entre jovens de diferentes países, formações e culturas, mas que têm nas raízes portuguesas o seu elo de ligação.
Tudo começou em 2003, quando o jornal decidiu organizar um evento que desse a um grupo de jovens lusodescendentes, a oportunidade de visitar o país que os seus pais e avós deixaram um dia. Durante uma semana no ensolarado mês de Agosto,cerca de 50 jovens conheceram Portugal de norte a sul, acompanhados pela equipa do »mundo Português». Um dos pontos altos do programa foi a visita à residência oficial do Primeiro-Ministro. Durão Barroso recebeu-os, deu-lhes as boas-vimdas a Portugal e esteve descontraidamente à conversa com os participantes.

10 de Junho em Portugal
Depois de uns anos e interregno, o Emcontro regressou em 2010, inserido nas comemorações do 40º aniversário de «O Emigrante/ Mundo Português». Entre 7 e 10 de junho desse ano, 72 jovens estiveram em Portugal e puderam participar nas cerimónias oficiais do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Uma visita que não esqueceram, certamente…
Depois de uns anos de interregno, o Encontro regressou em 2010, inserido nas comemorações do 40º aniversário de «O Emigrante/ Mundo Português». Entre 7 e 10 de junho desse ano, 72 jovens estiveram em Portugal e puderam participar nas cerimónias oficiais do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Oriundo de vários países, entre os quais França, Alemanha, Brasil, EUA e China (Macau), os jovens ficaram a conhecer o que de melhor Portugal tem: história, cultura, tradição, modernidade e diversão.
A visita foi iniciada na “sala de visitas” da capital, a zona de Belém, com passagem pela Fábrica dos Pastéis de Belém, onde, desde 1837, é fabricado o afamado pastel lisboeta cuja receita é guardada a “sete chaves’. Seguiu-se a visita ao Museu da Presidência e jardins do palácio, onde foram recebidos por Maria Cavaco Silva. A primeira-dama cumprimentou o grupo, tirou uma fotografia com os jovens no Jardim da Cascata e confessou a sua admiração pelo cultivo da língua portuguesa entre os elementos do grupo, “tão bem falada”, como fez questão de salientar.
Os jovens ainda visitaram os principais pontos históricos da capital, passando pelos bairros castiços, de ruas estreitas e engalanadas por ocasião das festas de Santo António. Foi esta Lisboa, ao mesmo tempo tradicional e cosmopolita que encantou os jovens, antes de seguirem até à cidade de Faro, no Algarve, que naquele ano centrou as comemorações oficiais do 10 de Junho. O convite foi feito pelo Presidente da República, Cavaco Silva: assistirem em bancada exclusiva aos desfiles do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Houve ainda tempo para uma visita a Quarteira e a Loulé.

Aos ‘comandos’ de um avião da TAP
Em 2011 o encontro teve lugar a 13 e 14 de Outubro e logo na manhã do primeiro dia, o grupo de três dezenas de lusodescendentes “atirou-se” a Lisboa na ânsia de descobrir a “capital do Reino” como disse “meio a rir” um de dois irmãos, já nascidos na Suécia mas a manter o gosto pela cultura portuguesa a todos os níveis. No Museu da Presidência da República apreciaram demoradamente as peças expostas, acompanhando uma magnífica explicação do funcionário do museu.
Naquele ano, o programa permitiu conhecer um pouco do tecido empresarial português na área da indústria. A primeira unidade escolhida foi a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas – produtora da conhecida marca ‘Sagres’ – para visitar a sua malteria e fábrica de produção e enchimento de cerveja.
No segundo dia, e depois de uma passagem pela ‘cidade moderna’ do Parque das Nações, os jovens visitaram o Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e um belíssimo edifício histórico que não está aberto à visitação pública. O convite partiu do Secretário de Estado das Comunidades, que os recebeu na Sala do Protocolo. “Este é o Ministério da vossa política externa e também dos portugueses que estão no estrangeiro. Este espaço é vosso”, afirmou José Cesário.
Antes de terminar o Encontro, o grupo pode ainda conhecer uma empresa portuguesa de bandeira – a TAP – e ver como se faz a manutenção dos aviões de uma transportadora aérea considerada modelo em termos de segurança. Não faltou a oportunidade de entrar num dos aviões em manutenção e tirar uma fotografia na cabine dos pilotos. No encontro com o presidente da TAP, ouviram-no falar das suas raízes portuguesas – o avô de Fernando Pinto era natural do Porto – e sublinhar que estavam a visitar instalações da “maior empresa exportadora do país”.
Mas a tarde ainda ia a meio e houve tempo para visitar outro edifício histórico: o Palácio de São Bento, antigo convento beneditino e sede do Parlamento português desde 1834. Ali forma recebidos por Carlos Páscoa, deputado do PSD pelo círculo da Emigração Fora da Europa, que levou os luso-descendentes numa minuciosa visita guiada pelo edifício, sem esquecer a biblioteca, as zonas onde estão instalados os grupos parlamentares, a bela Sala do Senado (inaugurada em 1867, ainda durante a Monarquia, para acolher a Câmara dos Pares) e a sala do Plenário.
No fim, Carlos Páscoa apelou aos jovens que levassem para os países onde residem “a mensagem de que Portugal vale a pena”. “Somos um país com mais de 850 anos de história e do qual não devem desistir”, afirmou.

Da Baixa ao Castelo: percursos pela História
Uma no depois, foi a vez de outros lusodescendentes terem a oportunidade de descobrir ou reencontrar Portugal. Na sua grande maioria, os 40 jovens nunca tinham estado em Lisboa, já que apesar de muitos visitarem Portugal todos os anos, ficam-se pela região de origem dos seus progenitores, maioritariamente a norte do país, e por algumas idas ao Algarve.
Um dos pontos altos do programa, que em 2012 decorreu em Dezembro, foi o passeio pela Baixa lisboeta até ao Castelo de São Jorge. Numa manhã fria mas de sol, os jovens passearam pelos Restauradores até à Praça do Comércio, com passagem pelo Rossio. Fizeram uma caminhada por ruas Pombalinas e outras ainda mais antigas. Antes de começarem o caminho que os levou a passar pela Sé até ao Castelo, subiram ao Elevador de Santa Justa e aproveitaram a vista do alto da torre do elevador para as primeiras fotografias do dia. “Já bebíamos uma ginjinha para aquecer”, brincou um dos jovens, enquanto outro perguntava à guia se não era aquela a rua onde se assistiam às performances das «estátuas vivas».
Na subida até à Sé, os jovens pararam na escadaria da Igreja de Santo António, um dos marcos religiosos da cidade de Lisboa, por se encontrar no local onde terá vivido Santo António, de seu nome Fernando de Bulhão. A imponência da Sé não passou despercebida e antes de chegarem ao castelo, os luso-descendentes ainda pararam no Miradouro de Santa Luzia para admirar a impressionante vista panorâmica. Já dentro das muralhas do Castelo de São Jorge, os jovens ouviram atentamente um resumo da história daquele que é um dos mais deslumbrantes monumentos de Lisboa e ficaram a saber que foi construído no século VI, ocupado pelos romanos e visigodos antes de se tornar um palácio mouro, e conquistado em 1147 pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
Em 2014 foram 50 os jovens que, vindos de Alemanha, Argentina, Brasil, França, Holanda, Inglaterra, Luxemburgo, Suíça e Estados Unidos, redescobriram entre 4 e 6 de abril, o país dos seus pais e avós. No ano passado, na visita ao Parlamento, os jovens distribuíram-se pelos lugares dos grupos parlamentares e ouviram Maria João Ávila – deputada do PSD pela Emigração – explicar como se processa o trabalho dos deputados no plenário. Não faltaram perguntas a que a parlamentar respondeu prontamente.
O passeio por Lisboa, incluiu uma passagem pela histórica Casa dos Bicos, que alberga a Fundação José Saramago, prémio Nobel da Literatura, e um olhar para a oliveira em frente à fundação, junto à qual repousam as cinzas do escritor. O programa do ano passado inclui ainda uma visita ao Padrão Descobrimentos Portugueses” e ao Mosteiro dos Jerónimos, testemunho monumental da riqueza dos Descobrimentos, mandado edificar em meados do século XV pelo rei D. Manuel I, pouco depois de Vasco da Gama ter regressado da sua viagem à Índia. A terminar, houve ainda tempo para uma visita pormenorizada ao Museu dos Coches. Três momentos que são uma verdadeira aula de história e que cativaram os os jovens, sempre atentos às explicações da guia turística.

“Raízes”, “identidade”, “origens”
Aos jovens que participaram no Encontro em 2014, foi colocada uma questão: “O que significa Portugal para si”? As respostas mostraram uma ligação que pais e avós souberam transmitir e os mais jovens quiseram manter.
Um sentimento forte, um sinónimo de “raízes”, de “identidade”, de “origens”. Tudo isto, Portugal desperta nos jovens de segunda e terceira geração, nascidos nos vários países para onde os seus familiares emigraram um dia. Tudo isso revelaram a este jornal. Detalhes de um amor que não se explica facilmente.
Renata Caetano vê Portugal como a sua “segunda casa”. “Portugal é um símbolo, é a minha herança familiar”, sublinhava a jovem, natural do Rio de Janeiro, Brasil, cuja família é oriunda de Celorico da Beira. Com ela veio o marido, Eduardo, com avós são naturais de Bragança, mas cuja ligação a Portugal começou verdadeiramente, quando conheceu e se casou com Renata, uma apaixonada confessa pelo país, que o casal visita pelo menos uma vez por ano.
Novos amigos foi o que encontrou Christopher Lopes, de 22 anos, natural de Paris, França, num Encontro onde aprendeu “muitas coisas sobre Lisboa e também sobre Portugal”. Tão importantew como visitar lugares que de outra forma seriam inacessíveis, foram “as amizades com luso-descendentes de outros países, alguns tão distantes, de culturas e vivências diferentes”, contou a este jornal. Filho de um beirão e de uma transmontana, Christopher diz que Portugal é sinónimo de “raízes”. Já Mário Lopes, que nasceu em Portugal e aos 15 anos que emigrou para a Alemanha com os pais e a irmã, contou que ao emigrar, passou a “sentir” Portugal de forma diferente. “Fez-me ter outra relação com o país. Tenho orgulho em ser português, defendo sempre o meu país e imagino-me a voltar, confessou. De um país mais distante, Jennifer Beato viu no Encontro uma “oportunidade única” para visitar lugares que tinha “muita curiosidade em conhecer”. Para esta filha de portugueses, nascida nos Estados Unidos e “criada” dentro do movimento associativo português em Wonkers, estado de Nova Iorque, foi “um orgulho” estar em Portugal.
É também com este misto de orgulho, memórias, raízes e identidade que entre hoje e domingo – 15 e 17 de maio – cerca de 50 jovens lusodescendentes iniciam o VI Encontro Mundial de Jovens da Lusofonia. A todos um ‘bem haja’ por manterem a sua ligação ao país dos seus pais e avós.
Sejam bem-vindos ao vosso Portugal!

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