O Departamento de Ciências Aeroespaciais da Universidade da Beira Interior está a desenvolver novas soluções na construção do interior dos aviões, entre as quais, a utilização de cortiça. O projeto ‘DesAIR’, que reúne um consórcio de empresas e instituições de investigação, pretende criar matérias sustentáveis.
O Departamento de Ciências Aeroespaciais da Universidade da Beira Interior (UBI) integra o consórcio do projeto ‘DesAIR’ que desenvolve novas soluções na construção do interior dos aviões, entre as quais está o uso da cortiça.
Apresentado em abril deste ano na feira alemã Aircraft Interiors, o ‘DesAIR’ é um projeto para o desenvolvimento “de novas soluções de compósitos de alto desempenho para interiores aeronáuticos, integrando materiais naturais e processos de fabrico específicos”, explica uma nota divulgada pela UBI.
Naquela feira foi apresentada uma solução com recurso à cortiça que é um material renovável e 100 por cento reciclável. A solução é um produto completo que proporciona “um bom isolamento acústico, térmico e vibrático, impermeabilidade e reciclabilidade”. Os materiais resultantes do projeto foram integrados num protótipo demonstrador de uma galley para um jato executivo, revela a inda a instituição de ensino portuguesa.
As soluções do ‘DesAIR’ têm uma ampla gama de aplicações em interiores de um avião, tais como galleys, monumentos, pisos e painéis laterais e apresentam vantagens já que “as soluções atualmente utilizadas, tais como fibras reforçadas com uma matriz polimérica termoendurecível, têm vários problemas em termos de sustentabilidade”, acrescenta a UBI.
O trabalho de investigação da universidade portuguesa centra-se no desenvolvimento de uma configuração do núcleo de cortiça com características otimizadas. “De modo a encontrar uma solução otimizada para a configuração geométrica do núcleo em termos de desempenho mecânico, térmico e vibrático, foi realizado um conjunto de ensaios experimentais em várias amostras e confrontados com simulações numéricas, através de códigos de elementos finitos”, explica a nota.
O trabalho foi desenvolvido no âmbito de um projeto de doutoramento em Engenharia Aeronáutica pelo Mestre Filipe Couceiro Potes, sob a orientação dos Professores José Miguel Silva e Pedro Gamboa. O projeto DesAIR foi desenvolvido por um consórcio de empresas e instituições de investigação: Amorim Cork Composites, Almadesign, INEGI e UBI – Universidade da Beira Interior.
O DesAIR é co-financiado pelo QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional no âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade (POFC). É um projeto demonstrador com foco no desenvolvimento de soluções estruturais em compósito para o setor aeronáutico.