Manifestantes vão juntar-se junto ao posto consular no dia 28 deste mês.
A alegada degradação do atendimento do consulado geral de Portugal em Londres motivou a organização de uma manifestação junto ao posto consular, marcada para o dia 28 de fevereiro para exigir melhores serviços, disse à agência Lusa um dos organizadores.
“Os problemas existem há muito tempo, mas nos últimos dois anos chegaram 100 mil portugueses [ao Reino Unido] e só agora é que são confrontadas com a situação”, afirmou Paulo Costa, membro do grupo Migrantes Unidos.
O reduzido número de funcionários, 14, é um diagnóstico feito há vários anos por membros do Governo e por políticos do PSD e oposição, referiu, porém, que o aumento do número de utentes tem exposto a falta de recursos.
Apesar de o consulado atender diariamente uma média de 300 pessoas e realizar mensalmente uma média de 4.000 atos consulares, a marcação de um atendimento para a renovação de documentos de identificação pode implicar a espera de pelo menos dois meses. No próprio dia, às vezes é necessário esperar várias horas para além daquela determinada e o horário de expediente não é suficiente para receber todos os utentes com marcação, refere a Lusa.
No final de janeiro, a falta de recursos foi evidenciada quando a ausência de quatro funcionários por doença causou um episódio de rutura, tendo sido necessária a intervenção da polícia britânica para manter a ordem. Este tipo de ocorrências é frequente, confirmaram fontes do consulado à Lusa, bem como os pedidos do livro de reclamações.
Referindo o crescente número de queixas, Paulo Costa considerou que “o estado emocional da comunidade” justifica a organização de um protesto, que servirá também para colocar pressão nos políticos numa altura em que faltam oito meses para as eleições legislativas. “Queremos mobilizar as pessoas e chamar a atenção das autoridades para tentar por as coisas a mexer”, afirmou.
A realização da manifestação num sábado à tarde, quando o consulado está encerrado, visa tentar atrair portugueses que trabalham durante a semana e pessoas que residam fora de Londres. Os organizadores querem obter o máximo de assinaturas para juntar a uma carta aberta que pretendem entregar mais tarde à cônsul-geral, Joana Gaspar.