Pescadores do Minho queixam-se da escassez de lampreia

Data:

A lampreia que se está a pescar no rio Minho é pouca e pequena, queixou-se o presidente da associação de pescadores local, admitindo que a ausência prolongada de chuva esteja a afetar a safra.

“Há muito frio e tem chovido pouco. Para já a pesca está muita fraca porque há pouca lampreia. Em média, por dia, estamos a pescar entre duas a três e às vezes nem uma, nas duas marés”, afirmou o presidente da Associação de Profissionais de Pesca do Rio e do Mar, Paulo Alexandre. Acrescentou que este ano “a lampreia tem saído pequena”.
A Capitania de Caminha, que é responsável pela fiscalização da atividade ao longo do rio Minho, até Melgaço, confirmou a escassez de capturas, mas adiantou “ser prematuro” fazer comparações com anos anteriores. As “condições do mar” e “a pouca precipitação” que se fez sentir no mês de arranque da safra são as razões apontadas pelo capitão do Porto e comandante da Polícia Marítima (PM) de Caminha, Gonzalez dos Paços. Por haver menos água doce a ser descarregada no mar diminuiu o efeito de chamamento da espécie na foz e como tal pode haver menos lampreia a subir o rio, para desovar.
A faina da lampreia no rio Minho começou no passado dia 03 de janeiro e prolonga-se até 21 de abril.
A atividade decorre em cerca de 35 quilómetros daquele rio, variando em função da arte utilizada, já que pode ser feita com “lampreeiras”, a bordo de embarcações artesanais, ou com pesqueiras (estruturas antigas, em pedra, existentes no rio).
Matriculadas na capitania do porto de Caminha, para operar no rio Minho estão, este ano, 180 pequenas embarcações e 290 pescadores.
Por se tratar de um rio internacional a estes números somam-se, segundo dados da Comando Naval do Minho (Espanha), 128 embarcações e 240 pescadores galegos registados para a mesma pesca.
Já no rio Lima, em Viana do Castelo, os pescadores dizem que a safra da lampreia está a ser “razoável” e a “esperada” para o mês de janeiro.
“A época está a começar razoavelmente bem. Não se pode dizer que há poucas. Não é como o ano passado que foi excecional por causa das condições climatéricas”, afirmou o presidente da Associação de Pescadores do Rio Lima, Fernando Ferreira. Admitiu, tal como os colegas do rio Minho que este ano o tamanho da lampreia não é o de outras safras. “São mais miudinhas. Nós chamamos-lhe a lampreia de fome”, explicou.
Os preços, segundo Fernando Ferreira, variam entre os 30 euros, para as lampreias grandes, e 15 a 20 euros para as pequenas.
Segundo dados do capitão do porto de Viana do Castelo, Raúl Risso estão devidamente licenciadas para aquela pesca 47 embarcações locais, envolvendo uma tripulação total que ronda os 98 pescadores.
A faina faz-se apenas numa extensão total de 10 quilómetros, entre a cidade de Viana do Castelo e a freguesia de Lanheses, no mesmo concelho. A lampreia pode medir mais de um metro e pesar cerca de dois quilogramas, sendo considerada uma verdadeira iguaria da região do Minho.
A faina decorre na altura em que a espécie volta a entrar nos rios, na direção da nascente, para cumprir a fase de reprodução.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.