Chama-se «Merujes no prato» e está a decorrer no Laboratório de Biotecnologia Vegetal do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e na InProPlant (Investigação e Propagação de Plantas). Liderado por dois jovens investigadores, o projeto promete colocar esta planta semelhante aos agriões, mas mais tenra e saborosa, não só nos pratos dos portugueses, mas também na gastronomia gourmet internacional.
Um projeto para fazer com que a planta silvestre meruje entre na “alimentação dos portugueses” e na “gastronomia ‘gourmet’ internacional” está a ser desenvolvido na Universidade de Coimbra (UC).
Denominado »Merujes no prato», o projeto, que está a ser desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal do Centro de Ecologia Funcional da UC e na InProPlant (Investigação e Propagação de Plantas), visa “colocar esta planta, semelhante ao agrião, mas mais tenra e saborosa, não só nos pratos dos portugueses, mas também na gastronomia ‘gourmet’ internacional”, afirma uma nota da UC divulgada na passada semana.
“Muito apreciadas na região centro da Península Ibérica, as merujes nascem livremente em nascentes ou ribeiras onde há água corrente e são uma ótima fonte de ómega 3 e de antioxidantes e mais ricas em fibras e vitamina C do que, por exemplo, as alfaces. No entanto, este vegetal silvestre, com o nome científico “Montia Fontana L.”, é desconhecido da maioria dos portugueses”, informa a UC.
A meruje, cujo nome científico é ‘Montia Fontana L.’, é um vegetal “mais rico em fibras e em vitamina C” do que a alface, por exemplo, mas continua a ser “desconhecido da maioria dos portugueses”, sublinha a UC.
Comercializá-la todo o ano
Liderado por David Reis e Rui Pereira, Mestres em Biodiversidade e Biotecnologia Vegetal, o estudo pretende “estabelecer as condições para a multiplicação eficaz desta espécie, com vista à sua comercialização durante todo o ano”.
A meruje é uma planta de ciclo curto (dois/três meses), “sendo colhida apenas entre janeiro e março, sem qualquer tipo de certificação ou controlo fitossanitário”.
O projeto, no valor global de 16 mil euros, é financiado, em partes iguais, pela Fundação Vox Populi e pela Câmara Municipal de Almeida, no distrito da Guarda, no âmbito da quinta edição do Prémio Riba Coa.
Reconhecido o interesse gastronómico das merujes, importa agora “transformá-las num recurso agrícola viável e numa alternativa saudável e complementar aos vegetais mais vulgarmente utilizados em saladas”, sustentam David Reis e Rui Pereira, coordenadores da investigação.
“Com elevado valor nutricional, esta planta silvestre é, desde há muito, colhida e usada na alimentação por populações rurais”, designadamente na região da Guarda.
Depois de terem efetuado “clonagem da planta” e vários ensaios de cultura ‘in vitro’, em laboratório, para “caracterizar melhor a planta e estudar a sua fenologia, bem como a seleção dos genótipos mais interessantes para o cultivo”, os investigadores querem “perceber quais as exigências da planta durante o seu cultivo”, informa ainda a nota da UC.
Para isso, vão agora “testar os vários genótipos selecionados e analisar a produtividade da cultura”, explicam os responsáveis pela investigação.