Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra, através das Faculdades de Medicina e de Ciências e Tecnologia e do Centro de Neurociências e Biologia Celular, em colaboração com a Unidade de Transplantação Hepática do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, coordenada por Emanuel Furtado, acaba de ser contemplada com uma Bolsa da Sociedade Portuguesa de Transplantação, no valor de 12.500 euros, para avaliar justamente, em órgãos humanos, a função mitocondrial em todo o percurso – desde o momento da colheita do órgão até à sua reimplantação no paciente.
Na realidade, o transplante de fígado envolve um complexo conjunto de ocorrências intracelulares que podem ser determinantes para o sucesso da cirurgia.
O papel desempenhado pelas mitocôndrias em todo o processo, desde a recolha do órgão do dador até ao momento do transplante, é fundamental para evitar um conjunto de complicações.
Este estudo vai permitir confirmar em humanos os resultados obtidos com experiências em modelos animais (ratos).
Ter conhecimento sobre os eventos intracelulares, nomeadamente ao nível da mitocôndria, é um passo importante para «um melhor prognóstico. Conhecendo as transformações ocorridas no interior do órgão, será possível evitar futuras complicações», explica Carlos Palmeira, da Faculdade de Ciências e Tecnologia e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.
O investigador explica ainda que “a função mitocondrial permite avaliar o estado do fígado que, no decorrer do percurso (desde que é recolhido até ser reimplantado), é exposto a várias agressões, podendo sofrer lesões celulares irreversíveis”. “Esta informação é essencial para o clínico”, acrescenta.
Criada pela Sociedade Portuguesa de Transplantação, a Bolsa ‘Astellas’ tem a duração de um ano e destina-se a subsidiar a realização de trabalhos de investigação na área da transplantação.
Investigadores de Coimbra querem melhorar prognóstico do transplante de fígado
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