O primeiro-ministro francês disse hoje que várias pessoas foram detidas durante a busca pelos dois irmãos suspeitos de matarem 12 pessoas num ataque ao semanário francês Charlie Hebdo.
“Muitos [suspeitos] foram detidos durante a noite”, disse o primeiro-ministro francês Manuel Valls à rádio RTL, acrescentando que os Serviços Secretos conheciam os dois suspeitos, que ainda não foram encontrados, e estavam “sem dúvida” a seguir os seus movimentos antes do ataque de quarta-feira.
Mais tarde, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, precisou serem sete as pessoas sob custódia policial.
“Sete pessoas”, respondeu o ministro à rádio Europe 1 em resposta a uma questão colocada pelos jornalistas. Uma fonte judicial confirmou que sete pessoas, homens e mulheres ligados aos dois irmãos suspeitos da autoria do ataque -Said Kouachi e Cherif Kouachi, com 32 e 34 anos- foram detidas.
O mais jovem dos suspeitos do atentado de quarta-feira em Paris contra o jornal satírico Charlie Hebdo, Hamyd Mourad, de 18 anos, entregou-se à polícia, revelou a agência France Presse.
O jornal satírico francês Charlie Hebdo foi alvo de um ataque, em Paris, que causou 12 mortos e 11 feridos.
Criado em 1992 pelo escritor e jornalista François Cavanna, o semanário Charlie Hebdo ficou conhecido nos últimos anos por publicar caricaturas do profeta Maomé, cuja reprodução é considerada uma blasfémia pelo islão.
Entre as vítimas mortais do ataque estão o jornalista, cartoonista e diretor, Charb, e outros três cartoonistas: Cabu (Jean Cabut), Tignous (Bernard Verlhac) e Georges Wolinski.
São várias as capas do jornal que suscitaram a ira de muçulmanos mais fundamentalistas, entre as quais desenhos do profeta Maomé nu e numa cadeira de rodas, a ser conduzido por um rabino judaico.
O ataque, ainda não reivindicado, foi executado por três homens armados com uma ‘kalashnikov’ e um ‘lança-rockets’, na redação do jornal, e que terão gritado “vingámos o profeta”, segundo testemunhas citadas por uma fonte policial.