No dia 18 este mês foi lançada oficialmente a construção de um empreendimento comercial de 600 milhões junto ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, que será executada pelo emigrante português Carlos de Matos. O novo centro de negócios ‘Paris-Asia Business Center’ é essencialmente dedicado às trocas comerciais entre a Europa e a Ásia, fazendo parte do ‘AeroliensParis’, um parque internacional de negócios projetado para Tremblay-en-France, nos arredores da capital.
O empreendimento do português Carlos de Matos, residente em França desde 1969, vai contar com uma parceria com a empresa portuguesa Grupo Alves Ribeiro e, numa primeira fase, o investimento é de 180 milhões de euros, num espaço que vai contar com 170 mil metros quadrados. A prazo, o centro de negócios vai ter um espaço total de 280 mil metros quadrados, centenas de ‘showrooms’ individuais, três hotéis, um centro de exposições, um museu do vinho do Douro, cinco restaurantes, um supermercado, um infantário e um centro de ‘fitness’.
Apesar de criticar a burocracia em Portugal e de afirmar já ter desistido de projetos no país de origem, o empresário admitiu na altura à agência Lusa, poder vir a investir em Portugal no futuro “porque o Governo – que está aqui representado hoje – manifestou uma vontade desde há alguns meses de estar mais ligado ao emigrante e às empresas portuguesas no mundo”.
Sobre a importância daquele projeto, José Cesário admitiu trata-se “da maior afirmação de Portugal em França por representar um passo muito significativo na imagem do investimento e dos investidores portugueses em França”, acrescentando que “o dia de hoje é simbólico porque coincide com o fim da visita do Presidente da República à China e com o fim do Salão do Imobiliário Português em Paris”.
A cerimónia contou com cerca de 1.300 convidados, entre os quais os deputados do PSD, Carlos Gonçalves, e do PS, Paulo Pisco, cujas visões sobre os apoios do executivo ao investimento dos emigrantes portugueses na terra natal diferem. “O Governo tem de olhar de uma vez por todas para a importância dos empresários emigrantes que querem investir em Portugal e que devem ser encarados com a deferência necessária para facilitar os seus investimentos”, afirmou Paulo Pisco.
Já Carlos Gonçalves rejeita a falta de apoio governamental, ainda que admita existirem “algumas dificuldades em termos burocráticos e administrativos, causadas, por vezes, ao investimento das comunidades portuguesas como ao investimento em geral”. “Em termos de diplomacia económica nunca como hoje se trabalhou tanto com as empresas das comunidades portuguesas. O Governo realiza aquilo que nunca tinha sido feito, com encontros para criar redes de empresários e os núcleos distritais têm vindo a trabalhar com os empresários da diáspora em colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A prova disso é que os números de investimento não pararam de aumentar nestes três anos”, declarou Carlos Gonçalves à Lusa.
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